quinta-feira, 31 de março de 2005

Everything that has a beginning, has an end.
(Matrix)

Eu sei que eu já escrevi essa frase aqui antes, não uma, mas várias vezes. Que posso fazer se ela é tão perfeita?

Dia 22 de fevereiro eu escrevi aqui nesse blog que eu iria me machucar um dia, mas que deixaria pra me preocupar com isso quando chegasse o momento.
Ele chegou mais cedo do que eu esperava...

E eu não achei que fosse ficar tão triste pelo final de algo que durou tão pouco, mas teve momentos únicos.
Acho que eu não imaginei que estivesse gostando tanto dele, ou talvez estivesse tentando negar uma realidade pra me magoar menos quando chegasse a hora.
Mas o fato é que ela chegou e eu senti bem aqui dentro a dor. Muita. Menos do que antes, mais do que eu esperava.

Existem pessoas que não combinam em nada mas conseguem conviver um determinado período de tempo juntas. É difícil, mas basta aprender a ver o que elas tem de bom dentro delas.

Na verdade, se vocês viram o tempo que fiquei sem atualizar o blog, perceberam meu baixo astral... E acho que vai ficar uns dias assim, atualizando só de vez em quando mesmo...

Estou ouvindo Fred Durst- Behind Blue Eyes.

quarta-feira, 30 de março de 2005

Um dos maiores prazeres que eu tinha na minha infância era visitar a casa da minha prima e namorar, durante horas, sua imensa biblioteca.
Na verdade era um armário alto, do chão ao teto, cheio dos mais diversos livros infanto juvenis. Uma coleção enorme, com vários volumes dos mais diversos tipos de histórias, desde "Beleza Negra" de Anna Sewel, até clássicos nacionais.

Foi lá que eu conheci "Os meninos da Rua Paulo", do húngaro Ferenc Molnar.

Minha prima, que nunca foi leitora compulsiva como eu, não dava muita bola para aquele tesouro em forma de papel. Nós crescemos, a biblioteca foi desfeita, nenhum livro foi deixado, sobraram apenas uma parede vazia e muitas recordações (minhas).

Porém outro dia, lendo um livro que o Augusto me emprestou, o autor cita um nome que me trouxe de volta à memória a história comovente dos meninos húngaros defendendo seu grund.
E resolvi comprar a edição mais recente do livrinho.

Reli em um dia. E, como não poderia deixar de ser, lembrei da minha própria infância, cheia de terrenos baldios (grunds), morros, explorações, guerras de mamona, reuniões secretas, brincadeiras mil que eu e meus amigos inventávamos para passar nosso tempo.

Como o Phulano disse um dia pra mim, tudo tem seu tempo.
Eu aproveitei tão bem o meu, mas tão bem, que além da minha infância ter deixado saudade, deixou uma sensação de dever cumprido. Eu FUI uma criança feliz, apesar de, na época, não saber.

Minha adolescência deixou a desejar em alguns pontos, mas eu soube aproveitá-la bem. Hoje eu corro atrás das pendências que ficaram.

Eu fui criada para acreditar no ser humano, eu fui criada para crer que todo ser humano é bom. Por isso me magôo tanto quando sou traída.
Não sou invejosa, apesar do que pensam alguns, não sou muito rancorosa, apenas vejo se uma pessoa serve para ser minha amiga, se não servir, passo por cima e vou em frente - ela que viva sua vida, eu a minha.

Estou ouvindo Magic Box - If You.

terça-feira, 22 de março de 2005

Quando descrevi os fatos de domingo retrasado aqui neste blog, pode ter passado pela cabeça de alguns, algo do tipo: que mulher mais arrogante, achar que o tal vizinho estivesse justamente olhando pra dentro da casa dela pra vê-la sem roupas, ele devia era estar passando e a infeliz achou isso... Tsc Tsc, que doente...

Pois é... Eu também levantei essa hipótese.

Mas domingo passado, dia 20, exatamente, de tarde, BEM NA HORA que eu estava novamente lavando meus canis, o cara resolve subir no telhado dele pra arrumar sei lá oque.
Tudo certo, até aí.
Ele está na casa alugada dele, pode subir no telhado o quanto quiser, pra arrumar as telhas que ele quiser. Mas SENTAR VIRADO DE FRENTE PRA MINHA CASA, aí já é demais!!!
Ele parecia um torcedor sentado num estádio, olhando pra dentro do meu quintal!!!!! Ficou lá até eu acabar de lavar todos os canis, já devidamente vestida...

Se isso se repetir por mais um domingo, eu terei a certeza que ele é um renomado maníaco. De qualquer forma, minha vingança à libido dele está guardada...

Estou ouvindo Cher - The Shoop Shoop Song.
Eu ando com uma coceira incrívelmente persistente.
Já troquei o sabonete, já passei meu anti-pulgas, já fiz tudo que eu tenho direito e NADA.

Acho que é falta de coca-cola mesmo...

Estou ouvindo Gipsy Kings - Habla Me.

domingo, 20 de março de 2005

Pretendo fazer uma doação de alguns livros pra biblioteca de Birigui e comprar volumes novos...
Só não decidi quais...

:/

Estou ouvindo Tom Jones - It's Not Unusual.

quinta-feira, 17 de março de 2005

Por falar em vizinho crente, esse filho do dianho é, como eu sempre suspeitei, um pervertido.

Eu lavo canil sem roupa. Uso, no máximo, calcinha e soutien, pra pegar um bronzeado nesse sol. Afinal eu estou dentro da MINHA CASA, lavando os MEUS CANIS, no MEU QUINTAL.
Pago MEUS IMPOSTOS em dia e tenho esse direito.

Só que meu portão é vazado e, se você chegar perto, dá pra olhar até lá embaixo. E não é que essa criatura ficou colocando a cabeça pra me ver? Olhava pra cima e via um homem de camiseta branca parada no canto do portão. Pensei que fosse pedinte, sei lá o que, mas não tocaram a campainha.

Quando terminei e subi, o animal estava na frente da casa dele, lavando o carro, de camiseta branca!!
Filho da puta!

Fala sério, tem coisa mais bizarra que olhar pra gordo sem roupa?????
Esse corno, não satisfeito em vigiar quem eu trago pra dentro da minha casa à noite, ainda me vigia durante o dia????
Ontem de madrugada, eram 4:30 da manhã, tudo apagado na casa dele e aquela reza maldita apregoando os ouvidos, meu amigo que veio ver filme em casa falou: que barulho é esse??
Era ele, com seu sermão 24x7.
Mas foi ele ouvir a minha voz, ele acendeu a luz.
Pois ouviu o que não queria, com minha voz suave de soprano: "esse filho do capeta deve bater uma punheta nervosa olhando aqui pra dentro de casa e imaginando o que eu faço com esse monte de homem...".

Ele não perde por esperar.

Estou ouvindo Djavan - Eu Te Devoro (Acústico).
Domingo eu acordei sentindo algo diferente.
Até perceber que o que me havia acordado não era, como sempre, o mantra de todos os dias do vizinho crente, e sim, uma música diferente: Bruno e Marrone. Ou seria outra dupla sertaneja qualquer? Não importa.
O que importava era que, naquele ensolarado domingo, o som que cortava o ar e chegava até nós vinha da festa do clubinho - um clube que tem na rua de trás de casa.

Ao descer para lavar meu canil, o som continuava alto e claro (era um acústico sertanejo), passando depois ao animado pagode do Boka Loka*, continuando por Ivete Sangalo e outras músicas da moda, inclusive alguns technos internacionais, que, diga-se de passagem, não demoraram muito - festa de lagodeiro nunca tem som internacional por muito tempo.

Eu, uma inveterada roqueira velha, passei a tarde de domingo ouvindo essas músicas e, o que é pior, gostando. Os axés de Ivete e o sol forte me fizeram sentir como se eu estivesse de volta à Bahia, em pleno carnaval, no Piauí e até mesmo no Ceará.
Afinal, era isso ou a cantinela diária do vizinho crente. Mas nesse domingo, até mesmo ele rendeu-se à alegria contagiante da festa dos pagodeiros e desligou seu som, poupando-nos de seus sermões cansativos.
Como diz a frase popular, durou pouco, mas foi o bastante para tornar-se inesquecível.

* Conheço as músicas do Boka Loka porque de uns tempos pra cá, tenho sido bombardeada por elas, assim como o fui por Metallica durante um tempo. Mas, assim como o som do Metallica não me atraiu, o do Boka Loka também não o fez. E tenho dito.

Estou ouvindo Cordel do Fogo Encantado - Catingueira.

sábado, 12 de março de 2005

Não tive inspiração para escrever nada, então copiei. Com os devidos créditos, lógico...

Adeus Dona Benta, leva consigo uma parte dos meus sonhos de menino, quantas vezes pensei ser Pedrinho, nas minhas aventuras infantis, Monteiro Lobato sempre esteve presente e você é que narrava suas histórias com uma calma de rio sem destino que até hoje povoa meus momentos de paz e de reminiscências, passei muitas horas na minha vida sonhando estar vivendo no Sítio do Pica-pau amarelo.
Dona Benta que me lembra todas as vovós, mães com açucar... dos doces que suas mãos gordinhas faziam, das balas que nos davam escondidas de nossas mães quando pedíamos, açurados eram nossos dias nas suas casas.
Dona Benta que me lembra os alpendres (para onde é que foram os alpendres? Foi na casa da minha avó que dei meu primeiro beijo, era do alpendre dela que eu olhava a vida passar com meus olhos de menino... só para fechar esse parênteses... que saudade dos alpendres), as cadeiras de balanço e o olhar sempre perdido em algum lugar do passado, nós netos é que éramos o teu presente...
Dona Benta jogou pó de Pirilim-Pim-Pim em si mesma, deixou nossa terra para ir viver na terra do Faz-de-conta.
Adeus Zilka Salaberry, que formada em economia só exerceu a profissão por quatro dias, sua veia artística não permitiu que ela se afundasse em números...sua peça acabou, teu palco agora jaz vazio e a cortina do espetáculo que foi sua vida está baixando...
Onde você estiver receba os aplausos da platéia que permanece de pé aplaudindo a tua arte de recriar com o corpo o fruto da imaginação de Monteiro Lobato, sou agradecido pela tua vida e apesar de lamentar a sua morte, sei que estará sempre viva nos sonhos dos meninos-grandes que ainda vão viver...
Vai com Deus, Dona Benta.



Escrito por André Luis Aquino.

quarta-feira, 9 de março de 2005

Ando lendo tanto e tão rápido que não está dando tempo de atualizar as capas aqui. O fato de estar relendo todos esses livros é irrelevante - alguns eu mal me recordo, pra compensar a extrema intimidade que eu tenho de outros.

Descobri hoje que um livro à muito emprestado e desaparecido está custando R$75,00 em qualquer livraria. Isso me deprime demais...

Vi um ninho de mandruvás no meu coqueiro, que está parcialmente devorado. Fui lá fuçar, obviamente, que eu sou curiosa demais, e dei de cara com um rolo feito das folhas do mesmo. Abri uma fresta e vi algo se mexendo. Rasguei mais um pouco e... 3 enormes, gordas e feias lagartas quase despencaram. Elas simplesmente olharam pra baixo e subiram novamente pra dentro do casulo. Nojento. Onde estão as aves comedoras de gordas lagartas quando se precisa delas??
Embora eu duvide que alguma delas caiba no bico dos pássaros que vem todos os dias comer o painço que eu jogo no quintal.

Meu caramanchão está lindo, com seus araminhos, minhas mudas de lágrimas de Cristo e os ganchos para rede.
E meu lago com cascata, finalmente terminado!!! :)
Do jeito que eu queria, não 100%, mas quase!
Eu chego lá!

Estou ouvindo Gypsy Kings - Viento Del Arena.

segunda-feira, 7 de março de 2005

A primeira vez que ouvi este poema foi em uma novela da Globo - Sinhá Moça.
Fiquei encantada e nunca esqueci alguns versos, a mente é algo fascinante, não?

De Castro Alves, com vocês...
O Laço de Fita.

Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.

Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.

Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.

E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.

Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.

Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.

Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.

Estou ouvindo nada, pois essa poesia é linda demais para ser dividida com uma música qualquer...

domingo, 6 de março de 2005

Sempre digo que, quando estou com um problema e paro pra pensar em uma decisão, aparecem na minha frente frases, textos ou alguma coisa que me responde de forma satisfatória...
Pois hoje, exatamente hoje, eu fui lá no meu armário buscar um livro que passou dias na minha frente e eu não quis ler.
E hoje resolvi... Logo na primeira página, bem na introdução, tinha uma frase pra mim:

"Lemos sempre nos jornais a expressão: matou por amor.
Mas a verdade é que o amor não mata, pois amor é vida e não morte.
O que mata é o ciúme, o apego amoroso, gerado por sentimentos inferiores de posse exclusivista da pessoa amada.
Esses sentimentos são resquícios animais da espécie, os quais racionalmente devemos expulsar de nós, em vez de racionalmente aumentá-los, como em geral fazemos.
Nossa imaginação pode levar os instintos animais a intensidades ameaçadoras, o que jamais ocorre nas espécies animais.
Temos de aprender a amar sem apego.
Quanto menos possessão pusermos no amor, mais amor teremos em nosso coração".
(Herculano Pires - 1914-1979)

Depois dizem que Deus não existe...
Se isso é coincidência, então a coincidência sempre bate na minha porta...

Estou ouvindo Linkin Park - Points of Authority.

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...