quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sonho estranho e diferente com uma gang de crianças carentes, um grupo de homens desconhecidos, uma viagem à Rússia sendo ciceronada por um deles: um russo Alto, lindo, que falava português muito bem mas com um sotaque forte e que comparava a namorada dele com uma zibelina.
Odiei acordar antes de conhecer os pontos turísticos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Conversando com uma amiga outro dia eu lembrei de alguns livros que eu tive e que doei - pra alguém, nem sei mais quem.

Mas foram livros que eu namorei durante anos e fizeram parte da minha infância, e merecem ser homenageados aqui.




Quem sabe um dia eu consigo comprá-los de novo... 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Um ano se passou, e a dor não diminuiu, nem a saudade cedeu.
Eu continuo com a mesma dor de antes.
O que diminuiu foram as frequências do choro, eu começo e logo paro, porque sei que essa saudade atroz não faz bem à ela.

É uma dor fina, constante.

A mesma de 1 ano atrás.
A mesma que eu senti quando percebi que ela estava sofrendo aqui comigo, e disse: vai. pode ir, eu vou ficar bem.

Não tenho muito o que falar. Não gosto de "aniversários de morte".

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Quando eu estava grávida, ficávamos, eu e minha mãe, buscando em páginas de nomes de bebês, possíveis escolhas para a criança que nasceria.

Na maioria das vezes ríamos tanto das opções que chegávamos a chorar.
Eram tantos nomes estranhos, exóticos e diferentes que só podíamos levar aquilo na brincadeira.
Antes de sabermos o sexo da criança, era comum eu ir lendo os nomes e ela, sentada no sofá, ouvindo e dando palpites e rindo comigo. Íamos dormir de madrugada, rindo ainda.

No fundo, no fundo mesmo, acho que tive sorte da Carol ser menina, porque, no final, não foi difícil escolher seu nome.
Eu gostava de Ana (e suas variações, como essa de 2 N's), Fabio gostava de Carolina, pronto.
Minha mãe queria Ana Amélia, em homenagem à minha avó materna. Eu pensava na possibilidade de batizá-la de Mafalda, em homenagem á minha avó paterna, mas ambos os nomes eram bem antigos. Não se vê nenhuma criança hoje, chamada Mafalda, ou Amélia. Pensei também em Rosa Maria, nome de uma falecida tia minha que eu não cheguei a conhecer, mas Anna acabou ganhando.

A outra opção era Éowyn, mas ia ser muita sacanagem com a criança, pela pronuncia e pela escrita, então ficou Anna Carolina mesmo. Claro que vimos muitos outros, mas nenhum tão marcante que tenha ficado gravado à ponto de ser lembrado. Eram apenas brincadeira.

Mas se fosse menino, ele estaria sendo chamado de "psiu" até hoje, porque eu nunca cheguei à conclusão de como um filho meu chamaria.

As opções eram tantas e tão variadas que chegava a ser insano.

A mais provável era Felipe, por causa do significado, mas tem tantos Felipes que na mesma faixa etária que eu ia acabar desistindo. Tenho muitas conhecidas cujos filhos se chamam Felipe. Poderia chama-lo de Philip, mas ia dar na mesma.

Bruce era a segunda alternativa, e ao contrário do que os amigos pensam, por causa de Robert The Bruce, não Bruce Wayne. Descartei Wallace logo, por ser mais sobrenome do que nome em si, afinal o nome que eu queria era William Wallace, e eu não gosto muito de William.
Luke seria outra provável escolha e sim, por causa do Skywalker. Anakin, não.

Randall é incomum demais, mas era uma das opções, vinda do filme 60 segundos.

Nathan eu adoro e com certeza batizaria meu filho fácil, até ouvir uma mulher gritando, ao passar na frente de sua casa: "Natãn fecha o portão". A pronuncia não é essa (e sim NAY-thən) mas era disso que ele seria chamado aqui no Brasil, e isso encerrou definitivamente essa escolha.

Yuri é russo, mas apesar disso tem um japonês por aqui com esse nome e ninguém entendeu "porque eu queria batizar meu filho com um nome nipônico". Outras variantes russas seriam Grigory (mas como eu tive um cachorro com esse nome ia ficar estranho), Ilya (soa feminino), Nikolai, Vasili, todos exóticos demais.

Aí me falaram "coloca um nome bíblico", e não, eu não pensei em Lúcifer nem Belial, mas sim em Abraham, Ariel, Jethro, Nathaniel, Baltazar...

David iam acabar chamando o moleque de Dê, ou Daví. Jareth ninguém ia conseguir pronunciar nem entender a homenagem ao personagem do filme Labirinto.

Descartados muito cedo: Théoden, Thorin, Uther, Leônidas, Aquiles, Isildur, Anton, Christian ou Christopher (muitos H's), Maximillian, Maximus, Beowulf, Constantin, Alexius, Petros, Aramis, Fausto, Oberon, Percival, Thor e Orpheu.

Enfim, deu pra perceber que a dúvida era monstruosa, mas aí, veio menina...
Acho que Deus pensou "essa criança não pode ficar sem nome, se for menina, pelo menos já tá escolhido" ou algo do gênero...

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Carol está com escarlatina.
Pior que eu passei pra ela.
Tive amigdalite, ela pegou a bactéria e desenvolveu a escarlatina.
Tomou sua primeira benzetacil...

sábado, 27 de agosto de 2016

Moça Bonita - Angela Maria

Uma rosa cor de sangue
Cintila em sua mão
Um sorriso que nas sombras
Não diz nem sim, nem não

Põe na boca cigarrilha
E mais acende o olhar
Que conhece o bem e o mal
De quem quiser amar...

De vermelho e negro vestindo a noite o mistério trás
De colar de cor de brinco dourado a promessa faz
Se é preciso ir você pode ir peça o que quiser
Mas, cuidado amigo ela é bonita
Ela é mulher
Mas, cuidado amigo ela é bonita
Ela é mulher

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lá...

De vermelho e negro vestindo a noite o mistério trás
De colar de cor de brinco dourado a promessa faz
Se é preciso ir você pode ir peça o que quiser
Mas, cuidado amigo ela é bonita
Ela é mulher
Mas, cuidado amigo ela é bonita
Ela é mulher

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lá...

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

E nos cantos da rua
Zombando, zombando, zombando está
Ela é Moça Bonita
Girando, girando, girando lá

Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lároiê
Oi girando lá...

domingo, 7 de agosto de 2016

Eu acompanho a carreira da Xuxa à muitos anos.
Não exatamente por querer, mas ela foi uma parte importante na minha infância, afinal, apresentava os programas infantis que eu mais gostava de assistir, por causa dos muitos desenhos.

Ela começou na extinta Manchete, com o Clube da Criança, e em toda a sua época, passou muito, mas muito desenho japonês (que eu adoro) fora os tradicionais Hannah Barbera.
Depois ela foi pro Xou da Xuxa, e ficou anos e anos apresentando mais uma pancada de desenhos que eu adorava, competindo com a eterna programação matinal do SBT, que eu também adorava.

Um dia, Xou da Xuxa acabou (o programa de despedida foi muito triste) e colocaram a TV Colosso (onde o melhor era o Roberval, o ladrão de chocolate), e a Xuxa partiu para campos mais verdes, ou seja, tentou fazer outros programas.

Não sei o que ela fez nesse período, não acompanhei, mas sei que seus programas duraram pouco e foram fiasco de audiência.
Soube, pela mídia, de seu namoro com Ayrton Senna, depois com Luciano Szafir, com quem teve uma filha, Sasha.

Acompanhei com decepção sua incursão pelo Twitter, e enfim, um dia soube que ela havia sido dispensada pela Globo.

Ela foi pra Record. A própria propaganda dela entrando na Record foi hilária.

E lá, não sei... Ela liberou a zuera que sempre deve ter existido dentro dela, se ela não fosse obrigada a ser certinha e politicamente correta o tempo todo.

O melhor pra mim é esse, do Porta dos Fundos:


Mas depois de ver esse abaixo, confesso que definitivamente a mulher é da zuera:





Xuxa, anjo, voltei a te amar...

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O facebook é cheio de "brincadeiras", tipo "poste 7 fotos de animais em 7 dias" ou "poste 10 coisas que você gosta em 10 dias", etc. Algumas são bem legais, outras tolas. Em algumas eu entro, outras não.

A mais recente é essa, e eu participei e gostei muito.

Eu coloco a minha idade e o dono do perfil que fez a postagem inicial me fala a idade que eu deveria postar e a quantidade de conselhos.
Então, a Cecília me deu 25 anos, e 25 conselhos.

Achei bem legal e resolvi copiar aqui:

25 conselhos para a Maetê de 25 anos:

1. Você acabou de conhecer a internet. Ela vai dominar o mundo nos próximos anos. Surgirão mídias sociais, que são como grandes chats de bate papo. Todos esses amigos que estão na sua festa de 25 anos? A maioria vai sumir.
2. Em breve (e por causa da internet) você vai conhecer uma galera muito legal, mas também vai conhecer muita gente calhorda. Faz parte. Aprenda a separar o joio do trigo pra se estressar menos.
3. No meio dessa galera vai vir um cara que você vai gostar muito, mas que vai te tratar feito lixo, fazendo você ficar depressiva e entrando num tratamento pra depressão que vai ser doloroso. E depois dele vem outro, que vai te fazer voltar a ficar depressiva. Vai doer. Mas dor de amor não mata. Você vai sofrer, em ambos os casos, mas sem isso você jamais vai aprender a levantar sua auto estima. Encare como um remédio ruim que precisa ser tomado.
4. A depressão vai te fazer desistir das exposições caninas e te fazer entrar em descaso com seus cães. Não deixe isso acontecer. Eles não pediram para estar ali. Eles não tem culpa do que vai acontecer.
5. Sociedades são ruins. Fazem a gente perder dinheiro e amigos. Não faça sociedades comerciais com NINGUÉM. Todas as sociedades que você teve trouxeram MUITO prejuízo financeiro e fizeram você perder muita grana e amizades. A única que deu certo foi a sociedade com a moça dos dobermanns (e sim, ela vai continuar te ligando de madrugada).
6. Em pouco tempo vai surgir uma doença endêmica na região chamada leishmaniose. Ela sempre existiu, mas não era alardeada. Vai ser um caos, vão matar cães, farão uma inquisição canina. USE CITRONELA. Você vai ter mais da metade do seu plantel contaminado, vai ter que sacrificar adultos e filhotes. Vai surgir uma vacina caríssima, mas a melhor prevenção é a CITRONELA. Spray, ao anoitecer. Todos os dias, religiosamente. Nunca esqueça.
7. Castre os poodles e as pinschers. Vieram de criações caseiras de fundo de quintal. Todos eles tem algum problema. Não perca seu tempo tentando reproduzi-los, você não vai conseguir nada ali.
8. Aplique seu dinheiro em imóveis. Os bancos não são uma boa opção, nem ouro. Imóveis. O país vai entrar em crise e caos. Aplique em algo durável.
9. Eu sei que não vai adiantar falar e você vai votar nele mesmo assim, mas acredite em alguém que está vivendo seu futuro: Lula é um calhorda. Não acredite em suas promessas, ele não vai fazer NADA pra arrumar as merdas que o FHC está fazendo. Pior ainda, vai deixar o Brasil mais burro do que nunca, pois NÃO VAI voltar atrás nesse sistema de ensino absurdo chamado "progressão continuada", vai mentir falando que pagou a dívida externa e vai montar o maior esquema de corrupção que esse país já viu. A saúde vai entrar em colapso (continue pagando a Unimed), a economia vai ficar bem até entrar sua sucessora (que você, já mais esperta, não vai ajudar a eleger) e muitos comércios fecharão. Guarde dinheiro.
10. Em 2006 você vai conhecer um cara legal e vai ficar com ele. Então esqueça a "teoria da frigideira".
11. Pode operar sua miopia, mas você não vai se adaptar sem os óculos e vai voltar a usá-los, fazendo, finalmente, as pazes com eles.
12. Sua cirurgia bariátrica só vai resolver seu problema até certo ponto. Se você não parar de comer carboidratos e tomar coca-cola, vai continuar gorda. Não é um procedimento milagroso, então NÃO TOME AQUELE COPINHO DE LEITE BATIDO, vai te fazer dar um nó no intestino, você vai voltar pra mesa de operação e vai abrir uma hérnia enorme.
13. Eu sei que fazer a faculdade de letras foi um sonho realizado, mas você não vai conseguir dar aulas pra essa geração de trombadinhas e filhotes de capiroto que estão aí hoje, vindos de um sistema educacional falido e sem noção de boas maneiras aprendidos em casa. Sua vocação é pra alunos que respeitavam a instituição e os professores.
14. Preste atenção, pois esse é o conselho mais importante que eu vou te dar, e não quis que fosse o primeiro pra não causar tanto impacto. Em 2011 vai nascer sua filha, e 21 dias depois sua mãe vai ter um AVC, passando os próximos quase 5 anos numa cama, imóvel, sem conseguir falar, dependente totalmente dos outros. Talvez você não possa evitar algo que tem que acontecer, mas pode prevenir ou retardar, então insista com sua mãe para consultar um médico vascular. A pressão dela vai ficar constantemente alta, e ela vai fazer pouco caso disso como sempre, vai falar que "depois que o nenê nascer eu vejo isso", não deixe. Arraste-a à um médico vascular. Seja grossa e mal educada, faça chantagem emocional. Se ela ameaçar você, ignore e continue a chantagem. Você nunca vai se arrepender dessa decisão. Quase tudo que eu disser daqui pra frente é baseado no tempo que sua mãe ficará de cama, caso você não consiga evitar/retardar esse acontecimento.
15. Por causa do nervoso e da ansiedade, você vai ficar viciada em coca (cola - ainda mais). Tente controlar isso. Em certas épocas, você chegará a beber 2 litros em um dia. Nem preciso dizer o quanto faz mal, né?
16. Não se sinta culpada por não gostar de crianças e colocar uma no mundo. Isso vai passar. Não, você não vai aprender a gostar de crianças, mas vai amar sua filha incondicionalmente, mesmo que inicialmente ache que não. E não se preocupe, você vai ser uma boa mãe.
17. Continue só com a sorveteria. Propostas milagrosas não caem do céu. Não confie em propostas de sociedade, não deixe jogarem areia nos seus olhos. Volte ao item 5.
18. Você vai passar uma crise brava com o Fabio em 2014. Ela pode ser amenizada se você não der a sibutramina pra ele.
19. Aprenda com seus erros. Continue insistindo com o Fabio pra ele ir ao médico e se cuidar. Ameace-o se for preciso.
20. Muitos "amigos" sumirão da sua vida quando você entrar nessa crise. Console-se. Não eram amigos. Os melhores permanecerão. Os que sumiram da sua vida não valem a pena.
21. Continue com seu carro, ou compre outro, mas não entre em nenhum financiamento.
22. Não pegue grana emprestada, nem com o banco, nem com ninguém. NINGUÉM! Volte ao item 5.
23. Trabalhe a perda. Você vai passar os próximos 4 anos chorando e implorando pra sua mãe ficar com você. Não espere ela realmente piorar pra trabalhar esse sentimento, ela vai embora, e NADA do que você fizer vai mudar isso.
24. Depois que ela se for, você vai sentir, além da saudade devastadora dela, uma saudade imensa da sua família que já se foi. Sim, em alguns momentos o sentimento de solidão será assustador, mas você não estará tão sozinha quanto imagina.
25. Essa crise servirá para você descobrir quão forte você é. Algumas pessoas dependerão de você e isso vai fazer você ser forte. Não se engane. Sua capacidade de superar obstáculos e se manter firme ficarão maiores a cada dia.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Antes da Carol nascer, antes da minha mãe ficar doente, a gente conversava sobre a educação dela.
Tinha que ser em escola boa, de preferência particular, pra ela poder desenvolver bem suas habilidades, aptidões e poder cursar uma boa faculdade.

Meus pais pagaram boas escolas pra mim, à custa de muito esforço. Eu nunca estudei em escola estadual, só no terceiro colegial, pra concluir o segundo grau mesmo, porque eu reprovei o terceiro.

As escolas estaduais da minha época tinham um nível muito bom. Vários dos meus amigos e parentes estudaram nelas e fizeram ótimas faculdades.

Mas hoje, o nível estadual caiu demais, como todos sabemos.

Enfim, era algo que ambas - eu e minha mãe - tínhamos combinado: pagar uma boa escola pra Carol.

E aí, tudo aconteceu, e eu segui sozinha com nossos planos. Matriculei a carolina no Auréola, que logo entrou com um projeto de ensino bilíngue. Ela estava lá desde o mini-maternal, e eu achei que ela fosse ficar até a quinta série.

Mas quis o destino algo diferente, e eu não estou conseguindo mais pagar a mensalidade.

Eu penso bastante pra tomar uma decisão, questiono, pergunto, vou atrás mesmo. E em questão de dias resolvi passar a Carol pra uma escola municipal (ensino primário). Todos recomendaram a Dr. Gama, perto de casa, mas tem 9 crianças na fila de espera pro meio do ano letivo.

Então fui atrás da segunda que me recomendaram: Roberto Clark. E lá, MILAGRE, tinha uma vaga pro período da manhã (Carol sempre estudou à tarde).

Não sei se é um bom sinal, porque eu sempre quis coloca-la pra estudar de manhã - e nunca tive coragem pra começar. Carol é meio notívaga. Mas eu acho que é tudo uma questão de costume. Tratei de garantir a vaga, ela começa segunda feira.

Especulando com a avó de uma menina que está na mesma série que a Carol, quis saber o que ela já tinha aprendido na escola, e era o mesmo que a minha filha: as letras, escrever o próprio nome, os números. Ótimo. Ela vai conseguir acompanhar de boa, espero.

Fica só a sensação de fracasso em não poder cumprir o combinado com a minha mãe, mas acho que ela está entendendo...


sábado, 28 de maio de 2016

- MÃÃÃÃEE, MÃÃÃEEE, OLHA OLHA!!!
Juro que achei que tinha entrado um dragão pela janela do quarto, saí correndo e...
- Que foi, Carol????
- MEU DENTE, TÁ MOLE, SAIU DO LUGAR!!!!!
- Ahhhh, mas não mexe nele então! Deixa cair sozinho!

Tem um mês e meio que Carolina teve febre, do nada (ela sempre tem febre altíssima quando tá pra nascer dente), e nasceram 2 dentes, embaixo, atrás dos de leite, que ainda não caíram.
Embora dentição dupla não seja comum em humanos, fiquei meio preocupada, porque vai que... né? 
Tentei marcar dentista pelo postinho, mas pelo jeito quando marcarem, ela vai estar usando aparelho já...

Carolina teve dente cedo, começaram a nascer aos 4 meses, eu dentro da Santa casa com a minha mãe e ela chorosa e com febre em casa, eu rodei aquela ala de pediatria inteira perguntando se erupção dentária dá febre... 
Que sufoco que foi...
Achava que troca de dentes começava com 6 ou 7 anos, ela acabou de fazer 5!

No geral, Carolina lembra muito a mim mesma quando era criança. 
Lembro nitidamente das coisas que eu fazia, e vejo saindo pela minha boca palavras que eu ouvia da minha mãe todos os dias...

- Mastiga... Engole... Anda, come logo.
- Como assim, não gosta?? Você nem experimentou! Toma aqui, pelo menos experimenta!
- Se cobre que tá frio!
- Não posso comprar isso, não tenho dinheiro... Não, seu pai TAMBÉM não tem dinheiro!!
- Deixa estar, você vai vir me pedir alguma coisa. 
- Eu não sou sua empregada!! Pega água você!
- Lava pelo menos o pé e a bunda, não precisa tomar banho hoje...
- Escovou os dentes? VAI ESCOVAR!!
- Penteia o cabelo! Como assim, dói? Nunca vi isso, escova o cabelo!

... saudade... 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Os Ecos da Ditadura Militar

Esse é meu único post com título, e nem sei se vou deixa-lo. Talvez sim, porque combina com o que será relatado a seguir. Combina com o que eu estou sentindo. Porque eu preciso colocar isso pra fora. Porque tem mil sentimentos fervilhando aqui dentro. Porque eu preciso expurgar essa dor, essa decepção, essa mágoa. ---------- Domingo, dia 17/04/2016, foi um dia bem importante na nossa história: a câmara dos deputados votou pelo impeachment da presidente Dilma Roussef. No meio de muita bizarrice, papagaiada e erros de português, um voto tem criado uma polêmica avassaladora: do Deputado Jair Bolsonaro. Ele votou pelo SIM e dedicou seu voto ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o Dr. Tibiriçá do DOI-CODI. Ao mesmo tempo, Glauber Braga do PSOL, dedicou seu voto à Marighella e outros nomes da esquerda. A discussão que se seguiu está interminável. Literalmente dividiu o Brasil: de um lado os defensores dos militares, do outro a esquerda brasileira. Milhares estão pesquisando e definindo seus lados. Porque depois de mais de 40 anos, algumas pessoas da "luta armada comunista" revelaram que mentiram sobre as torturas. Algumas pessoas foram sim, torturadas, mas outras não, só disseram que foram porque "era moda". Enfim, meu texto abaixo é pra contar um pouco sobre o meu posicionamento nessa história toda e explica o porquê de eu, hoje, ser totalmente contra a esquerda. ---------- Meus pais eram socialistas. Fugiram do país em 1969, arrumaram bolsas de estudo através de amigos, também socialistas, que já haviam fugido, e moraram 4 anos na Alemanha. Não fosse isso, estariam mortos agora. Quem ajudou os dois foi o Toledo. O "Velho". Ele era o pai da amiga da minha mãe, a Denise, casada com o Renato. Eu me lembro de, quando criança, ir de vez em quando na casa deles e brincar com os filhos deles, mas eu não gostava muito: eles quase não falavam português, só alemão. O crime do meu pai foi - me disseram - ter um rádio amador em casa e livros de socialismo/comunismo. Ele nunca foi da "luta armada". Fazia engenharia na Poli, era um intelectual. Foi campeão de xadrez da universidade pelo menos 3 vezes, na Alemanha, onde mudou seu curso para física. Minha mãe fez algo um pouco mais grave, ela deu "pouso" à uma moça por uns dias, e emprestou seu carro para carregarem armas. Um dia essa moça "caiu" e deu todo o serviço: disse onde e quem a havia hospedado, qual carro haviam usado, quem havia participado, etc.
Tio Orlando e Tia Missina
Lógico, baixaram na casa da minha avó, e na ausência da minha mãe (que se encontrava a trabalho ou visita, nem lembro, no RJ) prenderam uma das minhas tias. Ligando os pontos, na verdade, prenderam DUAS das minhas tias, mas uma delas era esposa de um político e não foi tocada.

A outra foi, sim, torturada. Queriam saber onde estava a minha mãe. Só que a minha tia não sabia, e dá-lhe pau de arara, dá-lhe cigarro aceso na pele. No final soltaram minha tia, mas ela disse o principal, que sua irmã mais nova estava namorando um comunista. Foram atrás do meu pai, mas ele não estava. Só que isso já alertou meus avós, que deram seus pulos e o avisaram. Ele foi ao encontro da minha mãe, que já estava voltando do RJ de ônibus, fez ela descer na estrada e se esconderam.
Tia Cleide

Não lembro como, levaram umas roupas pra eles, e eles foram de carona pro Sul. Fugiram por alguma cidade da fronteira, acho que Santana do Livramento, e conseguiram ir até a Argentina. De lá, esperaram. Meu avô, que trabalhava na aviação, estava tentando conseguir passagens pra eles, pra irem embora pra Europa.
3x4 na Alemanha
Me parece que, em algum momento, eles voltaram pro Brasil pra pegar as passagens, bagagens, uma ajuda financeira e aí foram pro Chile, tirar passaporte. Não poderiam tirar passaportes em países limítrofes, então foram até o Chile, pediram na embaixada, deram a desculpa que estavam fugindo para se casar, e a única preocupação do cara que tirou os passaportes deles foi: "vocês não são irmãos, né?" De lá foram embora. Moraram 4 anos na Alemanha.Casaram-se lá. Um dia, grávida, minha mãe sentiu saudades e quis voltar pro Brasil, mas a situação deles ainda era perigosa. Um amigo do meu avô, com seus contatos, conseguiu anistia pros dois. Minha mãe disse que suava frio quando foi à sede do DOI-CODI assinar um termo de compromisso de se manter na linha, blá blá blá. Eles chegaram em Setembro de 1973, eu nasci em dezembro do mesmo ano. E assim termina a aventura deles, resumidíssima. ---------- Isso foi o que minha mãe me contou, e o que ela lembrava. Teve momentos tristes, engraçados, desesperadores. Isso é, também, um pouco do que eu me recordo, e posso estar enganada em alguns detalhes, mas o básico está aqui. Na verdade, minha mãe nunca gostou de falar desse período da vida dela. Não dos 4 anos na Europa, mas da fuga em si. Meu pai quase nunca conversou comigo sobre isso. Quando ele morreu, eu tinha 16 anos. Uma das últimas coisas que ele me disse antes de morrer foi algo parecido com "justo agora que você está ficando interessante eu vou morrer". Esse assunto, aliás, sempre foi meio que "proibido" do lado materno da minha família. Minha mãe não tocava nele perto de nenhuma das minhas tias, principalmente das que foram presas por causa dela. Meio óbvio, acho. Uma vez minha mãe comentou que viu meu tio, o tal político, olhando pra ela pensativo, como se recordasse tudo que ele passou na época, por causa dela. Porque afinal, ele era um deputado de uma ditadura militar, ia ser indicado ao senado, e tinha uma cunhada comunista e subversiva? Pensa!
Vó Amélia e minha mãe
Mas aqui eu explico: das filhas de Dona Amélia, minha mãe era a caçula. A esposa desse político, a mais velha. Quando minha tia se casou, minha mãe tinha 4 anos e ficou com febre de tanta saudade dela, pois era ela quem criava minha mãe, minha avó já tinha mais de 40 quando ela nasceu. Então quem praticamente criou minha mãe foi essa minha tia e seu marido, o tal político. Até quis adota-la, mas ela não aceitou. Minha mãe foi praticamente criada como filha pelo casal, junto com os outros 2 filhos deles, que nasceram depois. Por várias vezes eu ouvi conversas atravessadas dessa minha tia, falando que a culpa de tudo tinha sido do meu pai, aquele comunista; que minha mãe poderia ter feito um ótimo casamento, maass...; que ela deu jóias pra minha mãe levar e vender que sustentaram ambos na Europa praticamente os 4 anos em que eles viveram lá; que seu filho tinha ficado gago porque viu sua mãe sendo levada presa... É, minha tia era pródiga nesse assunto com os outros, e não se importava que eu ouvisse.
Tia Missina, Tia Ruth, minha
 mãe e Weida
E a tudo isso eu ouvia, pra depois perguntar à minha mãe se era verdade; cada declaração vinha como se estivesse sendo extraída à fórceps, pra lembrar uma expressão que ela usava muito. Minha mãe ia confirmando ou não as histórias que eu pescava: a culpa tinha sido do meu pai? Em termos, sim e não. Como assim? "É que eu conheci todas aquelas pessoas através dele, ele que me apresentou, mas ele mesmo nunca teve envolvimento com nada". Por que a tia fala que era pra você ter feito um ótimo casamento? "Porque ela me apresentou a todos os fazendeiros de Catanduva e eu acabei casando com o seu pai". Essas jóias que ela te deu e disse que sustentaram vocês na Europa...? "... nunca tive coragem de contar pra ela, Maetê, mas roubaram da gente na primeira esquina, no Chile...". O Zé ficou mesmo gago por causa disso que ela falou? É, ficou. Tia Cleide foi MESMO torturada?? Foi. Mas a gente não fala sobre isso. Na família do meu pai também não se tocava muito no assunto, a não ser pra falar das viagens que meus avós fizeram pra visitá-los. Muitas fotos desse período tem dedicatórias longas atrás. Muitas se perderam com o tempo. Eram slides. Na época era comum revelar tudo em slide. Perdi muitas. Até outro dia eu lamentava a perda desses registros, mas hoje não lamento mais. Minha mãe e meu pai, ao morrerem, viraram pedaços de papel num arquivo e fotos em uma prateleira. Quando eu morrer, tudo isso será esquecido. Ninguém vai querer relembrar histórias de pessoas que não conheceu... Minha mãe sabia ver cada foto e me falar onde eram os locais, a data, quem estava nelas. Paris, Espanha, Iserlohn, Düsseldorf, Duisburg, Chile. Aqui é a praça tal em tal lugar. Aqui é Paris, aahhh Paris, que saudade. Aqui é uma praia na Espanha. Uma feira em Marrocos. O metrô de tal lugar. Eu cresci pedindo pra minha mãe repetir os lugares. Cresci ouvindo essas histórias. São parte da minha vida, são parte do que eu sou. Meus avós paternos também fugiam do assunto. Mas, veja, era engraçado. Meu pai era comunista, mas meu avô defendia a Ditadura Militar com unhas e dentes. E quando ele, às vezes, falava que "não foi como seus pais estão dizendo", meu pai brigava com meu vô e chamava ele de "reacionário". Eram discussões terríveis, embora eles não brigassem de fato. Família italiana, muitos gritos e muita emoção. Muita gesticulação, mas nada que deixe mágoa. E meu vô, depois, repetia, com aquele sotaque carioca que ele nunca perdeu: "bobagem, minha filha, bobagem, essa budega não foi assim não".
Meu pai e meu avô
---------- Portanto, eu fui CRIADA por dois socialistas de carteirinha, engajados até o pescoço na "luta pela igualdade". Sabia de cor nomes como Carlos Lamarca, Marighella, "O Velho", Zé Dirceu, José Genoíno e Gabeira de um jeito que nunca decorei nomes da história do Brasil-Colônia. Sabia que a ditadura militar era repressora e havia mandado várias pessoas pra prisão e pra morte. Cantava "para não dizer que não falei das flores" inteirinha, sem errar uma estrofe. Idolatrava Chico Buarque. Fui com meu pai conhecer a sede do PT em SP e pegar panfletos pra distribuir nas ruas. Íamos em várias passeatas e showmícios.
Numa das minhas lembranças mais antigas, em que eu talvez tivesse 8 anos, eu lembro de uma longa caminhada no meio de uma multidão, um discurso de várias pessoas e depois um show. Talvez fosse uma passeata pelas diretas já. Vieram muitas depois dessa. Víamos Lula e outros falando, falando... Meus pais aplaudiam. Daí vinham os shows de cantores, os mesmo de hoje, mas principalmente Chico. Torcíamos para a URSS nas Olimpíadas.  "Vocês conheceram o lado comunista quando moraram na Europa? Não, era muito caro ir pra lá..."

Quando eu tinha 15 anos, Luiza Erundina venceu as eleições para a prefeitura de São Paulo. Meu pai disse, então, estar feliz pelo resultado, mas com medo. "Meu medo é que esse seja o fim do PT. São bons como oposição, mas estando no poder, vão perceber que o poder corrompe". Não entendi. Como a vitória poderia ser o começo do fim? Tenho inclusive, na fita cassete da minha festa de 15 anos, ele dizendo "não é uma festa de aniversário da Maetê, é para comemorar a vitória da Erundina".


Meu pai morreu em 1989. Não viu a queda do Muro de Berlin. Chegou a comprar o livro do Gorbachev, "Perestroika", mas acho que pensou que era ficção. Não viu a dissolução da URSS.
Meu pai também não viveu pra ver a eleição de Collor, nem seu impeachment em 1992. Depois de tanta luta, tantas esperanças com os protestos por Diretas já, tantas passeatas, ele não conseguiu participar do processo democrático das eleições finalmente livres. Como disse minha mãe, quando o Collor venceu o Lula e, depois, quando sofreu o impeachment: "se seu pai já não estivesse morto, teria morrido agora".
Para os meus pais não houve nenhuma "aposentadoria por anistia política". Meu pai, tão ferrenho defensor do socialismo, tentou ser seu próprio patrão e, no final, pediu arrego: conseguiu um emprego público, passou a ganhar bem e, finalmente, percebeu o que era sustentar a casa, algo que só a minha mãe tinha feito até então, com seu também emprego público. Porque meu pai, socialista, também era um grande consumista. Gostava de bons vinhos, boa comida, bons programas. Gostava de sair, de se divertir, de gastar. Pouco antes de morrer ele viajou aos EUA, ficou lá uns dias, conheceu até a Disney. Ele nos disse, então: "que país incrível, tudo que você imaginar lá eles tem pra vender!! E barato! E o Mickey!! Você SABE que é um boneco, mas vendo o desfile, acaba dando tchau pra ele!! E os shows!! Eu fui em um... Cool and the gang, você conhece? Incrível!". Minha mãe me disse que antes de ele morrer, ele falou à ela que lamentava nunca poder me levar pra conhecer os EUA. Enfim... Herdei as duas grandes bandeiras do PT feitas com cabos de vassoura, pesadas, vermelhas com uma estrela no meio. Aquelas bandeiras... Eu adorava aquelas bandeiras. Meu pai fez as duas, uma pra cada um. Eram pesadas, mas e daí? A gente carregava onde fosse, passeatas, boca de urna. Quando me mudei pra Birigui, as bandeiras vieram junto. Mas aqui já não eram mais necessárias, não íamos mais em passeatas, então ficavam enroladas e guardadas. Ás vezes eu abria pra limpar e ver se estavam mofadas ou se tinham traça. Collor foi eleito em 1990 e sofreu impeachment dois anos depois. Fernando Henrique Cardoso venceu as eleições de 1995. Choramos, lamentamos. "O povo não sabe votar". FHC ficou 8 anos no poder e seu governo teve muitos escândalos de corrupção. Lula, finalmente foi eleito e tomou posse em 2003. Se tivéssemos condições, teríamos ido à comemoração da posse em Brasília. Um sentimento de alegria. Finalmente, um presidente do povo, para o povo. Choramos de felicidade. E aí começaram as decepções. O desapontamento. Começamos a ver que Lula, na verdade, não ia fazer nada do que havia prometido em anos e anos de campanha. Nunca fez nada para combater a corrupção, pelo contrário. Nunca realmente fez uma reforma agrária. Nunca investiu em mudanças na educação. Fez reformas inúteis ou que prejudicaram o trabalhador e o aposentado. Aliou-se aos partidos mais sujos e sórdidos do país, aos quais ele fazia oposição. Nunca se preocupou em desfazer algumas das besteiras que FHC fez em seu governo. Estoura o escândalo do Mensalão. Gabeira abandona o PT. CLARO que sabíamos que esse esquema de propinas por compra de votos vinha de muito antes, mas acreditávamos do fundo do nosso coração, que Lula ia acabar com isso. Ledo engano. Dirceu era o chefe do esquema, Genoíno estava envolvido. No segundo mandato já não esperávamos mais nada dele, mas ainda assim, demos um "voto de confiança". Aí a coisa piorou. Lula "pagou a dívida externa" mas duplicou a interna. Minha mãe, cansada de guerra, assistindo sua televisão, falava sozinha: "Lula, Lula, você não podia ter feito isso com a gente. Zé Dirceu... que decepção...". Perdeu o gosto pela política. Votava em qualquer um que eu pedisse. Só se interessava por novelas, assistia todas, em todos os canais que conseguisse. A decepção foi tanta que não votamos na Dilma. Votamos no Plínio de Arruda Sampaio - ainda de esquerda.
"Queria que seu pai estivesse vivo pra poder ver no que se transformou o PT" - dizia ela, às vezes triste, às vezes com ar de revolta. "Filhos da puta", remendava.
Em maio de 2011 minha mãe cai definitivamente de cama e nunca mais participa da vida pública. Mas em sua doença, tivemos que recorrer ao SUS, e aí começou o meu aprendizado. De filha única protegida e quase sem responsabilidades, passei à mãe de duas: uma criança e uma enferma, acamada. Minha mãe não quis mais pagar convênio depois que se aposentou. E, meu amigo, se você precisa e depende do SUS o tanto que eu precisei e dependi, começa a se questionar se quem está no poder realmente sabe o que é serviço social para o povo. Começa a se perguntar se quem é eleito, alguma vez pensa no povo que o elege. Você começa a ver que, agora no governo Dilma, o que existe é uma preocupação em apagar o passado e reescreve-lo, sob a ótica da esquerda. É uma época de revanchismo e populismo, esquecendo o todo da população, governando só para uma parte dela.
Livros de história foram reescritos. anistias, indenizações e pensões milionárias foram concedidas. A "Comissão da Verdade" investigou as "mortes do período militar", mas talvez por esquecimento, não pesquisaram as mortes causadas pelos guerrilheiros que tentaram, durante anos, implantar uma ditadura comunista no Brasil. Provas testemunhais não servem para delações de corrupção, mas servem para delações de tortura da época dos militares. No Norte do Brasil não temos estradas (vide a BR-163 no Pará), saúde, educação, infra estrutura ou segurança, mas construímos um Porto em Cuba. Lula emprestou dinheiro para ditaduras e organizações terroristas. Dilma endossou os empréstimos e continuou enviando dinheiro para fora. Dinheiro que poderia e deveria ser gasto aqui dentro. Se meus pais, por um lado, me criaram sob a ótima socialista, também me ensinaram a pensar e questionar, sempre. Nunca aceitar nada calada. Comecei a pesquisar. Ler loucamente. A história sob a ótica da esquerda eu já conhecia, queria ver agora sob a ótica da direita, dos militares. E aí, reinventei a roda: eu sempre soube que a verdade é uma faceta de 3 lados. Mas, quem sabe, meu velho e reacionário avô não estivesse tão errado assim. Eu fui atrás da verdade. Da MINHA verdade. Não da verdade dos militares, ou dos terroristas brasileiros. Fui atrás do que realmente aconteceu. E o que eu descobri, me decepcionou um pouco mais. Meus heróis não morreram de overdose, antes tivessem. Eles tomaram o poder e se corromperam. Porque o poder corrompe. Vinte e tantos anos depois, a frase do meu pai prova-se verdadeira. Mas ele já não está mais aqui pra ver. Nenhum deles está. Seu legado se perderá no tempo, como lágrimas na Chuva. As bandeiras? Queimei na pira da desilusão.

sábado, 16 de abril de 2016

Relembrando aqui de umas histórias da faculdade, principalmente das aulas de espanhol.

ABRE ASPAS
Eu nunca quis estudar espanhol. Sempre quis inglês, mas se eu e mais 2 não escolhessem espanhol, o curso não abriria classe, então dividimos as turmas e alguns escolheram espanhol pensando no "coletivo", mas meu vocabulário sempre foi melhor em inglês. Enfim...
FECHA ASPAS

E então uma das professoras resolve dar traduções de letras de músicas pra melhorar nosso vocabulário. Achei a ideia excelente, eu mesma uso muito esse expediente pra aprender tanto tradução quanto pronuncia.

O problema é que eu não sou fã de nenhum cantor ou cantora espanhol, nem mexicano, nem nada.
Rick Martin canta mais em inglês que espanhol.
Julio Iglesias? Não, só música velha.
Alejandro Sanz? Nem lembrei dele.
Só me vinha Shakira na cabeça e eu nem conheço as músicas dela. E agora?

Aí eu lembrei de um grupo que eu amo e que canta em espanhol, Gipsy Kings!!

Pô, legal, nunca pensei em traduzir uma música deles, né?

E resolvo que vou levar uma música dos caras... E começo a procurar, qual a mais legal? Cara, e eu não lembro agora qual eu escolhi, mas tinha umas expressões que eu não encontrei no dicionário, ainda resmunguei, "quer merda esse dicionário que eu comprei, saco", mas deixei em branco e levei assim mesmo...

Bom, se eu tivesse pesquisado mais, saberia que o Gipsy Kings não canta em espanhol puro, eles cantam em flamenco, que tem expressões próprias, nunca eu ia achar no dicionário.

Aí a professora me vira e fala: "mas porque você não trouxe uma música da Shakira?" e como que eu ia falar pra ela que Shakira e Los Hermanos pra mim, só tem uma música que eu conheço (estoy aqui no caso da Shakira e Ana Julia no caso dos Los Hermanos)? A mulher dá aula daquela matéria, deve adorar musica em espanhol, e eu não conheço nada versus nada...

Aí nem lembro qual foi a outra música que eu escolhi e levei, era pra complementar a nota, precisava ser boa a tradução...
Levei outra música, tirei a nota que precisava... mas que sensação de fiasco...

sábado, 2 de abril de 2016

Depois que minha mãe morreu, logo depois, eu comecei a "pedir notícias dela". Se tinha sido socorrida, onde estava, com quem, como, se não sentia mais dor...

Tudo isso...

Mas eu não frequento centro nem nada, queria noticias como?

Mas eu insistia muito, até que a minha psicóloga disse pra eu deixar ela descansar, a hora que ela estivesse pronta eu iria saber...

E hoje eu recebi isso, e fiquei bem sem palavras pra descrever a emoção.





sábado, 20 de fevereiro de 2016

Apesar de tudo, apesar do nosso país estar sempre atolado em sujeira, eu nunca quis morar em outro lugar. Sempre amei morar aqui.
Mas até isso o PT tirou de mim. O orgulho de ser brasileira.
Eu achei que, um dia, fosse ver o fim da corrupção. Entenda, a corrupção total a gente sabe que nunca vai se extinguir, mas pelo menos a corrupção do que é essencial. Eu achei mesmo que o PT fosse investir na educação, na saúde... E percebi que não, eu vou morrer e não vou ver esse país limpo dessa gente suja.
Pela PRIMEIRA VEZ EM 42 ANOS DE VIDA eu pensei em ir embora daqui, nem que seja pra algum país vizinho.
Definitivamente eu NÃO QUERO que a Carol nutra amor pela pátria. Não enquanto a pátria for governada por essa escória que é a nossa classe política.

domingo, 10 de janeiro de 2016

O que dizer deste ano que começou tão funesto? Não tenho palavras.
Choro como se tivesse perdido um parente querido... Mas era alguém que eu só conhecia através da música.
Jared se foi. Voltou ao reino dos duendes.

Absolute Beginners
David Bowie

I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane

As long as we're together
The rest can go to Hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same

If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean
Just like the films

There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Nothing much could happen
Nothing we can't shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake

As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners

But if my love is your love
We're certain to succeed

If our love song
Could fly over mountains
Sail over heartaches
Just like the films

There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

sábado, 9 de janeiro de 2016

Uma das piores coisas da morte é lidar com o que fica de quem se foi: roupas, bens pessoais, documentos, livros, cd's, etc.

Até a pasta de músicas no PC eu tentei, mas não consigo mexer... Gonzaguinha, Noel Rosa, Chico Buarque, Frank Sinatra, Beatles, Nara leão, Gal Costa, Ray Connif, Simone, Nico Fidenco, Pepino di Capri, Tom Jobim, Os Cariocas, Elis Regina, Connie Francis...

O problema não são as músicas em si, são as lembranças... Ela vinha da cozinha, de repente, "Tê, procura pra mim aí Noel Rosa, vê o que você acha dele", e eu ia garimpar, porque AI se não achasse, "mas dizem que existe de tudo na internet, como você não encontra Nico Fidenco?"

A última que eu achei foi a discografia completa do Gonzaguinha, nem cheguei a abrir do .rar, não deu tempo. Estão aqui, fechadas.

Quando ela ficou de cama eu ia no hospital com algumas músicas que ela gostava no celular, colocava no ouvido dela, mesmo em coma, e cantava junto, ela sempre gostou de me ouvir cantar, mesmo depois que eu meio que perdi a voz... Sempre gostou de me colocar nos karaokês da vida e escolhia a música, "Tê, canta essa", e lá ia eu, sem saber a letra...

"Procura Cirandeiro aí, pode ser com a Maria Bethânia mesmo, seu pai gostava dessa música".
"Acha A Banda do Chico", e aí me contava do festival que ela e meu pai foram, e A Banda ganhou, junto com Disparada, "aliás acha disparada aí, vai", e assim ela ia me contando, um pouco de cada vez...

Sua vida foi rica em fatos, que eu me arrependo de nunca ter tentado transcrever... Os anos em que morou na Alemanha, sua juventude, as histórias mirabolantes de sua fuga do Brasil... Tudo isso se perdeu com sua morte...

domingo, 3 de janeiro de 2016

Não tenho vontade de nada.

Pra mim, foi só mais um ano péssimo que se foi e outro pior que está entrando.

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...