quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mais de 1 mês sem postar nada, mas também, nada de novo acontece.

Bom, na verdade, aconteceram algumas coisas, mas a vontade de contar aqui é nula.
Dá a impressão que minha vida perdeu a graça, mesmo com filha, com outras expectativas... Nada tem graça, é simplesmente assim.
A única "graça" é a Carol dando uma de exorcista, girando a cabeça, urrando e vomitando na cama...

Aniversário e Natal em casa, assim como provavelmente será o ano novo.

Sentimentos contraditórios, novas amizades, novas expectativas.

Que venha 2012.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Acabou que o Otah tem razão: quando ficar deprê, brinca com a sua filha que passa...

Se existe uma criança risonha e engraçada nesse mundo é a minha. Tudo pra ela é mutivo de riso, de gargalhada.

Ter filho faz a gente mudar algumas perspectivas. Antes eu saía na rua sem prestar atenção em algumas coisas, hoje presto atenção nos filhos dos outros, comparando, observando ("a minha tá maior que esse" ou "ela já tá dando comida com essa idade?").

Hoje em dia eu me pego cantando sozinha algo do tipo "rárárá róróró, ela tem é uma só" ou "brilha brilha estrelinha..." ao invés de música normal.

Mas o pior mesmo vem daquela velha piada que provou-se verdadeira: mente superior domina mente inferior. Basta a Anna Carolina começar a fazer barulho com a boca pra eu imitar... O pior não é isso, é eu, depois de ela dormir, continuar fazendo os "prrrr" e "bllrrr"...

A gente fica meio retardado e não nota...

De resto, tudo igual. Já programando e vendo orçamentos pra festa de 1 ano da nenê.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pra resumir, dia 09/09 o médico veio em casa e detectou uma infecção de urina na minha mãe. No dia seguinte ela foi internada na Santa casa de Birigui, onde ficamos até o dia 06/10.
Foi até bom, apesar de cansativo. Observei as enfermeiras, ajudei, aprendi muitas coisas ali, como fazer curativo, trocar a fralda, trocar a roupa de cama, colocar traçado, colocar a comida...

Por esse lado, foi bom.

Vi gente morrendo, gente brigando, gente desesperada. Vi gente sozinha, sem ninguém acompanhando, vi gente sem esperança, vi gente de todos os tipos, religiões, amigos, desconhecidos que se tornaram conhecidos... Vi várias coisas lá dentro que não me fizeram melhorar o astral.

Não é que "tem casos piores" que o "nosso", mas tem casos bem graves lá. Terríveis. Gente que entrou e não saiu. Foda.

Fora isso, não tenho vontade de fazer nada. Nem escrever aqui.
Só me senti tão desmotivada assim quando tive depressão, e mesmo naquela época, eu entrava na internet e escrevia no blog.
Agora, não tenho vontade.

sábado, 3 de setembro de 2011

A correria é tanta e a adaptação é tão difícil que só hoje eu estou tendo tempo pra escrever.

O fato é que minha mãe teve alta e veio pra casa.

Como assim, alta? Mas ela não estava incapacitada? Deitada? Sem movimentos?
Sim, ela está tudo isso, e está também com um tubo de traqueostomia de metal e uma sonda naso enteral, mas teve alta assim mesmo.

Inicialmente eu assustei, quando o médico disse que depois da cirurgia ela ia ter alta. Pensei em entrar com um recurso pra conseguir que ela ficasse mais tempo no hospital. Mas aí eu conversei com o médico, e ele disse que tudo que ele podia fazer pela minha mãe, ele fez: cirurgia de válvula para o escoamento do líquido que deu a hidrocefalia. Clinicamente ela está bem, não tem infecção, está numa fase ótima pra ser mandada pra casa. Se ela ficasse mais tempo na Santa Casa, poderia ter mais infecções.

E então eu pensei, "eu pedi tanto, rezei tanto pra ela voltar pra casa comigo, meu pedido está sendo atendido, e eu vou negar a ela a chance de se recuperar em casa, a chance de eu fazer por ela tudo que eu puder?"

Então, dia 23 de agosto ela veio pra casa.
Arrumei uma cama de hospital, um colchão de ar (grande cagada a minha, ele deixa o corpo muito instável), lençóis grossos pra fazer de traçado... ganhei soro fisiológico, 1 litro de leite de soja pra alimentação enteral, uns drenos, frascos...
E ela veio de ambulância.

Contratei a Sônia, mãe da Maraysa, pra me ajudar a trocar e cuidar dela (esse "ajudar" é maneira de falar, ela faz quase tudo sozinha).

A primeira noite pareceu um pesadelo. Ela estava com dificuldade pra puxar o ar, tinha que ser "aspirada" e eu não sabia a quem recorrer. Passei a noite sentada, olhando pra ela, esperando a hora que ela ia sufocar e morrer na minha frente sem eu poder fazer nada...

No dia seguinte, arrumei uma fisioterapeuta pra fazer não só as aspirações, como também as sessões que ela precisa, respiratórias e motoras.
Depois de uma semana e pouco, achei que a Meyre está mexendo bem mais as pernas e respirando de forma mais leve.

Contratei também um enfermeiro pra dar banho, porque precisa ter prática e FORÇA FÍSICA pra lidar com ela.
A Ciça tem levado os lençóis pra lavar na casa dela (ela tem máquina de lavar).

O que eu faço então, já que deleguei todas as tarefas mais importantes aos outros?
Corro atrás dos remédios, exames, material... Não deixo faltar nada, desde os legumes pra sopa dela, até as fraldas, as sondas, soro, óleo de girassol pra escara...
Sexta passada fomos de ambulância fazer um eletrocardiograma, pra poder requisitar um cardiologista, porque a pressão dela tá super instável.
Consulta, agora, só dia 6/9. Enquanto isso, dou meu remédio de pressão pra Meyre, de 12 em 12 horas.

A primeira semana passei atrás de requisições, consultas com médicos, etc, porque eles terão de vir em casa fazer visitas. Não dá pra simplesmente colocar ela no porta malas do carro e levar pras consultas...

De noite eu acordo direto pra ver se o tubo de respiração tá entupido de secreção, geralmente tem que limpar.

Fora isso tudo, tem a Anna Carolina. Parece que ela adivinha os horários de colocar comida ou trocar a Meyre, porque ela sempre acorda nesses mesmos horários.
Aliás ela e a avó entaram numa troca de alimentos: Meyre bebe o leite de cabra da Anna, Anna toma a sopa de legumes da Meyre.

Enfim, entre idas, vindas e tudo mais, agora minha vida deu uma "aliviada" (entre aspas mesmo, afinal nunca se sabe o amanhã), mas a primeira semana foi FODA.

No primeiro dia, dia de adaptação total, nós conseguimos sujar 8 lençóis. Lavei tudo no tanquinho.
Meu tempo estava tão curto que eu e a Anna aprendemos a tomar banho juntas, de chuveiro. Tirando o bicão de choro do primeiro dia por ver aquela cascata caindo, ela tem adorado as chuveiradas.

A Sônia adora ela e ela adora a Sônia.

Quanto a mim, tenho tomado meu remédio da pressão, mas eu sinto que ela não baixa totalmente.
Meu cabelo anda caindo aos tufos, parece aquela época quando eu tinha acabado de operar...

Fabio viajando a semana toda pra ganhar a vida. Não posso nem reclamar, esse final de mês foi ele que conseguiu abastecer a despensa.
A Paola ajudou com um depósito no dia primeiro, época que eu ando mais dura possível, porque nossos salários caem no terceiro e quinto dias úteis.
Nem grana pros legumes eu tinha!

Tenho escutado punk rock, eu, que nunca gostei desse gênero musical. De acordo com o Ivo, eu "entrei em sintonia", porque minha vida "tá punk".

Senti uma saudade enorme do tempo que andávamos eu, ele, Toni, Robinson, Filé, MT, Ellen, Shirov, Fuba, Torres, Piru, Kenga, Renato...
Aliás, eu, Shadai, Northrop, J0ker, X-Files, MT (nunca teve nick, ou antes, ela teve tantos nicks e nunca se acertou com nenhum rss), Killer Girl, Shirov, pedepano, The Devil, piru, Kenga (qual era o nick do Kenga mesmo? Sniper?), Nimzovich, Saita...
A gente saindo pra pixar muro, indo na Lan House do Podre, organizando IRContro, jogando UO ou simplesmente ficando parado na avenida, olhando o movimento e enchendo a cara. Tudo era divertido. Tudo era engraçado.

Do pessoal que vinha em casa (Márcio e Marcela, Juliana e Robinson, Gustavo e Drica, Trini, Ronaldo, Fábio e Isa, etc) não sinto saudades não. Isoladamente, sim, como no caso do Gustavo e dos nossos intermináveis papos, mas como um todo, não, não sinto.

Parece que, na época, minha vida era mais simples - e era mesmo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hoje eu fui fuçar em algumas gavetas da Meyre e fiz uma triagem, peguei umas camisetas de gola desbeiçada, calças velhas, soutiens esgarçados, adeus, doei tudo.

Quando você se livra de roupa velha, a energia da casa renova-se e roupas novas entram na sua vida. Meio complicado de explicar, mas real.

Enfim, comecei a fazer essa triagem mais pelo cheiro de mofo que está no armário. Abri gavetas, desci cabides lotados.
A maioria das roupas era dela, óbvio, mas tem muita coisa minha ali.

Meyre, a eterna otimista que guarda roupas durante anos a fio achando que a gente vai emagrecer pra voltar a usá-las.

Encontrei ali tailleurs que nem sonhava que ainda estivessem conosco.
Achei 2 vestidos que eu simplesmente adorava, o preto transparente e o prata, ela teve coragem de guardar aquele vestido prata!
Roupas de batique do Ceará, camisas e vestidos.
Calças de todos os tipos de tecido, moletons e camisas de seda.

Mas o máximo foi encontrar, depois de tantos anos, a camiseta que foi, durante muito tempo, a minha preferida.
Era uma camiseta preta com desenhos prateados, que minha avó trouxe dos EUA pra mim a anos e anos atrás, morávamos em SP ainda.
Bom, usei essa camiseta durante muito tempo, e quando ela não serviu mais, acredito que minha mãe pegou pra ela e usou, mas eu nunca imaginei que ainda estivesse aqui, numa gaveta.
Desbotada, o brilho dos riscos prateados muito fraco, mas sinceramente não tive coragem de doar essa.

Ver as gavetas do armário da minha mãe é ver uma vida de lembranças: roupas do tempo que morávamos em SP, quentes demais pra essa região; bermudas jeans, roupas que vieram da Tia Missina, roupas que ela mandou fazer em Catanduva.
Tem até um sobretudo que ela trouxe de Madrid, deve ter sido a única coisa que sobrou da época que ela e o Márcio moraram lá...

Hoje fui lá e tive permissão pra cortar as unhas dela.
Na próxima visita, vou levar algumas letras de música e cantar pra ela.

Estou esperando o médico marcar a cirurgia, mas a infecção na urina não cedeu ainda...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Hoje, pela primeira vez desde aquele que eu chamo de "dia do pesadelo", minha mãe abriu os olhos pra mim.
Não foi nada mágico, "ohhh, ela abriu os olhos, me encarou e então 2 lágrimas rolaram", nada disso, foi super rápido e bem pouco, mas ela abriu os olhos!

Assim que a cultura de bactérias que ela desenvolveu for combatida, vão colocar uma válvula, um dreno, no cerebro dela pra tirar o líquido acumulado lá.

Muito muito animador.
Tô bem feliz hoje.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu sei que, nesse momento, eu deveria orar pedindo o melhor pra minha mãe. Colocar nas mãos de Deus, que ele sabe o que é melhor pra ela, e tipo, praticar o desapego, mas isso ainda está além das minhas forças.
Eu ainda acredito que ela vai acordar e voltar pra casa, que seja, com sequelas, mas é nisso que eu acredito.

sábado, 18 de junho de 2011

Hoje completa um mês que a Meyre está internada.

Ela saiu do coma, mas é algo muito "sutil": não abre os olhos facilmente, não responde... O Glasgow continua em 5.

sábado, 11 de junho de 2011

Hoje na visita a Meyre quase abriu os olhos. Ficaram meio semicerrados. E ela tossiu, passou a língua pelos lábios e suas pálpebras estão mais ativas.

Embora eu não deva me animar, estou, sim, MUITO animada com uma recuperação.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu nunca imaginei muitas coisas para a minha vida.

Nunca me imaginei órfã de pai, e no entanto, fiquei.
Nunca achei que fosse casar e, no entanto, casei.
Nunca achei que fosse ter filhos e, no entanto, tive.
E nunca, nunca achei que fosse ver minha mãe em coma e, no entanto, é como ela está.

Só quem vive isso sabe como é. Ver a pessoa que você ama ali, dormindo, um sono pesado, sem respostas quando a gente chama.

A lesão cerebral dela foi extensa, então o que me falaram é que os danos deixarão sequelas muito grandes, SE ELA SOBREVIVER.

A cada visita eu me animo, para depois ouvir que ela pode não sobreviver ao dia seguinte.

Hoje eu levei uma foto enorme da Anna Carolina com 1 mês pra ela ver, e a minha sogra foi junto. Quando minha sogra mostrou a foto e nós falamos como a nenê estava linda, grande e que ela precisava sair dali pra ajudar a cuidar dela, 1 lágrima rolou de cada olho.

Quando eu implorei pra ela não me deixar, pra sair dali e voltar pra casa porque eu não estava preparada pra deixar ela ir, ela franziu a testa.

Pedi perdão por não ser uma boa filha, por não ter levado ela num médico, por não ter me preocupado com a pressão alta dela...

Eu perguntei pra enfermeira se todos os movimentos dela eram involuntários e a enfermeira disse que não, que ela percebe nossa presença ali e algumas respostas emocionais são voluntárias, que ela quer responder, mas não consegue acordar do sonho brumoso em que ela está.

Pedir pra deixar ela livre é pedir demais pra mim.
Eu ainda não estou pronta pra isso.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Hoje fez uma semana que a Meyre está na UTI.
Parece que faz um mês.
Saiu a transferência dela pra UTI da Santa Casa.
Não sei o que escrever.
Só sei que ela faz muita muita falta.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma bruxa muito ruim parece estar solta por aí.
Hoje o tio do Fabio, o Valdir, matou um cara.

Foi uma história comprida, o cara bateu na amigada dele e ele foi lá e se vingou.
Está escondido, acho, até dar o tempo do flagrante.

Que FODA.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Recebi agora pouco. Achei tão belo que quis postar:

Maetê,
falei da Meire para um amigo que gosta muito dela. E ele me respondeu abaixo. Como a gente, ele ta torcendo.
bjs
Telma

Jayme escreveu: "Meire, claro... Quando fui montar a peça "Os Orfãos de Jânio" ela me passou muitas informações sobre a ditadura. Ela foi uma grande revolucionária, ao lado do marido Màrcio. O exílio... Guardo aquela noite como uma viagem no tempo... Ela me mostrou um Brasil que eu não conhecia. O Brasil das torturas. E sempre guardando dentro de si a tristeza por tudo que a Cleide passou, por ela. Acho que essa tortura foi a mais nefasta e que nunca cicatrizou... Tenho certeza que Ruth, Cleide e Micenas estão olhando por ela. Se um dia eu subi num palanque, ao lado de Beth Mendes, Lula, Suplicy, gritando por Diretas Já, foi a partir da consciência que sua tia me passou. Vamos orar."


Essa é ela.
Valeu jayme, pelas palavras.
Ontem minha mãe passou a manhã toda com a nenê. De tarde, depois do almoço, teve uma crise de dor de cabeça.
Levamos as pressas pra Unimed - não consegui levar pro PS municipal - e ela teve um AVC.

Pressão alta, fez estourar aquele aneurisma de família que ela tem.
O prognóstico não é nada bom.

Eu não estava preparada psicologicamente pra isso.
Estou perdida sem ela aqui. Não sei o que fazer.

domingo, 15 de maio de 2011

Ainda na Santa Casa, esperando meu médico me dar alta pra voltar pra casa com a Anna Carolina, teve uma mini palestra de uma enfermeira sobre amamentação.

Foram informações valiosas sobre como, porque e quando amamentar seu filho.
Os porquês do aleitamento materno, a não suplementação com leite em pó, enfim, tudo que uma mãe de primeira viagem precisa saber.

Tudo? Não, tudo não, quase tudo.

Convenientemente, talvez porque estejam lidando justamente com mães de primeira viagem, fazem uma campanha - que eu batizei de terrorismo pró teta - de amamentação radical, como se só dando o peito seu filho vira um super homem.
Usando as palavras da enfermeira, se minha filha não mamar no seio, ela não vai ser bonita, inteligente ou saudável.

A imagem mental que eu fiz, naquela hora, foi de uma criança fraca, doentia e com cara de peixe... Pode ter certeza, isso impressiona qualquer uma.
Depois dessas informações, eu saí da Santa Casa imbuída de bons e maternos sentimentos, bem do tipo "vou criar minha filha da melhor forma possível, dar leite materno até 1 ano ou 2 se for preciso, ela vai ser bonita, inteligente e saudável", e tudo estaria muito bem, obrigada, SE EU TIVESSE LEITE SUFICIENTE.

O seio que saiu mais leite não formou bico e o seio que formou um bico não produzia leite suficiente pra manter vivo um rato. Nos 3 dias de Santa Casa eu não reparei nisso muito bem, a nenê mamou no peito, mas ela fazia uma puta força e saía chorando do quarto. Achei que fosse normal, até chegar em casa.
Eu tentei, tentei, e uma hora, cansada de chupar e não sair nada, a nenê deu uma... eu ia dizer "mordida", mas acho que "gengivada" cabe melhor aqui... tão forte e puxou com raiva mesmo, que eu cheguei a ver estrelas em pleno dia...

Aí, minha estabilidade emocional, que já andava meio abalada no último mês por causa do inchaço dos pés e da pressão que subiu de forma assustadora, foi pro saco. Aliado ao fato de não ter muito jeito com crianças, não saber segurar direito, não saber "ninar", não ter paciência, nunca ter sido maternal, enfim... Tudo isso juntou com o fato de eu NÃO TER leite suficiente e foi me dando um sentimento de incapacidade, que poderia ter virado uma bela depressão pós parto.

Tive uma senhora crise de choro, devo ter chorado 1 hora sem parar, não queria segurar a nenê porque me achava incapaz, tirei a correntinha com o pingente de menininha do pescoço porque achava que não merecia, afinal eu não ia conseguir ser "mãe" de ninguém... Fora isso, o pensamento de "Meu Deus, essa menina não vai gostar de mim porque eu vou ser uma péssima mãe".

A única coisa que eu via na frente era a cara da enfermeira falando que minha filha ia ser fraca, doente e burra porque EU NÃO TINHA LEITE suficiente pra ela. E o choro aumentava e eu me sentia um nada.
Essa criança chorando de fome mesmo depois de chupar o peito que nem uma doida, eu pedi uma lata de Nan, fizemos uma chuquinha, demos e... Anna Carolina dormiu o sono dos inocentes.

E todos os dias eu me sentava no sofá e ficava lá com a bombinha puxando todo o leite que eu conseguisse. Um dia eu consegui "ordenhar" a fabulosa quantidade de 50 ml, uau!!
Fui na chuquinha da Anna, toda orgulhosa e coloquei o leite lá e... ela tomou tão rápido que nem deu tempo de apreciar meus nobres esforços.
Aliás eu nunca mais consegui tirar essa quantia, depois disso meu leite foi minguando e secou.

E aí batia o remorso, porque "eu deveria ter me esforçado mais"... O que me fez melhorar foi conversar com outras mães, amigas minhas, que tiveram problemas similares e complementaram o aleitamento com Nan também.
Afinal, não é possível só eu passar por isso!

Resolvi fazer algumas pesquisas na internet e troquei o bico da chuquinha da Anna, que é pra ela sugar com força o leite e exercitar os músculos da face (ficar bonita tal como disse a enfermeira) e não ter problemas de engasgo.
Mais um pouco de conversa e pesquisa me fizeram arrumar uma lata de leite Nan Confort (na verdade é Nan Confor, mas todo mundo escreve com um T mudo no final... rsss) pra não dar prisão de ventre no bebê.
Não que a Anna tenha problema de gases, ela solta tantos puns que chega a impressionar, mas o cocô dela começou a sair mais duro que o normal e eu resolvi procurar sobre a mistura de Nan Pro 1 e Nan Confort.

E encontrei um post num blog chamado "Licença Maternidade" que lavou minha alma. Tão importante quanto o post, foram os comentários de N mães que passaram e passam pelo mesmo problema.

Outra coisa que eu lembrei, quantas crianças que foram abandonadas ao nascer que não tiveram oportunidade de mamar no peito e estão aí, fortes e sadias?
Por tudo isso, eu repensei meus conceitos, meio que sarei do meu complexo de incapacidade e hoje uso o Nan sem problemas...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Compartilhando um "momento mãe":

Cantarolar "tears of the Dragon" não faz o bebê dormir.

Anninha gostou mais de "Blaze of Glory" e "Miracle" do Bon Jovi, ainda que eu tenha repetido o refrão N vezes...

domingo, 1 de maio de 2011

Hoje, dia do trabalho, o primeiro post vai ser pra noticiar a morte da Kathe, nessa madrugada. Além de idosa, ela estava com um tumor na mama que foi aumentando bastante nos últimos dias.

Bom...
Dia 26/04 na Santa Casa foi assim... Sem palavras ainda.
E sem palavras pra descrever tudo que passa pela cabeça da gente nessa hora.

Tenho que organizar os pensamentos e escrever.
Mas por enquanto, compartilho 2 fotos da Anna Carolina. As que saíram no site da Santa Casa.






Aqui nessas fgotos não dá pra ver direito, mas ela saiu a cara do Fabio.

Embora, de vez em quando, enquanto os olhos dela ainda são clarinhos, naquele tom de azul dos recém nascidos, e ela fica assim, meio pensativa, naquele momento entre o arroto e o sono, banguelinha, eu vejo o rosto da Mafalda.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Anna Carolina nasce dia 26/04.
Boa data, gostei.
O médico queria marcar pro feriado, 21, mas nascer em feriado é osso.
Fora isso, hoje (21) é dia do casamento da Maraysa e eu e o Fabio somos padrinhos.

O bom de ter filho nascido perto da páscoa é poder falar com toda a franqueza:

-Mãe, como eu nasci?
- Papai te encontrou dentro de um ovo de chocolate da Kopenhagen.

Pô, é minha filha, não pode ser ovo da Arcor, né??

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu já contei como foram as primeiras mexidas da minha filha?

Bom... Pra todas as mães que eu perguntava "como é quando um bebê mexe?" eu ouvia as respostas mais viajadas possíveis:

"ahh, é lindo, é mágico."
"aahh, é como se uma borboleta batesse as asas dentro de você".

Poético, mas não respondia minhas dúvidas, afinal eu sou objetiva e queria uma resposta objetiva.
"Você sente um chute." foi o que mais se aproximou da objetividade que eu esperava.
Então estava eu esperando essa menina "mexer".
Ou, na pior das hipóteses, me preparei pra me sentir como uma bola de futebol.

Mas os dias passavam e... nada...

Só o que eu sentia eram evoluções de gases. Porque quem fez bariátrica sente muitas revoluções na barriga, antes dos gases saírem.
E eu sentia mexer e nada de peido.
Comecei a me preocupar, "o que será que eu tô comendo que tá me arrolhando esse peido?"

Até que, numa inspiração súbita, perguntei pra sogra:
"quando um bebê mexe, como é?"
"bom... é uma sensação estranha"...
"É como gases??"
"No começo é, sim!"

E foi assim que eu descobri que minha filha já estava dando o ar da graça a umas 2 ou 3 semanas e eu achei que era um peido engarrafado!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu falei que janeiro foi uma merda?
Pelos Meus Sais de Banho Perfumado, nunca vi um mês tão ruim!!
Tive que fazer o motor do carro!!!
Ficou em 3 pau!!
Isso, 3 pau!
O preço da minha cesárea!!!
Enfim, agora foi...

Tá chegando abril.
Anna Carolina nasce em abril.
A Carla disse que tinha o berço, mas pelo que eu entendi, ela tem muito mais que o berço. Tem roupa, carrinho, chiqueirinho, etc etc etc.

O problema está sendo arrumar uma caminhonete pra ir buscar, porque sem brincadeira, ela disse que tem coisa pra caramba, não cabe numa saveiro.

Eu tenho que ir buscar essas coisas logo pra poder organizar o chá de bebê.

Tenho percebido que muitas mães compram as próprias coisinhas de seus filhos, mas mutas preferem ganhar coisas usadas , como roupas, principalmente.
Geralmente as principais colaboradoras são amigas, cunhadas, irmãs...
Acho isso ótimo, uso, lavo, devolvo e usa-se pra próxima criança.

Economizando em determinadas coisas, posso até mesmo gastar em outras...

A decoração do quarto NÃO VAI SER ROSA.
Pensei num verde claro com branco, pra fugir do tradicional.
Antes que alguém ache ruim, digite no google "decoração quarto bebe verde" e olhe as imagens. Uma mais linda que a outra.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Se a passagem de ano foi legal, janeiro está sendo uma merda. Literalmente.

Tivemos em mãos aquele 13º e não sabíamos o que fazer com ele, então compramos uns bezerros.

Eis que surge o IPVA da parati: mais de 1500 reais (esqueci de pagar 2009 e 2010, imaginem só).
O motor dela deu problema, teve que abrir (morre aí mais uns 3 pau). Sem carro, pegamos uma moto de um amigo do Fabio emprestada. Que já furou pneu 2 vezes.

Apareceu uma cobrança de IR de uns 2000.

Fiquei com uma dor de barriga que me deixou de cama, mas foi A dor de barriga. Daquelas de passar a noite indo pro banheiro de 10 em 10 minutos, se tanto.

Bom, apesar de tudo isso, estamos normais, a Carol tá desenvolvendo bem, o próximo ultrassom é o morfológico.
Eu, que já comia por 2, estou comendo por 3.
A Carla tem um berço lá em Catanduva que vou pegar emprestado.

No mais, tudo certo...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Nosso ano novo foi super tranquilo, só nós no sítio.

Sem confusão, sem brigas e sem rolo... :)))

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...