quarta-feira, 2 de novembro de 2022

 


O que dizer quando nosso cachorro está bem num dia e, em questão de uma semana, ele simplesmente apresenta um problema que você nem imaginava que ele tinha e se vai?

Thorin representou tudo que um bom dobermann era. 

Vai fazer uma falta enorme. 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Zé Leôncio



 Ai Zé. 
Como eu gostei do personagem da primeira versão.

Paulo Gorgulho fez um trabalho maravilhoso na primeira fase e Cláudio Marzo conseguiu continuar. 
Ele tinha um carisma impressionante, e dava vontade de ir embora pra qualquer lugar morar com ele.
José Leôncio, por Paulo Gorgulho e Renato Góes
E embora Renato Góes não tenha sido um Zé ruim, não conseguiu corresponder ao mesmo carisma. 

Zé, ainda que carregue uma dor pela perda do pai e acredite fielmente que ele ainda esteja vivo, confia que ele esteja vivo e isso faz com que ele vá em frente na vida.

Zé é tão bom que a gente sofre, chora e se alegra com ele e por ele. 

Não que a gente não sofra com o novo Zé, mas ele não tem a mesma pegada e o mesmo carisma. 

Por incrível que pareça, quando entrou a segunda fase, Cláudio Marzo absorveu completamente a personalidade criada  por Gorgulho.
E mesmo a Globosta tendo escolhido o próprio Marcos Palmeira, que participou da primeira novela ativamente, não conseguiu fazer um bom trabalho em passar aquele mesmo carisma.

Como todos os personagens da novela, Marcos Palmeira fez um Zé agressivo e sofrido, que vive falando em morte e em fim da linha. 
Zé Leôncio por Marcos Palmeira e Cláudio Marzo



quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Prós e Contras do remake de Pantanal: personagem Velho do Rio/velho Joventino


Num papel icônico que foi de Cláudio Marzo na versão original - tanto pelo talento, quanto pela trama em si e economia de atores - o Globosta colocou Irandhir Santos, e olha... 

Ficou ótimo, ficou realmente incrível!

Ele absorveu toda a essência do personagem e foi muita babaquice não ter envelhecido ele e colocado no papel do velho do rio. Ele teria uma atuação incrível. 

Joventino, por Irandhir Santos e Cláudio Marzo
No papel do velho do rio em vez disso colocaram o veterano Osmar Prado que, convenhamos, ficou também muito bom, inclusive digno de alguma premiação.

Na minha opinião, embora Marzo tenha sido um expert, Irandhir fez um excelente Joventino e teria sido um maravilhoso velho do Rio.

No entanto, Osmar fez tudo certinho e a versão atual está tão boa quanto a antiga.

Inclusive quando o Velho fala pro Solano: eu sou seu pior pesadelo! e imita uma assombração, ficou bem melhor que a versão antiga! Nota para a cobra que vem pilotando o barco, com o rabinho apoiado no piloto!!! 😂😂😂

Sem dúvida, a gente se irrita com algumas coisas que o velho faz no remake, mas ele também fazia na versão antiga!

Velho do Rio, por Cláudio Marzo e Osmar Prado


terça-feira, 20 de setembro de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagens da segunda família do Tenório e o pistoleiro

 Uma das tramas mais estranhas e mirabolantes de pantanal foi em volta de Tenório, o vilão, e suas duas famílias, compostas por Maria Bruaca e Guta - a oficial - e Zuleica com seus 3 filhos em São Paulo: Marcelo, Renato e Roberto. 

Renato (Ernesto Piccolo), Zuleica (Rosamaria Murtinho), Tenório (Antonio Petrin), Marcelo (Tarcísio Filho) e Roberto (Eduardo Cardoso, à frente)

Uma história cheia de baixos que toma-se conhecimento logo no inicio da segunda fase, quando Guta conta para Jove que descobre de forma traumática que seu pai tem uma segunda família - ela está prestes a entrar num motel com seu meio irmão Marcelo, quando um golpe de sorte faz os funcionários pedirem os documentos dela e eles descobrem que são irmãos. 

No remake, modificaram um pouco esse início. Durante uma festa na república de Guta, ela conhece Marcelo, ambos ficam horas conversando, rola aquela conexão, mas num momento em que ele sai de perto e esquece o celular, este toca e aparece a foto do Tenório e embaixo escrito "pai". 

Guta não confronta o rapaz e foge. 

Maria Bruaca descobre logo no início, ouvindo pela porta uma conversa entre a filha e o marido, e fica revoltada, ao descobrir que foi traída durante tantos anos. Começa a se envolver com os peões e acaba tendo um caso com Alcides. 

Zuleica, que sempre soube ser a amante, quando Tenório e Bruaca chegam às vias de fato e o homem coloca a esposa para fora, e por pressão dos filhos, acaba por se mudar para o pantanal.

Embora sinta-se culpada por estar usurpando o lugar de Maria, Zuleica tenta fazer o melhor possível diante da cozinha e dos instrumentos arcaicos da fazenda - sem aparelhos elétricos que facilitem a vida, usando fogão à lenha, ferro à carvão e sem máquina de lavar, algo com o qual estava acostumada em São Paulo.

Marcelo (Lucas Leto), Roberto (Caue Campos),  Renato (Gabriel Santana), Tenório (Murilo Benício) e Zuleica (Aline Borges)

O maior problema, ao meu ver, e isso fica claro, é a mudança que se opera em Tenório ao chegar ao meio rural: o homem educado e compreensivo que ele era na cidade, começa a mostrar seu verdadeiro lado na fazenda.
Em ambas as versões isso continua igual: a teimosia e a imbecilidade do homem em se recusar a perceber que o errado ali era ele, justificando-se e arrumando mil desculpas para seu comportamento horrível.

O que mudou - e ficou sem sentido - foi a pseudo independência da nova Zuleica (uma enfermeira com ótima carreira que diz ser totalmente independente do "marido") que, de repente, virou bruaca - talvez procurando redenção ao se mudar para a fazenda e assumir as tarefas da outra. Tenório algumas vezes fala que sustenta "duas famílias" e, de repente, não, diz que todos lá estudam e se viram.
Embora isso tenha existido na novela antiga, é fato que Tenório comprou o apartamento de SP para a amante e ajudava nas contas, algo que a Nova Zuleica diz que ele nunca fez, que ela inclusive pagou o apartamento ao amante. 

A outra parte da história, quando Tenório descobre que Guta está grávida de Marcelo e pensa que ambos estão em pecado, Zuleica conta então que Marcelo não é filho dele e sim de um estupro vivido por ela antes de conhecê-lo - isso na novela antiga. 
O remake também deixa a história confusa, pois se antes, Zuleica era estuprada e logo em seguida conhecia Tenório, já grávida, agora Zuleica JÁ ESTAVA ENVOLVIDA com Tenório e eles estavam "dando um tempo" quando acontece o estupro e Tenório, que seguia Zuleica, interfere em uma das tentativas de ataque do médico estuprador, e então eles voltam o relacionamento... 
Como ela pode garantir que a gravidez não foi do Tenório?

Enfim, eu estou sendo detalhista demais. 
Teodoro por Fausto Ferrari
O fato é que essa parte ficou boa em ambas as tramas, numa interpretação incrível tanto da Rosamaria Murtinho quanto da Aline Borges. Aline está até melhor que Rosamaria, quando perde Roberto as cenas de desespero de Aline foram viscerais, talvez para compensar a INEXPRESSIVIDADE do nosso querido Murilo Benício!!!

A parte desagradável ficou por conta do Renato, o filho escroto em ambas as versões, mesmo sendo o remake uma
clara lacração afro (papai não leva a gente pra fazenda por sermos negros, papai não gosta da gente porque somos negros), onde uma família tão consciente consegue ter um garoto tãããão escroto quanto ele. 

Roberto, o menino mais novo, é muito melhor na nova versão: percebe que o pai não é boa bisca.
começa a investigar a vinda do peão pistoleiro e, sem querer, chega perto demais. Solano, o matador contratado por Tenório no remake (que se chamava Teodoro na original) afoga o garoto no rio e joga a culpa numa sucuri. 
O corpo é encontrado sem marcas e ele sustenta a história, embora não saiba explicar a ausência das mordidas da suposta sucuri. 
Solano por Rafa Sieg

Na trama original, quem mata Roberto é uma sucuri: aproveitaram as cenas reais de uma enorme serpente encontrada com um ribeirinho no bucho e colocaram na história.

Marcelo e Guta, eu sou suspeita pra falar, mas não gostei de nenhum deles. Eu gostava bem mais do casal antigo, sempre fui fã do Tarcisinho. 

E a praga do Renato, escroto na versão antiga, escroto na versão moderna, como tinha que ser, claro. 
Na verdade esse foi um dos poucos núcleos da novela que o remake ficou tão bom, senão melhor que o original, pelo menos a Zuleika, o Roberto e o renato, a meu ver, não deixam a desejar e em certas partes até superam. 

Sobre o pistoleiro, nada a acrescentar. Ambos ficaram bons no papel, a diferença está na mudança da trama, onde Solano mata Roberto e o Velho do Rio tenta salvá-lo e Teodoro que vê a morte do menino e não mexe uma palha pra ajudar. 

sábado, 10 de setembro de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: uma análise do perfil psicológico de alguns personagens e fatos

 Assistindo hoje alguns episódios da novela original ficou nitidamente clara a diferença do perfil não apenas psicológico, como de roteiro, apesar das novelas seguirem a mesma trama.

Iniciando pelo roteiro, para agradar ao LACRE da MILITÂNCIA. 

Ouso dizer que 90% das pessoas que assistem essa novela não sabem o que é uma comitiva, no sentido literal; pois uma vez eu vi uma reportagem sobre uma "comitiva" onde os "cowboys" alugavam um ônibus e iam pra balada se divertir. Pro sertanejo da cidade, pro esquerdinha caviar, isso é comitiva.

Comitiva é, na verdade, um grupo de peões que se junta para transportar uma grande quantidade de gado por uma distância x. Onde caminhões não passam, a comitiva leva a boiada. Onde o caminhão cobra 120 mil para levar 1000 cabeças, a comitiva cobra 30 ou 40 mil. Demora mais e muitos podem achar que o método caiu em desuso, mas na verdade a atividade está ativa, principalmente nos sertões do MT e PA. 

Por justamente demorar dias, uma comitiva precisa de um "cuca" - um cozinheiro - que sai na frente para arrumar a comida. O cuca acorda mais cedo e prepara o café da manhã, arruma as coisas e sai na frente pra onde vai ser o próximo pouso, num caminho previamente conhecido, com paradas específicas.
Pega água de bica ou de um riacho limpo, e quando a peonada chega no local com a boiada, a comida já está pronta. Novamente ele vai e, dessa vez, prepara a janta, no próximo pouso. 

Portanto, o cuca de uma comitiva não pode ser um zé ruela que não sabe o que está fazendo: precisa conhecer muito bem o caminho, ter noção da quantidade de comida que precisa fazer, quais alimentos não perecíveis levar, etc.

Na Pantanal original, foi negado o pedido do Zaqueu de ir na comitiva para buscar uma boiada. Nem como cozinheiro ele foi, e o motivo nem foi a capacidade dele como cozinheiro, e sim por causa dos dias em cima do lombo do cavalo - que não é brincadeira - durante uma jornada que não teria como socorrer o rapaz caso ele ficasse arriado. 

Na novela nova, negar algo ao Zaquieu atual é desagradar aos militantes chatos que não sabem ouvir um NÃO, então mesmo sendo um total novato no assunto, ao rapaz é dado sinal verde para que ele participe do evento e, claro, ele foi "um sucesso". 

Outro perfil irritante continua sendo da velha Mariana. 
Fria, soberba, sem um pingo de noção, Mariana não consegue ser carinhosa sequer com a única filha que lhe restou. Zomba agressivamente e faz pouco caso das crendices da filha, sem empatia alguma pela condição da mulher, que acabou absorvendo as crendices do "Cramulhão" e agora está tendo visões. 

A Juma continua agressiva - um pouco menos - mas sempre demonstrando ser mau humorada e sem educação, onde a outra, apesar de ser sim, bicho do mato, sabia reconhecer quando eram amáveis com ela. Essa Juma de agora é cansativa. 

Um ponto positivo foi o filho mais novo do Tenório, o Roberto, rapaz sensato e muito inteligente, que percebe que o pai não é flor que se cheire e acaba morto por isso pelo Solano, uma mudança até que aceitável na novela - o antigo Roberto foi morto pela sucuri e o pistoleiro do Tenório, chamado Teodoro, vê e nada faz... 

Mas poucas mudanças foram tão radicais quanto a da Filó e da Irma, a primeira completamente insensível à tudo ao redor, exceto ao Zé Leôncio e a segunda que alucinou completamente, numa excelente atuação da atriz, que inclusive virou meme e, agora, parou de tentar ajudar na casa, pois ia acabar se matando por completa inépcia.  



Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Jove

 

Jove, por Marcos Winter e Jesuíta Barbosa

Jove era para ser o personagem principal da trama, junto com Juma, mas na minha humilde opinião acabou sendo um mero coadjuvante do pai, José Leôncio. 

Joventino é criado no colo da avó, no leite com pera e Ovomaltine, mimado, que não terminou nenhuma faculdade e chega no pantanal com trejeitos e boas maneiras, ao ponto de ser considerado gay.
Conquista o amor da Juma, o respeito de todos e passa a tomar a frente dos vários negócios do pai, levando mais tecnologia à fazenda pantaneira e aos negócios da firma. 

O Jove de Marcos Winter, no entanto, era um brincalhão bem humorado, amoroso com o pai depois de um tempo, mais firme com a Juma, colo9ca as inovações na fazenda sem alarde. 

Joventino de Jesuíta é um chato, tudo magoa ele, tudo ele recua, não tem demonstrações de carinho, fraco, choraminga e vive dando lição de moral. 

Um garoto muito mais chato que poderia ou deveria ser...

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Juma

 Juma é a estrela selvagem de ambas as novelas: criada no mato, pela mãe Maria Marruá, arredia, a Juma antiga era agressiva e desconfiada mas, pelo menos, reconhecia atos de bondade e amizade das pessoas.

Juma Marruá, por Cristiana Oliveira e Alanis Guillen
Essa Juma de agora é completamente agressiva, mesmo durante uma conversa tranquila com alguém, ela é carrancuda e mal educada. 

Sinceramente, cansativa, chata. 

A Juma de antes pelo menos ria e conseguia ser amigável e carinhosa com outras pessoas que não o Joventino. Essa é simplesmente insuportável. 

Juma Cristiana falava de forma normal, daquele jeito dela, chucra, porém muitas vezes conseguia ser delicada.
Juma Alanis não consegue entabular uma simples conversa sem jogar algo na cara ou ser grosseira.
Acho que isso estava pegando tão mal que deram uma aliviada nos últimos capítulos e ela melhorou o gênio.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Banguela foi embora. 

Meu whippet teve um câncer agressivo que me fez relutar em "fazer o certo" até o último instante, e ainda não sei se foi realmente a hora certa.
Eu passei dias brigando comigo mesma, mas no final... no final eu tive que acompanhar meu cachorro pra última vez que ele ia compartilhar seu amor comigo.

Pois era isso que ele era, amor. Amor por todos nós, pelo sol, pela grama, pelo carinho, pelos paninhos, pelo sofá. 
Amor pelos outros cães, ainda que de vez em quando tomasse umas mordidas por ser abusado.

Ele chegou em casa quando o Moxitinho tinha 2 anos e, do momento em que se conheceram, até o dia da morte do Moxito, foram amigos, no sentido mais canino que eu já vi.

Ele era tão devotado ao amigo que eu costumava chamá-lo de "secretário".
Moxitinho inventava suas graças e Banguela o seguia. 
Mesmo quando ele via que não tinha mais sentido seguir seu amigo, ainda assim ele seguia.

Como quando Moxito passava horas latindo para o "gato imaginário" dele, lá estava o Banguela esperando ele acabar.

Quando Moxitinho passava mal, Banguela deitava dentro da caixa dele e fazia companhia. Quando ele morreu, Banguela ficou semanas deprimido; não queria mais brincar com as cadelas, passava horas deitado em cima do túmulo do amigo dobermann.

Cuidou com carinho dos filhotes do Moxitinho, como uma babá preocupada. 

Queria poder compartilhar todos esses momentos, mas foram muitos. 
Quando Moxitinho morreu, eu e ele ficamos tão tristes que unimos nossas dores e ele veio me fazer companhia dentro de casa, mas como bom whippet, ele pulava o portãozinho e ia passear na rua. O medo de que fosse roubado me fez mandá-lo de volta pro quintal - isso e uns cocôs perdidos no quarto de brinquedos.

Banguela foi um dos cães mais meigos e doces que eu tive o privilégio de conviver. 
Acho que essa é a maior característica dos whippets, e é por isso que eu gosto tanto dessa raça.

Eu tive que tomar algumas decisões muito difíceis na minha vida, a maioria delas relacionada a cães e leishmaniose. Dessa vez não foi leishmaniose, foi câncer. 

Ver ele dormir e sentir seu coraçãozinho acelerar loucamente antes de, finalmente, parar, é uma das sensações que eu nunca vou esquecer na minha vida.

Que Deus me perdoe por todos os cães que eu tive que sacrificar; por todos os cães que eu doei, seja por qual motivo for; por todos os cães que eu, ao invés de ter dado um lar de verdade, que é o que todo cachorro merece, deixei no canil, dando pouca atenção, soltando só uma ou 2 vezes por dia. 
Cães merecem mais que isso. Merecem ter seus lares, seus donos, merecem dormir ao sol, cavar buraco, merecem brincar de bolinha e beber água de mangueira. 

Chegando agora depois de tantos anos, acabo de perceber que um dos meus maiores arrependimentos foi criar cachorros. 
Não pelos gastos ou tempo perdido a toa, mas pelo pouco que eu fiz por eles. Poderia ter feito a diferença pra muitos cães e não fiz. 
Vendi filhotes adoráveis para pessoas que não os mereciam. Doei cachorros maravilhosos simplesmente por não se encaixarem nos meus planos de criação. 

Talvez por isso eu tenha sido punida e tenha perdido meus cães preferidos, todos cedo, nos meus braços. 

Se isso foi um ciclo, que, por favor, se encerre. Eu não aguento mais ter o coração dilacerado por cada cachorro que vai embora. 

Que Deus me perdoe por tudo isso. 







quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Prós e Contras do remake de Pantanal: personagem Zaqueu/Zaquieu

João Alberto Pinheiro
Zaqueu era um dos meus personagens preferidos. 

O mordomo da família Novaes entra na segunda parte da novela, quando todos já estão "quebrados", para ser o acompanhante de Mariana quando ela fica sozinha no Rio de Janeiro, e depois a acompanha até a fazenda do pantanal, fazendo amizade com Alcides e, depois, ajudando na vingança do peão quando este enfrenta Tenório.

Zaquieu, como se chama o personagem no remake, não é diferente. 

Ambos homossexuais, atraídos pela vida selvagem pantaneira, tem a ambição de tornar-se peão e ir em uma comitiva como cozinheiro.

Silvero Pereira
O Zaquieu é tão interessante quanto Zaqueu foi. Se intrometendo na cozinha da Filó, ajudando em muitas coisas e dando seus pitacos em tudo, ele aos poucos entrará na vida de todos, PORÉM o antigo Zaqueu era mais leve (como todos na antiga novela). 

Ele levava as coisas melhor, era mais suave, mais light. Ocasionalmente ele se magoava com as zombarias mas levantava a cabeça e ia em frente.

O Zaquieu atual é chato. Quer tudo na hora. 

À parte a lacração anti homofobia, tudo ele vai choramingar para a Mariana que retorna até Zé Leôncio "cobrando" algo: ele quer ser peão, então todos PRECISAM ensinar o rapaz; Ele quer ir a uma comitiva, então Mariana acha que, MESMO ELE NEM SABENDO MONTAR DIREITO, ele PRECISA ser chamado pra integrar uma comitiva.

Ser peão é mais que saber andar a cavalo, mas não importa: ele quer e TEM QUE SER e pronto. 

Críticas à parte, o ator é muito bom!



 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Homenagem à Cláudio Marzo no remake

Sábado teve uma cena inesperada no remake da Globosta: 
Uma homenagem póstuma ao grande ator Cláudio Marzo, que em 1990 interpretou o velho Joventino, Zé Leôncio e o Velho do Rio.



Cláudio Marzo faleceu em 2015 deixando um enorme legado em novelas e filmes.

Em Pantanal ele conseguiu substituir com maestria o carisma de Paulo Gorgulho, algo que Marcos Palmeira não chegou nem perto de fazer.

Para criar a cena, o departamento de efeitos visuais da Globosta utilizou imagens de sua última novela, feita em 2008, Desejo Proibido; a idéia inicial de utilizar imagens da trama original de 1990 foi abandonada por detalhes de direitos autorais.

De qualquer forma, a cena ficou belíssima!

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

 


Eeee, amiguinha, queria que você tivesse sido mais feliz em casa, mas seu lugar era o sítio. E agora que você se foi, tenho certeza que, diferente de outros cachorros, não vai voltar pra latir aqui, vai é latir lá no lugar que você amava de paixão. 

Vai caçar preá no céu, vai. Quem sabe seu dono Galego veio pra te buscar, que ele precisava de um cão amigo e fiel lá com ele... 

Lassie caçadora, deixou a gente aqui nessa saudade enorme. Carol nem sabe ainda que você não tá mais conosco. 
Desculpa o mau jeito, me perdoa qualquer coisa. 


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem José Lucas de Nada

Zé Lucas foi um personagem não planejado na trama. 
Foi criado exclusivamente para que Paulo Gorgulho pudesse voltar, já que havia agradado ao público. 

Nascido e criado em uma currutela, a mãe de Zé Lucas se chamou Generosa e foi a primeira mulher da vida do então jovem Zé Leôncio.

Ela acabou grávida e sequer sabia o nome do rapaz que a havia engravidado. Colocou então o nome de José Lucas de Nada no garoto, que cresceu com vários "pais", os peões que iam na currutela e o ensinavam a laçar, tocar berrante e mexer com a lida. 

José Lucas, por Paulo Gorgulho e Irandhir Santos.
Ele inicia sua caminhada levando uma boiada pelas estradas até ter seu caminhão roubado. Escapou da morte por um triz e acaba caindo na fazenda do pai, sem saber, óbvio, que estava na frente do pai. 

Sua semelhança com o jovem Zé Leôncio impressiona à todos que o conheceram, inclusive ao próprio Zé, que inicialmente acha que Zé Lucas seria seu irmão. 

Histórias contadas e fatos esclarecidos, Zé aceita que José Lucas é seu filho. Os irmãos aceitam a presença do primogênito e ele se adapta á rotina da fazenda. 

Tudo isso fazia muito sentido na trama original, pois Paulo Gorgulho fez ambos os personagens, Zé Leôncio e Zé Lucas.
Mas no remake isso ficou furado, pois Irandhir, que deu vida ao velho Joventino, ao invés de viver o Velho do Rio, como fez Cláudio Marzo na versão original, foi colocado no papel de Zé Lucas de Nada.
E NINGUÉM na fazenda, além do próprio Zé Leôncio, conheceu o velho Joventino. 

Então quando as pessoas viam o rapaz, "se assustavam" com a semelhança dele e do Zé, mas nossa, ficou extremamente forçado!!

Obviamente vários elementos foram acrescentados na história, como a jornalista Érika, uma paixonite pela Juma, uma rivalidade com o Jove pela garota... 

Falando francamente, o personagem não me agradou, assim como não agradou a várias pessoas na época, mas ele, enfim, encontrou seu lugar e teve um final digno no seio familiar. 
Ver o Paulo Gorgulho atuando ajudava a aceitar melhor o personagem. Mas Irandhir, apesar de excelente ator, não teve a mesma recepção pelo público atual: nem agradou como galã, nem como personagem. 

Fora isso, Zé Lucas Gorgulho tinha mais sangue nos zóio, era mais macho, mais peitudo. Esse chora por tudo, acha ruim com tudo e todos, tudo ofende, tudo ele reclama. Ok, faz parte da agenda lacradora, mas devem ter reclamado pois nos capítulos finais ele deu uma amenizada. 

Foi um belo tiro no pé, pra falar a verdade, nesse remake. 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Prós e Contras do remake de Pantanal: personagem Guta

 

Guta vivida por Luciene Adami e Júlia Dalavia

Guta foi uma espécie de "antagonista" feminina, porém logo abandonou esse perfil e seguiu seu próprio caminho.

Com uma história amorosa bem confusa, descobriu da pior forma que seu pai mantinha 2 esposas e tinha mais 3 filhos com a segunda. Se apaixona perdidamente pelo meio irmão e acaba se envolvendo com ele, para no final descobrir que na verdade Marcelo NÃO É um meio irmão.

O perfil da personagem sempre foi meio altivo e arrogante, e ela uma moça "de cidade". 
Cheia dos ideais, feminismo, enfim, ela precisava ser assim para mostrar ao "pessoal da fazenda" como as coisas funcionam fora do sertão pantaneiro.

A Guta atual não é diferente, a maior diferença na minha opinião é que a antiga Guta era um pouco mais educada, no sentido de ter educação mesmo, classe, usava sempre roupas boas, de uma jovem da idade dela, sabia ser educada.

A Guta de hoje vive em eternas férias de biquíni e saída de praia. Nem no casamento do Jove ela conseguiu ir de roupa um pouco melhor, até o Zé Lucas, com suas eternas regatas, colocou uma linda camisa, mas a garota da cidade, independente e toda cheia de marra, foi super mal vestida. Aliás essa parte da novela foi tosca, a Maria Bruaca sequer trocou o vestido do dia a dia, caramba, eles iam a um casamento, custava trocar de roupa???

Enfim, a de hoje parece mais detestável do que a antiga. 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Xeréu Trindade, o Cramulhão

 Xeréu Trindade, o Cramulhão, foi um personagem icônico dessa novela. 

Interpretado na primeira versão pelo violeiro Almir Sater e, no remake, pelo filho deste, Gabriel, Xeréu dizia ter um "trato" com o diabo: teria trocado sua alma para poder ser o melhor violeiro de todos. 

Na primeira versão Xeréu era calmo, tranquilo, e fazia suas previsões, por vezes totalmente furadas, como quando irma vai até o Rio de Janeiro buscar sua mãe (ele disse que ela nunca mais iria voltar) e que os irmãos iriam se matar pela Juma, algo que também não aconteceu.

Xeréu Trindade por Gabriel e Almir Sater
Mas o personagem também acertava de vez em quando e fez a nossa alegria durante boa parte da novela - Almir ele em determinado ponto da trama para gravar Ana raio e Zé Trovão. 

O Xeréu do remake é mais bravo, onde Almir ria e brincava, Gabriel é agressivo e sério. 

Porém ambos ficaram bem no papel, embora eu ache que Almir fazia uma cara mais parada durante as previsões, como se estivesse realmente vendo algo. Gabriel cerra os olhos e faz uma voz cavernosa e, de repente, volta ao normal. 

Ambas as interpretações são boas... Mas pro meu gosto pessoal, Almir ainda é O cramulhão. 

Prós e Contras do remake de Pantanal: personagem Filó

 

Filó vivida por Tânia Alves, Jussara Freire (abaixo), Letícia Salles e Dira Paes (acima)

Filó. A eterna apaixonada pelo Zé Leôncio, a ex prostituta que foi morar com ele, teve um filho e ficou por ali cuidando de tudo até que, ao ver seu casamento naufragar, Zé resolve ceder aos encantos da morena e passa a morar com ela maritalmente.

Na primeira trama, Filó é um acessório - importante - da vida do Zé. É ela quem está sempre ali do lado, embora seja convenientemente colocada de lado quando convém, como quando Irma aparece, ainda jovem, no pantanal. 
Percebe-se claramente que Zé mora com ela e sente um grande afeto por ela, mas não a ama. Inclusive tem várias conversas entre o Zé e Irma onde ele deixa isso claro. A "pobre Filó" merece consideração, sim, mas não amor. 
Mesmo sentindo tudo isso, Filó aceita e se mostra sempre presente na vida dele. 

A nova Filó é abusada onde a antiga era humilde e recatada. Letícia Salles é marrenta e agressiva, Tânia Alves era quieta e discreta. As roupas também mudaram, talvez pela época, não sei. Nos anos 60 e pouco quando se passa a primeira novela, Filó usava vestidos comportados, e no remake os vestidos se transformaram em shorts curtos e mini blusas. 

A caracterização ficou melhor no remake: Dira Paes até se parece um pouco com Letícia Salles. Tânia Alves - já na época uma grande estrela - tinha cabelos eternamente cacheados, e Jussara Freire, não, tem cabelos tão lisos quanto uma índia. 
Mas Jussara era tão Filó, tão engraçada, meiga ne boa, que a gente acaba esquecendo e passa pano. 

As roupas, novamente, mudaram: Filó Jussara usava os eternos vestidos de pano e Jussara Dira usa roupas alegres, coloridas, dignas de uma dona de casa. 

O Zé Leôncio atual também mostra ser mais apaixonado, ele até pede desculpas pelo deslize com a Irma - algo que não acontece na novela original. 

Ambas são as rainhas do lar: ninguém mexe na sua cozinha, porém Jussara Dira aceita chamar Irma pelo nome e aceita sua ajuda para as tarefas de casa, quando dá na louca da carioca em ajudar, oque não acontece sempre (as cenas de Irma tomando um "pau" do côco com a faca, passando cera vermelha no chão da cozinha ou ainda esfregando os lustres da casa foram dignas de pena).. 

Filó Jussara chama Irma de "Dona" a novela inteira praticamente, e nutre sua mágoa, seu ciúme por Irma até que ela finalmente se acerta com Xeréu. 

Filó Dira faz amizade com Irma, Filó Jussara trata Irma como uma hóspede a novela inteira, e Irma nunca fez questão de ajudar em nada, como condiz à dama que ela parece achar que é. 
O clima só melhora mesmo quando Irma deixa de suspirar e lançar olhares languidos para José Leôncio. 

No geral, a Filó atual se coloca melhor como dona da casa, mas a Filó antiga é bem mais simpática e "filó". 

sábado, 18 de junho de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Tadeu Aparecido

 Tadeu é um personagem redondo; é igual em ambas as versões, alegre, despojado, de boa índole, com um certo ciúme do Joventino. 

Na versão original, foi vivido pelo Marcos Palmeira, que hoje faz o papel de José Leôncio. 

Tadeu vivido por Marcos Palmeira e José Loreto
Tadeu é aquele rapaz sempre alegre, embora o atual seja um pouco mais atormentado, aliás como todo esse elenco. 

Até agora não teve mudanças na história; Tadeu é aquele filho ciumento que sente estar sendo preterido em favor do "legítimo". 



Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Tenório

Tenório é o vilão da novela. 

Um vilão no mais puro conceito da palavra pois é cruel, desonesto e além de tudo bígamo. 

Foi ele que, ainda jovem, vendeu terras griladas no Sarandi para um grupo de posseiros, dos quais faziam parte Gil e Maria, iniciando aí toda a desgraça que se abateu sobre a família - que no entanto já vinha de outras invasões, haja visto que haviam perdido 2 filhos em confrontos com donos de terras.

Tenório interpretado por Antônio Petrin e Murilo Benício


Quando Tenório conta essa história para Zé Leôncio, diz que o dono das terras foi quem armou tudo e ele também havia sido enganado - e é algo que jamais saberemos, pois Gil matou os donos das terras do Sarandi. 

Num dia em que Guta pergunta ao pai como ele começou sua vida, o homem conta como perdeu seus pais, ambos bóias frias, num acidente de caminhão. Como desistiu daquela vida e foi, sozinho e sem um tostão, tentar a vida na cidade. 
Como conheceu Maria Bruaca e se casou com ela, e como fez de tudo para nunca mais passar fome novamente. Um homem que fez o que precisava ser feito para subir na vida, sem se importar em pisar em quantas cabeças fosse,

O Tenório da novela original, porém, tinha cara de vilão; o do remake é novo demais, apesar de já ter uma certa idade, para tal papel.
Murilo Benício foi a aposta da Globo para viver esse personagem tão complexo, que no entanto é bem diferente do anterior, sendo PIOR até do que o vilão da novela original, e olha que aquele era uma peste!

O Tenório antigo tenta fazer vários negócios com Zé Leôncio, desde comercializar uma pinga artesanal até uma fazenda de criação de jacarés, e - ainda bem - não se concretiza.

Daí Tenório tenta prejudicar Zé de outras formas e, no final, até tentativa de assassinato acontece, com a contratação de um pistoleiro.

Esse Tenório de agora é pior, pois tem ligações escusas com políticos corruptos, o CPF da outra esposa está bloqueado por investigação da receita federal e ele rouba o gado sem marca do Zé Leôncio, depois que viu que o namoro da Guta com o Tadeu não deu em nada. 

Acredito que coisas piores virão, aliás tenho certeza, pois o segundo filho do Tenório, Renato, é uma cópia fiel do pai: péssimo caráter.

Ainda teremos muita água rolando debaixo dessa ponte. Mas quando Tenório descobre que Guta e Marcelo estão envolvidos e que ela está grávida, a atuação de Petrin é visceral, profundo. O cara é um monstro da interpretação, algo que Murilo não conseguiu fazer de forma alguma. 
Da morte do filho ao descobrimento da gravidez de Guta, Benício aparentemente usa uma máscara de indiferença... 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

A Morte de Madeleine e as mudanças psicológicas dos personagens no remake de Pantanal

É até estranho abrir um tópico apenas para falar disso, mas é algo de imensa importância na novela, e eu nem sei se é algo consciente, de roteiro, ou algo imaginário da minha parte, mas a morte da personagem Madeleine na trama de Pantanal tornou-se fundamental para o bom andamento da novela.

Desde o início eu tenho notado uma imensa diferença na parte psicológica dos personagens, como eu comentei aqui. Aparentemente o diretor quis dar uma ênfase na trama, modificando a estrutura de alguns perfis para os dias de hoje.

Nota-se isso logo de cara, na primeira fase da novela, no Zé Leôncio. 
Onde Paulo Gorgulho era bem humorado, calmo e, mesmo sofrendo pelo sumiço do pai, alegre e brincalhão, Renato Góes foi atormentado e desinteressado. 

Mesmo em momentos de descontração, O Zé de Renato conseguia ser melancólico e o de Paulo, de bom humor. 
A mudança foi tão radical que se estendeu à segunda fase e temos então um Zé Leôncio bem diferente do antigo. Onde Cláudio Marzo era ponderado e calmo, mesmo quando se irritava, Marcos Palmeira é abrutalhado, grosseiro e mal humorado, mesmo no dia a dia. 
Isso foi inclusive notado por fãs que repararam e comentaram essa diferença em foruns de discussão, e a geração Z que assiste a novela pegou "ranço" do personagem, tão querido na novela anterior; hoje ele é chamado de "bad vibes".

Filó antes era bem humorada, ácida, vivia com a "mão na massa", fosse descascando um alho, arrumando uma cama, escolhendo feijão, estendendo roupa e, durante suas reinações, via tudo que se passava. De vestido simples, sem ares de rainha ou dona, Filó tinha um sorriso meigo e jeito sincero.

A Filó atual é também melancólica, se veste como uma patroa e, embora apareça na cozinha, nem sempre é cozinhando. Sim, claro que ela aparece cozinhando, afinal ela é a "dona da cozinha", mas a Filó antiga jamais se queixava de uma tarefa, e a Filó atual parece se ressentir pelo papel ao qual ela é relegada. 
Não sei se quiseram dar um tom mais pitoresco, mas outro dia ela apareceu batendo grãos num pilão, e eu achei exagerado até mesmo se fosse em 1990.
Obviamente tem as vantagens de atualmente, as modificações: a roupa, as regalias, eu entendo tudo isso. mas a personagem perdeu suas características principais que eram a rusticidade e a sinceridade que nos fazia gostar tanto dela, quando falava sozinha com seus botões. 

Todos mudaram, obviamente, mas as mudanças mais radicais foi nos personagens principais. Mariana que de uma boa pessoa, prática, porém sincera, tornou-se uma manipuladora interesseira e megera; Tadeu, jovial e imaturo, transformou-se num rapaz sem sal, embora a performance do ator seja ótima; Joventino era um animado garoto que gostava de zombar de tudo, transformou-se num chato, chorão e depressivo "garoto"!

E o que tudo isso tem a ver com a morte da Madeleine?

Bem, o problema é que todos gravitavam em volta dela: mãe, irmã, filho, ex marido, peguete, suposta nora. 
Ela reclamava que a irmã vivia através da sua vida, mas quem ia buscar o Joventino na escola quando ela simplesmente não aparecia? Irma. 
Quem informava ao pai como o garoto estava vivendo?  Irma. 

Ela indiretamente impedia que Zé visitasse ou tivesse qualquer informação do garoto. Poderia ter tomado MIL providências para que eles não perdessem o contato, o garoto poderia ter passado as férias na fazenda a cada 6 meses, mas Madeleine, ferida por Zé não querer saber mais dela, inventou que ele era órfão e assim ficou. 

Ela odiava TANTO o pai do seu filho que indiretamente passou esse ódio ao filho. Jove não conseguia ver o pai que tinha e Zé, com tanta mágoa e expectativa represadas no peito, não conseguiu deixar de lado algumas crenças. 
Como eles mesmos disseram, eles não eram o pai e filho que ambos esperavam. 
Por outro lado, sendo Jove "tão mais evoluído" por ser da "cidade grande", poderia ter tentado entender que, no interiorzão, não adianta tentar se fazer entender à força. Entrou num embate ridículo com o pai pecuarista e não tendo carta nas mãos para um bom jogo, acabou tendo que se render ao óbvio: sem o sustento do pai, ele não é nada.

Outra coisa que foi insinuada na novela, é que Madeleine deveria se separar de Zé - finalmente - e "cobrar o que lhe era de direito": ou seja, arrastá-lo à uma briga judicial pela divisão das fazendas, afinal eles se casaram nos anos 80 e na época era muito comum a comunhão total de bens. 

Madeleine, ao embarcar naquele avião com destino ao Pantanal, foi disposta a recuperar tudo que havia perdido: marido, filho e direitos. Ia passar como um trator em cima da Filó, que, como também dito, era apenas uma empregada com quem ele passava as noites. 

Na cabeça dela, já que ele não havia pedido o divórcio, Zé ainda sentiria algo por ela. 

A trama original não tinha a intenção de matar Madeleine, e eu realmente não sei qual seria o destino dela na novela, mas Ítala Nandi quis sair e então essa foi a - melhor - solução na época. E hoje também, tendo em vista que Madeleine era uma pessoa muito pior do que antes. 

E ao morrer, todos os laços que ela indireta e inconscientemente criou se desfizeram: o filho não precisa mais ter medo de amar o pai e com isso desagradar a mãe; não precisa mais falar que "o pai cheira bosta de vaca como minha mãe sempre disse", mas como disse sabiamente Gustavo: ela NUNCA esqueceu esse cheiro. Jove agora pode tentar se entender com o pai sem a sombra de desaprovação de sua mãe. 

Irma não precisa mais cobrir os buracos da falta de atenção de Madeleine, pode fazer o que quiser, pode ser sincera em amar quem quiser sem o peso da culpa, por amar o cunhado. 

Gustavo pode viver uma vida plena, sem esperar um ataque ou um retorno de Madeleine em sua vida e mexer em sua cabeça e seus sentimentos, como ela fez tantas e tantas vezes.

Zé Leôncio está livre da onipresença dela; ela, a mãe de seu filho que destruiu sua vida, que fez com que ele nunca pudesse se casar com a Filó ou se lembrar do passado sem a mácula da decepção. 

Filó está livre para ser o que sempre foi: mulher de Zé; pois antes ela era "a outra". Sempre foi "a outra". 

E Mariana, afinal, está livre de uma filha que nunca soube o que quis da vida, obrigando a mulher a tomar atitudes extremas para proteger a eterna criança mimada. Por culpa dela? Sim, ok, mas ainda assim, mimada e com uma vida sem sentido. Uma filha que jamais conseguiria caminhar sozinha, sem a mãe para ajudar. Uma filha que demandava enorme esforço para sobreviver ao caos psicológico que ela mesma se enfiava. 

Isso não fica tão claro na primeira novela, e como eu disse, talvez seja uma análise doida minha, mas eu tive essa percepção nos capítulos subsequentes da novela. 


Prós e contras do remake de pantanal: personagem Nalvinha/Nayara

 Se teve uma personagem (tanto na trama antiga quanto na atual) que "encheu linguiça" foi essa. A suposta namorada do Jove no Rio de Janeiro.

Vivida na primeira versão pela atriz Flávia Monteiro, era uma garotinha cheia de manhas, mentirosa, que inventa uma gravidez para se aproximar da família do rapaz, acaba em longas conversas com Gustavo e, no final, fica com ele. E assim, encerra-se a participação tanto dela, quanto do pobre escravoceta Gustavo.

Flávia Monteiro
 No remake da globolixo, Nalvinha está de roupa nova;   chama-se Nayara e é uma digital influencer, como sua   "sogra" Madeleine.
 Em um dos capítulos, em que Madeleine vai atrás dela,   por causa de uma invasão de contas no Facebook do   Jove, percebe-se a origem humilde, de quem mora numa   comunidade, as antigas favelas cariocas. 

 Nayara entra então numa roda viva com Madeleine, que   aparentemente é uma digital influencer já famosa, porém   com o tempo percebe o que todos já sabem: sua "sogra" é   uma narcisista que só pensa em si mesma. 

 Sua parte mais relevante será quando Juma a empurra   dentro da piscina da casa dos Novaes.
 
 Nayara é mais interessante e mais descolada que   Nalvinha, dada inclusive a época em que ambas as novelas se passam. 

Ela vai morar com Gustavo, praticamente se enfia na casa dele e o pobre homem não consegue se livrar dela e, claaaro, acaba ficando com ele, em ambas as versões. 

Nayara vivida por Victoria Rosseti - pós Madeleine

Nayara antes de Madeleine
 Nayara inspira pena onde Nalvinha inspirava raiva. 
 Percebe-se a pobreza em que a personagem vive, algo que não foi   mostrado na trama original, e aliás eu duvido que Nalvinha viesse de família pobre. 

Madeleine usa Nayara para alavancar seus vídeos, ganhando um tipo de patrocínio. Nayara é uma assistente dedicada, e trabalha duro para ajudar a sogra e conseguir também seu quinhão ao sol, nessa vidinha fútil que os influencers digitais vivem, fora da realidade. 

Quando, finalmente, a grana sorri, Madeleine, percebendo o desinteresse de Jove pela menina, trata de despachar a assistente sem demora, porém não de forma delicada ou sutil: simplesmente contrata uma equipe e faz pouco caso de Nayara, que percebendo que foi descartada, corre para a casa de Gustavo, para chorar as mágoas e tentar entender o que ela fez de errado.

Aliás, ela tem muitos "sentimentos controversos" a respeito dela mesma e Jove: a velha história que ela amou e ele também, mas ele mesmo nunca disse com palavras, apenas  "dava sinais".

Nayara sente-se tão confusa que enreda numa autocomiseração, que a leva até a casa de Gustavo e se envolve com ele, mesmo meio contra a vontade.

A cena final de ambos, espero, pois fechou o arco muito bem, foi Gustavo indo viajar pelo Brasil de moto e chamando Nayara pra ir com ele, encerrando, assim, o núcleo carioca,

Ficou muito bom, muito mesmo, melhor que a original, pois na versão de 1990, Gustavo é obrigado pelo pai de Nalvinha a se casar com ela, e passa a ser um "pai" ciumento e chato, que abandona a psicanálise e quer se isolar no Amazonas com a esposa por puro ciúme. 

terça-feira, 24 de maio de 2022

Prós e contras do remake de pantanal: personagens, Irma e Madeleine

Irma e Madeleine são as irmãs cariocas que se encantam com a rusticidade e beleza do peão José Leôncio da novela pantanal.

Madeleine vivida por Ingra Liberato, Ítala Nandi, Bruna Linzmeyer e Karine Teles

Criatura insuportável em todas as épocas e fases, Madeleine do remake consegue ser 10 vezes PIOR que a original. Sim, pois a primeira Madeleine era uma garota da alta sociedade carioca dos anos 60, que não encontrava um homem que a fizesse "perder a cabeça". Ela tinha o costume de corrigir os erros de fala do Zé, como a concordância verbal, porém não era uma criatura egoísta que só pensava em si mesma e brigava com todos. 

A Madeleine do remake é hedonista, egoísta, mimada, infantil e acha que o mundo deve girar ao seu redor. A cena em que José Leôncio vai até o RJ para informar o sumiço de Joventino, e Madeleine acha que ele veio conversar "sobre ela" e quer sair da presença dele, mostra bastante esse lado. A maneira como ela trata o escravoceta Gustavo também deixa claro esse lado dela.

A Madeleine de Ingra, ainda que fosse carioca porém puxasse forte no sotaque baiano, era meiga, escrevia cartas onde falava de seu amor e suas experiências no pantanal. Você sente a ternura entre o casal, os atores representaram muito bem as demonstrações de amor. Apesar de serem literalmente 2 estranhos e o sentimento fosse crescendo com o passar do tempo, você sente que existiu carinho, e não capricho. Porém era uma madame, que ficava passando baton enquanto Filó escolhe arroz e tem medo de tudo. 

Bruna e Karine fizeram uma Madeleine grosseira, estúpida nas demonstrações de carinho. Ela sentia tesão pelo Zé e isso a levou a confundir o sentimento com amor. 
Na segunda fase, Madeleine se torna uma Digital Influencer, e mostra através da internet uma vida hipócrita e vazia. Jantares e vinhos dos quais ela mal participa, apenas posta em suas redes para seus seguidores verem a "vida" que ela tem. 

Na primeira versão a atriz Ítala Nandi precisa sair da novela então ela é "morta" em um acidente de avião, mas essa nunca foi a intenção original da trama. Muitas teorias foram soltas durante o remake, mas finalmente Madeleine segue seu destino: o avião sai da rota e cai no Rio São Lourenço; ela e o  piloto escapam de dentro da aeronave mas, feridos, ambos provavelmente são comidos por piranhas e não tem seus corpos encontrados. Sua última aparição foi no sonho que Zé tem com ela, pedindo ajuda. O homem então parte para Cuiabá, perto de onde caiu o avião, para encomendar uma semana de missas pela alma da falecida esposa.

Se antes, Madeleine era uma chata, hoje, sendo insuportável porém digital influencer, ela conquistou vários fãs entre a também intragável geração Z, que se veem refletidos na vida falsa da personagem.


Irma vivida por Carolina Ferraz, Elaine Cristina, Malu Rodrigues e Camila Morgado

Irma, a irmã doce, meiga, tranquila e sensata de Madeleine, está um pouco mais - na minha opinião - venenosa e vazia no remake.
Apesar de ter uma vida pacata dentro de casa, saindo pouco, Irma não vivia a vida através das experiências da irmã. Ela tinha uma vida social, pequena, mas tinha. Ocupações e hobbies. No remake, sua vida gira em torno da vida de Madeleine. 

OK, que nas duas versões, a tia é a grande "facilitadora" das travessuras do Joventino: asa delta, karatê, inclusive participando de um campeonato depois de adulto (ou seja, ele terminou alguma coisa), e percebe-se que a tensão entre elas cresceu conforme Jove prefere a tia. Aquela amizade não existe mais entre ambas. 

Quando Irma vai visitar Zé Leôncio no Pantanal e se entrega a ele, as cenas são muito meigas, e ela em si também. Carolina Ferraz fez um trabalho magnífico interpretando a doce e meiga moça, que, no entanto, passa por cima da Filó e vai dormir com o Zé na cama dele - e então é quando a Filó percebe que eles dormiram juntos, pois a cama está arrumada. 

Em ambas as versões você percebe que a admiração dela é mais forte do que ela demonstra, mas na trama de 1990 ela não é tão direta quanto em 2022. 
Quando Irma vai ao pantanal, no remake, ela provoca Filó e bate de frente com a moça, que inclusive é bem mais agressiva e menos servil que na versão antiga - mas eu falo sobre isso em outro tópico.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagens Quim e Tião

Meus Sais de Banho!!! Eu nem ia falar dessa dupla aqui, pois participaram por bem pouco tempo da novela. Praticamente só na primeira fase. Na segunda fase nem apareceram, só em suaves lembranças.

Mas a globosta no capítulo de ontem (16/05) fez uma bela homenagem aos 2 personagens, então eu acabei resolvendo colocar aqui.

Tião vivido por Marcos Caruso e Fábio Neppo
Quim e Tião eram os dois peões atrapalhados e folgados que viviam na fazenda do pantanal e que depois foram tomar conta da fazenda de MG.
Daqueles tipos de amigos inseparáveis, que vivem e morrem juntos.

Foi o que aconteceu na primeira versão: ambos estavam aposentados, mas foram mexer num trator, sofreram um acidente e morreram juntos. A notícia chega pelo rádio, todos lamentam, algumas imagens são mostradas em lembranças, e essa ponta solta se fecha.

Quim vivido por Ewerton de Castro e Chico Teixeira
No remake, Quim e Tião cumpriram o mesmo papel: peões da comitiva do Joventino, depois do Zé Leôncio e, por fim, administradores de uma fazenda de gado leiteiro em MG.

A diferença ficou que colocaram um violeiro no papel do Quim, filho do Renato Teixeira, e quem morre num acidente de trator é só o Tião, deixando o amigo desconsolado, tocando sua última moda de viola, pra morrer de tristeza horas depois.

A fazenda do pantanal recebe a notícia do falecimento do Tião e, no auge da tristeza, Zé está pensando numa maneira de trazer Quim embora com ele, para que o velhote não fique sozinho; Quim então aparece, idoso, numa última música de despedida, repetida ao mesmo tempo por Trindade na roda de viola e então chega a segunda notícia: Quim se vai, acompanhando seu amigo de toda uma vida. 

Foi uma adaptação muito bonita. Quim foi representado, em seus últimos instantes, por Renato Teixeira, pai de Chico. 
Nem preciso dizer que eu chorei né?


Renato Teixeira interpretando Quim na segunda fase

sábado, 14 de maio de 2022

Pantanal: duelo de viola entre Almir Sater e seu filho Gabriel

 No dia 9/5 o remake de Pantanal apresentou uma cena inesquecível: um duelo entre os violeiros Almir e Gabriel Sater, pai e filho.

Foram poucos minutos de uma "batalha" de viola que valeu a pena o capítulo inteiro.
No final, Almir ainda brinca: pode contratar esse "filhote de Cramulhão", que era como ele foi conhecido na novela Original da Rede Manchete!






segunda-feira, 9 de maio de 2022

Prós e contras do remake de pantanal: Almir Sater

 Almir Sater foi uma das revelações dessa novela.

Embora eu já conhecesse seu nome por causa de uma música sua usada na trilha sonora da novela global "Fera radical", os parcos recursos na época não me permitiam descobrir quase nada a respeito desse violeiro, e eu só voltei a ver seu nome quando ele apareceu em Pantanal mesmo.

Ivan de Almeida
Aparentemente ele fez pontas no cinema na década de 80, mas ficou mesmo conhecido em Pantanal, no personagem Xeréu Trindade, o peão que tinha um pacto com o diabo. 

De olhar sereno e voz baixa, Xeréu era um homem sombrio que dava arrepios quando falava as coisas que ele via, como se o diabo falasse por ele.
Embora não fosse um graaaande ator, fez tanto sucesso que foi chamado para fazer outras novelas, sendo ainda na Manchete, A História de Ana Raio e Zé Trovão, depois na Globo, O Rei do gado - junto com Sérgio Reis de novo - Bicho do Mato (Rede Record) e agora, tantos anos depois, no remake de Pantanal.

 O papel que ele está fazendo no remake existia, e foi feito por Ivan de Almeida: o chalaneiro, que trazia e levava as pessoas pelos rios do pantanal e se chamava Orlando. 

Almir Sater como Eugênio e Xeréu Trindade
 No remake, Orlando passou a se chamar Eugênio e é interpretado pelo ex cramulhão,  Almir Sater, que além de chalaneiro é violeiro e aparece bem mais na novela que seu antecessor. 

 Está mais velho - claro - usando óculos e mais parece um sábio da alma humana que um simples chalaneiro. 

O papel que foi seu na trama original, ficou com seu filho, e vou esperar um pouco para dar meu parecer, pois ele acabou de "entrar" na novela. 

Mas já adianto que ele é a cara do pai dele, e toca bem igual.




domingo, 8 de maio de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Levi

 Levi foi um personagem que teve vida curta na novela. 

Interpretado na primeira versão pelo nadador e ator Rômulo Arantes, Levi era um peão grosseiro, ignorante e assediador, já em 1990.

Rômulo Arantes
  Tem um breve caso com Maria Bruaca, mas morre de forma trágica por   causa de seu desejo insistente pela Muda.
 Levi fica perturbado, rapta Muda, vai até a tapera de Juma, que então atira   nele. Ferido e sem a mulher "amada", Levi vai até o barco para fugir mas   encontra Tibério e Xeréu. Tibério atira na perna de Levi, mas este cai no rio   e é comido por piranhas na margem mesmo. 

  No remake, Juma atira no peito de Levi, que, sangrando muito, vai até o barco e a cena se repete, porém dessa vez Tibério não atira: manda Xeréu ver se tudo está bem na tapera e persegue Levi de barco pelos rios, até que, tonto com a perda de sangue, Levi perde o controle do barco e este passa sobre um banco de areia, vira, Levi cai na água amaldiçoando Tibério, recusa ajuda dele e morre comido pelas piranhas. Uma cena ótima, diga-se de passagem, com muitas bolhas imitando as piranhas (na cena aérea dá pra ver o cano que leva as bolhas até o local da filmagem).
Levi vivido por Leandro Lima

  O personagem não era muito querido mas não deixou de ser importante na   trama, uma vez que, já na época, mostrava como um homem   abusador/tarado/maníaco pode atacar uma mulher. 

Eu citei ele mais por causa do Rômulo, que faleceu em 2000 de um acidente. Gostava MUITO dele, era um galã na minha época e fez várias novelas que eu assisti e adorei (Paraíso, Vereda Tropical, A Gata Comeu, Sassaricando, dentre outras) e acho que deviam ter chamado o filho dele para o papel assim como chamaram o filho do Almir Sater, como uma forma de homenagear o ator, maaassss nem tudo é como a gente quer.
De mais a mais, o ator escolhido é bom e está bem no papel. 





sábado, 7 de maio de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Tibério

 Tibério é o capataz, o administrador da propriedade pantaneira do José Leôncio. 

Homem já maduro e peão experimentado, foi vivido na primeira versão por Sérgio Reis e, na segunda, por Guito, um violeiro mineiro muito simpático que encaixou perfeitamente no papel.

Diria até que esse foi um dos maiores prós do remake e um contra da original, pois eu nunca gostei do Sério Reis como ator.

Tibério vivido por Guito e Sérgio Reis
Bom violeiro, mais novo do que Sérgio era, na época da primeira versão, com sorriso fácil e cativante, embora com cabelos meio espetados pro alto, o Tibério de Guito está de acordo com o papel. 

Sabemos que vai viver um romance com a Muda, e quando era o Sérgio Reis, eu tinha sempre a péssima impressão que ali era um caso de pedofilia, pois Sérgio, na época da novela, já tinha 50 anos e Guito tem 38. 
Andréa Richa, a primeira Muda, tinha 26 e a atual, Bella Campos, 24 anos. 

"Ainnn, mas elas são maiores de idade e não é pedofilia"; TÁÁÁÁ, mas eu sentia uma sensação ruim quando via o Sérgio Reis abraçando aquela menina, pronto.
Parecia mais o PAI dela que um suposto namorado, e acho que ele mesmo sentia isso, pois as cenas entre eles era sempre o mais recatada possível. Aliás, isso é mencionado várias vezes na novela, que Tibério está mais pra pai dela; ela mesma diz que se sente segura com ele, pois é como um pai.

Esse Tibério também não é nenhum garoto mas é mais novo e dá pra ver melhor uma cena de romance entre ele. 

Portanto, ver um Tibério de acordo com o papel foi uma grata surpresa que o remake nos trouxe.


sexta-feira, 6 de maio de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: a onça Mati

Na novela original, as imagens de onça limitavam-se a poucos closes de alguma filmagem que devem ter feito naquela época e alguns miados de algum felino selvagem, como um lince. A onça Marruá ficava miando do lado de fora da janela da Juma, tocando medo em todos que não fossem a própria menina. 

No remake, contrataram uma onça de verdade, domesticada, para fazer algumas cenas, e ficou muito bom. 

A onça em questão se chama Mati e tem uns 3 anos de idade. 

Resumindo, Mati era famosa no IOP (Instituto Onça Pintada) até o dia em que foi permutada para outro instituto - o NEX. 

"Permutada", pois esses institutos de conservação in situ fazem troca de animais, para que a espécie em questão não desapareça e tenha material genético para se trabalhar mais para frente, em caso de repovoamento. 

Então, quando alcançou uma determinada idade, o NEX precisava de uma onça  para reproduzir e o IOP tinha, e foi feita a permuta. O NEX mandou um macho melânico chamado Ogun e recebeu a Mati.
Acompanhamos o dia que a Mati foi embora, de coleira, numa caixa forte.

Mas como, de coleira?
Pois é. O Leandro, do IOP, acostuma a maioria de suas onças a andar com ele, soltas ou de coleira, para que eles tenham um manejo tranquilo, sem precisar colocar o animal para dormir, cada vez que precisa trocar de recinto ou fazer algum procedimento que necessite de contato direto. Obviamente algumas não tem jeito, como a Coragem, mas a maioria das oncinhas que nascem no instituto são bem manejadas com os cães e os humanos, para sofrerem o mínimo de stress possível. 

Quando a globolixo precisou de uma onça para fazer o papel de Maria Marruá, e demais cenas em que fosse necessário uma onça aparecer, deve ter procurado o NEX, que tinha então a Mati, que sempre foi uma onça fofa e relativamente mansa, e que anda de coleira.

Mas daí surgiu uma TRETA!!

Pois o NEX quando contou a história da Mati, disse que ELES A RESGATARAM ainda filhote na mata, o que é uma deslavada MENTIRA!!
Não deram os devidos créditos ao IOP do Leandro e da Anah, que fizeram todo um trabalho desde que a Mati era bebê, mesmo porque ela NÃO FOI RESGATADA, ela NASCEU EM CATIVEIRO NO IOP, tem até um irmão. 

Todos que acompanham o IOP no youtube, no face e no instagram conhecem as onças deles.
Provavelmente se você tem watts, já deve ter visto algum vídeo do Landro, mesmo sem saber quem ele é: um cão da raça australian cattle dog anda junto com uma onça preta e seguem brincando? É dele esse vídeo e é antigo. Onças nadando em uma piscina? É dele esse vídeo. Joga na busca do youtube "australian e onça" e vai jorrar vídeos do IOP. 

Tudo bem o NEX usar a Mati, ela é deles agora, mas negar a verdadeira história da oncinha e não dar o devido crédito aos verdadeiros "amansadores de onça", é mau caratismo.

Em tempo, embora o trabalho do NEX seja admirável, eu nunca gostei deles, por causa da postura vitimista e distribuidora de "culpas".
Leandro é um cara que faz seu trabalho e segue em frente, NEX faz seu trabalho mas curte distribuir culpas e fomentar o ódio. 

Enfim, da próxima vez que vocês verem uma onça em Pantanal, lembrem-se que ela chama Mati e nasceu em cativeiro, foi mimada e bem cuidada a vida toda.

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: a direção

 Acredito, depois de assistir o começo de ambas as novelas, que o que mais está sendo complicado de entender nesse remake é a direção. 

A Pantanal original era lírica, poética e sublime. Por causa das paisagens, das INÚMERAS paisagens, e das lembranças que a todo momento reaparecem, tinha um tom meio arrastado, mas nada que tenha comprometido a novela.
Tínhamos um elenco alegre, que vivia a trama. Feliz e triste dependendo do momento. Cláudio Marzo soube dar uma continuidade à simpatia do Zé Leôncio de Paulo Gorgulho.

Jussara Freire vivia com um sorriso no rosto, Guta era abusada, mas sabia ser humilde quando necessário e os atores entraram na rotina da fazenda, como se nota na evolução dos capítulos. 

O sotaque caipirês era muitíssimo usado, as boiadas eram levadas pra cima e pra baixo por dentro da água, como deve ser num local como o pantanal.

O remake anda a passo depressivo, além de ter sido feito 70% em estúdio, o que não aconteceu na primeira versão. Muitas das conversas entre Joventino e o pai que eram ao ar livre, no remake são dentro "de casa".
Zé Leôncio vive com a cara fechada, dolorosamente fechada, inclusive na primeira fase.
Todos ali aparentemente estão SOFRENDO. 
A Filó de Dira Paes é apagada, o Zé Leôncio de Marcos Palmeira é agressivo, o Jove de Jesuíta Barbosa é chorão e reclamão e a Muda está sempre de cara fechada; Maria Bruaca com medo, onde a outra era apagada, porém não medrosa e um véio do Rio sempre de mal humor onde no outro existia uma sabedoria calma e tranquila. Osmar Prado dá lição de moral, Cláudio Marzo ensinava. 
Todos ali são agressivos e raivosos; onde antes existia conversa, hoje jorram gritos e acusações, mesmo sem necessidade. Onde antes existia entendimento e conversa, hoje tem opinião, crença limitante, ressignificação. Espera-se que os velhos mudem para que os jovens se sintam confortáveis. Não tem respeito, ninguém ali se respeita.

As melhores interpretações ali são do ator que faz Tibério, do Tadeu e da Juma. Quase não mudaram o tom desses personagens, aliás eu acho inclusive que o Tibério está MELHOR, pois o Sérgio Reis não é um bom ator, era forçado. 

A cena em que Juma arranca a orelha de um caçador com os dentes é bem mais forte na original. Talvez essa novela atual seja tão fraca por causa da geração floco de neve que não suporta violência. Posteriormente, comentando o caso, os peões da fazenda falam que "tem que ser muito macho" pra chegar perto de Juma e que ela "não gosta de homem".
Na trama original, Joventino se cala e reflete aquelas palavras; o Jove do remake fica todo ofendido, e diz que macheza não se mede, que ela não é mulher homem, num mimimi ridículo que teve com uma falta de interpretação imensa.

No mais, os diálogos do remake, algumas cenas, 90% praticamente está quase idêntico ao original; mas sabe-se que terá mudanças, afinal é uma adaptação, não o original. 

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...