segunda-feira, 20 de junho de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Xeréu Trindade, o Cramulhão

 Xeréu Trindade, o Cramulhão, foi um personagem icônico dessa novela. 

Interpretado na primeira versão pelo violeiro Almir Sater e, no remake, pelo filho deste, Gabriel, Xeréu dizia ter um "trato" com o diabo: teria trocado sua alma para poder ser o melhor violeiro de todos. 

Na primeira versão Xeréu era calmo, tranquilo, e fazia suas previsões, por vezes totalmente furadas, como quando irma vai até o Rio de Janeiro buscar sua mãe (ele disse que ela nunca mais iria voltar) e que os irmãos iriam se matar pela Juma, algo que também não aconteceu.

Xeréu Trindade por Gabriel e Almir Sater
Mas o personagem também acertava de vez em quando e fez a nossa alegria durante boa parte da novela - Almir ele em determinado ponto da trama para gravar Ana raio e Zé Trovão. 

O Xeréu do remake é mais bravo, onde Almir ria e brincava, Gabriel é agressivo e sério. 

Porém ambos ficaram bem no papel, embora eu ache que Almir fazia uma cara mais parada durante as previsões, como se estivesse realmente vendo algo. Gabriel cerra os olhos e faz uma voz cavernosa e, de repente, volta ao normal. 

Ambas as interpretações são boas... Mas pro meu gosto pessoal, Almir ainda é O cramulhão. 

Prós e Contras do remake de Pantanal: personagem Filó

 

Filó vivida por Tânia Alves, Jussara Freire (abaixo), Letícia Salles e Dira Paes (acima)

Filó. A eterna apaixonada pelo Zé Leôncio, a ex prostituta que foi morar com ele, teve um filho e ficou por ali cuidando de tudo até que, ao ver seu casamento naufragar, Zé resolve ceder aos encantos da morena e passa a morar com ela maritalmente.

Na primeira trama, Filó é um acessório - importante - da vida do Zé. É ela quem está sempre ali do lado, embora seja convenientemente colocada de lado quando convém, como quando Irma aparece, ainda jovem, no pantanal. 
Percebe-se claramente que Zé mora com ela e sente um grande afeto por ela, mas não a ama. Inclusive tem várias conversas entre o Zé e Irma onde ele deixa isso claro. A "pobre Filó" merece consideração, sim, mas não amor. 
Mesmo sentindo tudo isso, Filó aceita e se mostra sempre presente na vida dele. 

A nova Filó é abusada onde a antiga era humilde e recatada. Letícia Salles é marrenta e agressiva, Tânia Alves era quieta e discreta. As roupas também mudaram, talvez pela época, não sei. Nos anos 60 e pouco quando se passa a primeira novela, Filó usava vestidos comportados, e no remake os vestidos se transformaram em shorts curtos e mini blusas. 

A caracterização ficou melhor no remake: Dira Paes até se parece um pouco com Letícia Salles. Tânia Alves - já na época uma grande estrela - tinha cabelos eternamente cacheados, e Jussara Freire, não, tem cabelos tão lisos quanto uma índia. 
Mas Jussara era tão Filó, tão engraçada, meiga ne boa, que a gente acaba esquecendo e passa pano. 

As roupas, novamente, mudaram: Filó Jussara usava os eternos vestidos de pano e Jussara Dira usa roupas alegres, coloridas, dignas de uma dona de casa. 

O Zé Leôncio atual também mostra ser mais apaixonado, ele até pede desculpas pelo deslize com a Irma - algo que não acontece na novela original. 

Ambas são as rainhas do lar: ninguém mexe na sua cozinha, porém Jussara Dira aceita chamar Irma pelo nome e aceita sua ajuda para as tarefas de casa, quando dá na louca da carioca em ajudar, oque não acontece sempre (as cenas de Irma tomando um "pau" do côco com a faca, passando cera vermelha no chão da cozinha ou ainda esfregando os lustres da casa foram dignas de pena).. 

Filó Jussara chama Irma de "Dona" a novela inteira praticamente, e nutre sua mágoa, seu ciúme por Irma até que ela finalmente se acerta com Xeréu. 

Filó Dira faz amizade com Irma, Filó Jussara trata Irma como uma hóspede a novela inteira, e Irma nunca fez questão de ajudar em nada, como condiz à dama que ela parece achar que é. 
O clima só melhora mesmo quando Irma deixa de suspirar e lançar olhares languidos para José Leôncio. 

No geral, a Filó atual se coloca melhor como dona da casa, mas a Filó antiga é bem mais simpática e "filó". 

sábado, 18 de junho de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Tadeu Aparecido

 Tadeu é um personagem redondo; é igual em ambas as versões, alegre, despojado, de boa índole, com um certo ciúme do Joventino. 

Na versão original, foi vivido pelo Marcos Palmeira, que hoje faz o papel de José Leôncio. 

Tadeu vivido por Marcos Palmeira e José Loreto
Tadeu é aquele rapaz sempre alegre, embora o atual seja um pouco mais atormentado, aliás como todo esse elenco. 

Até agora não teve mudanças na história; Tadeu é aquele filho ciumento que sente estar sendo preterido em favor do "legítimo". 



Prós e contras do remake de Pantanal: personagem Tenório

Tenório é o vilão da novela. 

Um vilão no mais puro conceito da palavra pois é cruel, desonesto e além de tudo bígamo. 

Foi ele que, ainda jovem, vendeu terras griladas no Sarandi para um grupo de posseiros, dos quais faziam parte Gil e Maria, iniciando aí toda a desgraça que se abateu sobre a família - que no entanto já vinha de outras invasões, haja visto que haviam perdido 2 filhos em confrontos com donos de terras.

Tenório interpretado por Antônio Petrin e Murilo Benício


Quando Tenório conta essa história para Zé Leôncio, diz que o dono das terras foi quem armou tudo e ele também havia sido enganado - e é algo que jamais saberemos, pois Gil matou os donos das terras do Sarandi. 

Num dia em que Guta pergunta ao pai como ele começou sua vida, o homem conta como perdeu seus pais, ambos bóias frias, num acidente de caminhão. Como desistiu daquela vida e foi, sozinho e sem um tostão, tentar a vida na cidade. 
Como conheceu Maria Bruaca e se casou com ela, e como fez de tudo para nunca mais passar fome novamente. Um homem que fez o que precisava ser feito para subir na vida, sem se importar em pisar em quantas cabeças fosse,

O Tenório da novela original, porém, tinha cara de vilão; o do remake é novo demais, apesar de já ter uma certa idade, para tal papel.
Murilo Benício foi a aposta da Globo para viver esse personagem tão complexo, que no entanto é bem diferente do anterior, sendo PIOR até do que o vilão da novela original, e olha que aquele era uma peste!

O Tenório antigo tenta fazer vários negócios com Zé Leôncio, desde comercializar uma pinga artesanal até uma fazenda de criação de jacarés, e - ainda bem - não se concretiza.

Daí Tenório tenta prejudicar Zé de outras formas e, no final, até tentativa de assassinato acontece, com a contratação de um pistoleiro.

Esse Tenório de agora é pior, pois tem ligações escusas com políticos corruptos, o CPF da outra esposa está bloqueado por investigação da receita federal e ele rouba o gado sem marca do Zé Leôncio, depois que viu que o namoro da Guta com o Tadeu não deu em nada. 

Acredito que coisas piores virão, aliás tenho certeza, pois o segundo filho do Tenório, Renato, é uma cópia fiel do pai: péssimo caráter.

Ainda teremos muita água rolando debaixo dessa ponte. Mas quando Tenório descobre que Guta e Marcelo estão envolvidos e que ela está grávida, a atuação de Petrin é visceral, profundo. O cara é um monstro da interpretação, algo que Murilo não conseguiu fazer de forma alguma. 
Da morte do filho ao descobrimento da gravidez de Guta, Benício aparentemente usa uma máscara de indiferença... 

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...