segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Teoricamente, todo cavalo é igual.
Você tem seu cavalo e pode passar a vida toda, com ele, muito feliz. Ele anda, trota e galopa com você, ele até salta! Mas o problema é quando você quer se especializar em algo com esse cavalo.

Competições equestres de salto, por exemplo, pedem cavalos altos para saltos mais fortes. Seu cavalo não vai se encaixar nesse gabarito. Ele até salta, e bem, mas se você quiser mesmo ir em frente no esporte, precisa deixar seu cavalinho de lado e arrumar outro mais adequado.
Corridas de cavalo exigem raças específicas. PSI só corre com PSI. QM só corre com QM de linhagem de corrida. Sim, QM tem animais de conformação, de corrida, de rédeas, apartação, de laço... Um QM de apartação não vai alcançar a mesma velocidade de um de corrida.
Seu cavalo trota? Legal, todos eles tem sua forma de "trote", até os marchadores. Mas se você quiser se dedicar à corrida de trote, vai ver que seu cavalo não chega nem perto das raças trotadoras, animais que alcançam velocidades fabulosas sem galopar.
Se sua praia é cavalgada, qualquer cavalo serve? Novamente, teoricamente sim, porém qual é mais cômodo? Um trotador ou um marchador? Qual fará com que você se sinta melhor montando por cerca de 30km? Um cavalo que trota o tempo todo ou um animal que marcha e é bem mais suave?

O uso correto de um cavalo na função ideal permite um melhor rendimento.
Muitos ignoram que D. Pedro I não estava em um belo cavalo ao proclamar a Independência, e sim num burro.
Na Idade Média existia uma diferença básica entre cavalos.
Um cavalo para um camponês tinha valor incalculável, ele arava a terra bem mais rápido que os humanos poderiam fazer.
Os palafréns eram cavalos mansos e belos, geralmente montados por jovens damas e escudeiros e usados em desfiles.
Os cavalos de caça eram ágeis e fortes.
E os cavalos de batalha era a cereja do bolo. Animais muitas vezes treinados para serem perigosos, os cavalos de batalha dos lordes custavam caríssimo. No começo, eram usados grandes cavalos de tração, de patas peludas, que suportavam carregar muito peso (pensem em toda a equipagem dos cavaleiros, aquelas armaduras pesavam).
Depois das cruzadas, onde os cavaleiros medievais conheceram os turcos e seus leves e ágeis cavalos árabes, os cavalos de batalha medievais passaram a ser mais ágeis (alguns supõe que a origem do frísio vem daí).
Comprar e sustentar um cavalo desses era algo que só lordes abastados conseguiam fazer.

Esse texto é apenas uma filosofada básica sobre cavalos e suas utilizações...

Para quem quer adquirir um animal pra uma coisa e acha que qualquer um serve...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Numa noite particularmente espinhosa, resolvi sofrer um pouco e visitar os lugares da minha infância.

Comecei com a Djalma Bento, claro. Andei pelo bairro todo, vi minha ex casa, vi a casa do Vi, do Beto, do Sandro e a casa de todos os meus ex vizinhos, inclusive a que continua sendo, pra mim, a mais bela da rua, a casa da Eliana. Nenhum dos terrenos baldios onde brincamos tanto existe mais.

Depois disso, fui até a rua Ática ver como estava a última casa dos meus avós. Mudaram toda a fachada, quase não reconheci...
Tentei encontrar a casa da Tia Romilda, da Égide, mas não lembrava o nome da rua (Palacete das Águias) então fui a pé, atravessei a avenida Santa Catarina e encontrei a casa da Tia Roma pela fachada (o portão com bolinhas continua igual), mas a linda casa da Égide não achei, porque fecharam aquela entrada tão verde e aberta com portões... Nem quero imaginar como a casa estará por dentro e o que terá acontecido àquele aconchegante quintal...

Ainda caminhando, desci a antiga Termópilas, hoje Itagiba Santiago e fui devagar, olhando casa por casa... E reconheci a velha casa que foi moradia de tantos, durante tanto tempo. Palco de tragédias e alegrias... Reconheci a entrada da garagem pelas pedras do calçamento, continuam as mesmas. O velho e assustador porão virou uma garagem, mas o que me chamou a atenção e me fez ter certeza que eu olhava a casa certa foram as janelas! As janelas quadradas da sala, com vidro. As janelas quadradas do andar de cima, com as mesmas persianas, ou como quer que se chame aquele meio de fecha-las... Abrem por baixo... Quase não acreditei que em todos esses anos nunca modificaram essas janelas!!
E o portão que dava para a entrada lateral e o jardim, continua exatamente o mesmo!!!!
Não satisfeita, dei a volta no quarteirão (rua Maratona) tentar encontrar a casa da Tia Romilda que dava fundo com a da Ma e do Chico. Acho que encontrei!! Pelo menos onde eu lembro que era a casa e aparentemente a fachada onde tinha um jardinzinho de gnomos não parece muito diferente. Ainda dei uma olhada nas casas do lado, mas sim, era isso mesmo... Era aquela casa, com uma entrada lateral que descia pra casa dos meus avós.

Por fim, resolvi ir até a Rua Galileu. Desci aquela rua comprida, que terminava em uma rua sem asfalto, com um motel e a favela do Buraco Quente, antes, e onde hoje já não existe mais favela... Bom, o Motel ainda existe, mas onde era a favela virou o tal águas espraiadas, hoje é uma avenida chamada Jornalista Roberto Marinho...
A casa em si mudou muito! Será que preservaram a lareira??
Um dos terraços, onde ficava a Sharon, virou um quarto, em cima da garagem com portão basculante de madeira, onde guardávamos tantas tranqueiras e a mesa de ping pong.
Aparentemente a varandinha do quarto da Mafalda sobreviveu. 

Depois, mesmo porque ainda era cedo, resolvi dar uma voltinha no Baguaçu, porque não?
Tudo lá. A Igreja, o barracão, a praça... Fui descendo e passei pela venda... Vi a fazenda da D. Antoninha, imponente como sempre e cheguei até a encruzilhada da fazenda do Tio Orlando.
Notei uma estrada nova que deve servir para ir até o sítio do Jair, sem ter que passar na frente da sede da Bela Vista. Ou então é alguma estrada para caminhões, pois ela dá em frente aos barracões, enfim... É uma estrada "nova" pra mim.
Vista de cima, a fazenda parece mais um SPA ou uma pequena cidade, e com direito a praça! O terreirão continua lá. Mas acredito que o resto deve ter sido reformado... 
Peguei o desvio que leva à outra parte da fazenda, onde era a Colônia (será que ainda existe? as casas estão ali?) Mas se existe algo lá, as enormes árvores tamparam... 
Dei uma última olhada ao redor, onde antes eram os pastos que eu me perdia à cavalo... e saí. 

Dei por encerrada minha visita. Basta de recordações por hoje, me deixam triste.

Talvez seja minha memória da infância, mas eu preferia MIL VEZES as coisas como eram antigamente.

Google Earth e Street View, estou muito grata pela ajuda. Valeu.

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...