domingo, 27 de março de 2022

Remake de Pantanal

 Amanhã, 28 de março de 2022, encerra-se um boicote pessoal que fiz à rede Globo, à quase 13 anos. 
Pois amanhã estréia na "toda poderosa" o remake de Pantanal, telenovela gravada em 1990 pela Rede Manchete. 

Com 90% de cenas externas gravadas em uma fazenda Pantaneira, a novela de Benedito Ruy Barbosa incomodou a Globo e tomou toda a audiência da então chefa da TV, onde reinava absoluta. 

Com o encerramento das atividades da Manchete, o SBT comprou a novela e reexibiu a uns 12 anos atrás.

E agora, 32 anos depois, a Globo fez um remake, que inclusive vai reutilizar, pelo visto, a trilha sonora. 
Pelo que eu li, a locação da trama será a antiga fazenda da primeira gravação, alguns atores vão voltar, em outros papéis - Marcos Palmeira no papel do saudoso José Leôncio e Almir Sater como Chalaneiro - e a trama será mantida bem próxima à original. 

E com isso, lá se vai meu boicote.



terça-feira, 22 de março de 2022

Novidades e lembranças escolares

Depois desse post aqui, a continuação mais explicada vindo abaixo. 

Carolina está estudando na escola Carlos Rosa. Decidi colocar a criança pra estudar no sistema estadual, após uma minuciosa pesquisa. Eu achei que esse dia ainda ia demorar muito, mas enfim, chegou, minha minhoca finalmente está no SEXTO ANO (aumentou um ano o ensino, agora é do primeiro ao nono, depois os 3 anos do colegial; esse sexto ano corresponde à antiga quinta série).

O sistema estadual de educação paulista está implantando, desde 2012, o PEI, um "programa que potencializa a melhoria da aprendizagem e o desenvolvimento integral dos estudantes, nas dimensões intelectual, física, socioemocional e cultural, por meio de um modelo pedagógico articulado a um Modelo de Gestão".
Aparentemente é um modelo que é implantado no Brasil todo, mas no momento, meu interesse é nas escolas públicas de São Paulo.
E por qual motivo eu não coloquei a Carol em uma escola particular?
Bom... eu pensei, pensei e pesei muito todos os fatores. Conversei com algumas pessoas que tem filhos em escolas particulares, e realmente decidi que o melhor pra Carol era a escola pública.

Só um adendo, eu estudei a vida toda em escolas particulares, e minha educação básica foi excelente. Meus pais pagaram até professores particulares para me ajudar, pois eu era dispersiva e distraída, assim como a Carol, que é igualzinha. 
Hoje isso tem diagnóstico, chama DDA, TDAH, etc. Cada dia inventam um nome bonito, para o que, na minha infância, era considerado "preguiça". 
Ok, então minha filha não é preguiçosa e distraída, nem esquecida, ela tem DDA. 

Portanto, um dos fatores que me fez optar pela escola pública era que, provavelmente, terei de levar a Carol em especialistas, como psicopedagogos e neuropediatras (algo que 3 professoras já pediram). Também quero pagar um curso de inglês, independente da escola, e quem sabe outros idiomas (Chinês? Hehehehehe). Natação, pra ela se exercitar, pois ela não é hiperativa. Muito, muito provavelmente ela precisará de acompanhamento em matemática com algum(a) professor(a) particular. Carol adora desenhar, então quem sabe, um curso de desenho? E um aprendizado de algum instrumento musical? Enfim... 
Por tudo isso, como eu ia pagar todas essas atividades extra curriculares e ainda pagar uma fortuna em uma escola particular? 

Mas ainda assim, esse foi UM DOS fatores que me fizeram refletir sobre essa decisão. 
O que me decidiu MESMO foi que a Carol é uma criança meiga, boazinha, delicada de sentimentos. Odeia magoar as pessoas. Não consegue desejar mal nem a quem faz ela de besta. Como no natal de 2021, quando, em sua carta de pedidos ao Papai Noel (sim, ela ainda acredita) ela pediu para ele e para Deus "olharem pela fulana".
Explico: FULANA é uma menina que estudou 3 anos com ela no Roberto Clark, que tiranizava não só a vida dela como a de alguns outros.
Uma menina ciumenta das amizades, chamava a Carol de burra, de chata, etc, fazia as amigas se afastarem dela, era incrivelmente agressiva e, na minha opinião, o tipo de garotinha que merece umas porradas pra largar a mão de ser imbecil. Mas um dia, Carol viu essa mesma menina chorando na sala de aula, só pq sua mesa "não estava arrumada", e me perguntou o pq disso? O que faz uma pessoa chorar só por não conseguir arrumar seus lápis e cadernos na carteira da escola?
Respondi que provavelmente, Fulana tem problemas em casa, com seus pais, e sofre crises, desconta na escola, enfim, "filha, eu não sei mas essa menina deve ter problemas em casa, assim como Beltraninho, que você disse que perdeu o pai e mora com o tio, a gente nunca sabe como cada um reage ás coisas, então esse tipo de crise acontece; você tem que ter piedade por essas pessoas, mas não pode deixar elas te fazerem de besta nem pisarem em você"
E assim, na carta de Natal ao "Papai Noel" interceptada habilmente pela família, descobrimos que Carol, junto com seus pedidos de presente, pediu para papai Noel e Deus olharem pela Fulana, que estava passando por um momento difícil. 
Obvio que "papai Noel" respondeu com outra carta, selada, vinda diretamente da Letônia (eu me superei dessa vez, confesso).
Mas isso me fez perceber que a Carol é muito mais sensível. E dependendo da companhia escolar, ela seria massacrada.

Eu tenho lembranças boas e más da escola particular. 
Estudava em uma escola onde só tinha rico e eu, filha de um professor e uma funcionária pública, não conseguia acompanhar o ritmo monetário das coleguinhas.

Chegávamos das férias, onde todos ali iam pra Disney, e traziam coisas super maneiras, como tênis coloridos e canetas diferentes, e eu com meus tênis Bamba, meus faber castel pretos, minhas BICs e meus cadernos brochura encapados ou de capa lisa, ao invés de descolados cadernos em espiral com capas radicais. Todos com agasalhos diferentes, e eu com meus eternos Adidas de listras. 

Fora isso, era tímida, então sempre que eu tinha dúvidas e ia perguntar algo que não havia entendido, a classe INTEIRA olhava pra mim e invariavelmente falava "nossa, como ela é burra". 
A professora, mera subordinada, incapaz de fazer frente à classe que eu estava (com duas das netas da dona da escola, fui premiada ou oque?) balia um "não pode falar assim" e eu me calava, sem sequer prestar atenção à nova explicação, vermelha de vergonha e me achando realmente burra. 
"Entendeu agora, Maetê? - a professora perguntava, e eu que não tinha entendido porra nenhuma dizia que sim pra não chamar mais atenção. 

O recreio era a pior hora, pois eu era um nojo pra comer, e tinha os "dias" de comida: dia do ovo, dia do legume... e eu passava fome, não comia nada - idêntica à Carol, alias a Carol é melhor que eu nesse quesito, ela come ovo, peixe...

Não melhorou em NADA, minha mãe ter pedido que uma vizinha da minha tia avó me desse carona pra casa quando acabasse a aula, a mulher era uma monstra, frustrada, e descontava suas mazelas em mim, já que não podia falar merda pras filhas. Me chamava de lerda, de monga, de estúpida e tudo, qualquer coisinha, era culpa minha. Uma vez a escola inventou um passeio e chegamos atrasados pra ir embora pra casa, a mulher me falou MUITA MERDA, e não adiantou explicar que a culpa não era minha. Lembro até da cor do fusca que ela tinha e de como eu ia enfurnada no cantinho, querendo desaparecer pra ver se ela parava de falar mal de mim. 

Eu falei ali em cima que na minha classe tinha duas netas da dona da escola, né? Pois é, pois é. Luciana e Ana Paula Azevedo. Acho que mesmo quando eu for velha, e se tiver Alzheimer, eu não vou esquecer esses nomes, ou de seus rostos. Duas tiranas que fizeram da minha vida um verdadeiro inferno escolar. Quando uma criança pensa que "se eu morresse, não ia precisar ir na escola amanhã", algo de muito grave está acontecendo.

Elas iniciavam o dia me ignorando, quando eu tinha sorte. Aliás, um bom dia pra mim, era quando eu era completamente ignorada. Num dos livros de Harry Potter tem uma parte que ele é ignorado pelos tios, o que é bom, mas se torna deprimente depois de um tempo. Exato. 
Num mau dia, elas ficavam do lado da minha carteira falando o quanto eu era pobre, burra e feia e por isso, ninguém gostava de mim. Jogavam meus cadernos no chão, e diziam "pega, tô mandando, esse seu caderno é feio, é caderno de gente pobre". Se eu teimasse era pior. Aprendi cedo, muito cedo, que o dano psicológico é muito mais forte do que uma boa surra. Elas eram espertas, não me encostavam a mão. Ou se encostavam, não lembro, pois não era importante. Importante era como elas me faziam me sentir sempre por baixo e infeliz. 
Todas as meninas da sala fazendo pressão psicológica contra uma. Os meninos também, mas nem todos, a maioria ignorava aquela pária. Nem no recreio queriam me deixar participar de nada. Eu passava o recreio sentada um pouco em cada lugar, pra não chamar a atenção, pois se eu ficasse muito tempo parada, vinham pegar meu dinheiro do lanche. 
Com o tempo eu "inventei" uma brincadeira que consistia em girar até ficar tonta. Foi nessa época que acrescentaram "monga" aos já conhecidos adjetivos de burra, feia e pobre. 
Você se pega pensando como pode existir uma vida tão miserável e você ser tão desprezada na escola, e ter tantos amigos na rua de casa? Que aliás foi o que me salvou, eu tinha ótimos amigos na rua. Não precisava das amizades da escola. 
Mas por causa dessa minha falta de amizades na escola, foi feito um pedido para que eu fosse a uma psicóloga. Afinal a culpa de eu ser anti social era minha! Passei anos indo a uma casa lindíssima no bairro Morumbi, onde eu tinha uma "caixa" cheia de brinquedos. Nunca entendi o motivo, nem sei se adiantou, pois eu continuei sem amizade nenhuma. 

Os trabalhos em grupo ou as comemorações escolares eram um inferno pessoal, assim como a escolha dos times. Sempre a última escolhida, sempre a que quando dava algum palpite no trabalho, mandavam calar a boca pra depois falar que eu não ajudava em nada, sempre aquela que ia vestida de homem na quadrilha, sempre deixada de lado, sempre a "árvore número 3" na peça de teatro. 

Lembro que logo quando eu entrei na escola, tinha algumas amiguinhas, inclusive de uma delas chamava Camila. Amigas de andar de braço dado no recreio, nós éramos. 
Foi na casa dela que aconteceu algo que eu também me lembrarei até a minha morte, com certeza. 
Devia ser aniversário de 7 anos dela. Minha mãe comprou um presente e me levou, me deixou na casa dessa Camila e depois foi buscar. Durante a festa, eu presenciei uma cena que eu nunca mais esqueci. Estava na rua da casa, pois antigamente as festas infantis eram feitas dentro de casa e as crianças corriam e brincavam na rua, quando vi, meio distante, um círculo de crianças e uma só no meio. Me aproximei pra ver o que era e vi: a menina que estava no meio era a filha da empregada que trabalhava na casa. Provavelmente chamada pra ajudar durante a festa, a mãe da aniversariante disse "traz a sua filha", pois a menina tinha a mesma idade que a gente. Morena, vestida lindamente de amarelo, com uma fita na cabeça. Aliás vestida melhor que muitos de nós ali, mas não importava, a menina estava em pé, no meio de um círculo onde cruéis predadores infantis despejavam seu ódio, falando que ela era filha de uma empregada, não tinha que estar ali e que o presente que ela havia levado era "coisa de pobre": calcinhas! A mãe da menina comprou calcinhas pra filha levar de presente, e isso foi a condenação brutal de uma criança que achou que ia se divertir em uma festinha. 
Aquilo me chocou. Como podia haver gente assim no mundo? Qual o problema de se dar calcinhas de presente??? De qualquer forma eu NUNCA dei calcinha de presente pra ninguém desde esse dia. Não sei se essa menina ficou traumatizada, mas EU fiquei. 
Camila no ano seguinte não era mais minha amiga. 
Entrou para a "irmandade" controlada e era uma das que zombavam de mim. 

Meus anos escolares, que se iniciaram num pré 2 e foram até a quarta série sempre com A MESMA TURMA, me fizeram mal. Não que eu fique lembrando a todo momento, mas essa enxurrada de lembranças vieram quando eu comecei a acompanhar a vida escolar da minha filha. Fiquei com muito medo que esse jeito meigo e frágil da Carol atraísse Anas Paulas, Lucianas e Camilas. E realmente, ela as vezes padece na mão de alguma criança cruel, mas no geral o bullying - que na minha época não existia definição nem providências - é controlado de perto. 

Fora tudo isso no âmbito escolar, tínhamos ainda os problemas familiares, de falta de recursos financeiros e quando a minha mãe declarou que eu ia estudar em uma escola pública, Tia Missena, a "tia rica" que tem em toda a família, disse que ia assumir as mensalidades. 
Nem preciso dizer que ouvi muito "eu que pago a sua escola" e "se você estuda numa escola de alto padrão, é por minha causa". 
Um dia ela parou de falar isso e eu perguntei pra minha mãe se ela ainda pagava a escola, minha mãe disse que tinha dado um jeito - ela TAMBÉM não suportava mais ouvir a irmã jogando isso na cara dela. No caso aqui, provavelmente minha tia inseria outras coisas que ela ADORAVA falar, como o casamento da minha mãe com um" comunista pobre" e o fato de minha mãe ter recusado "os melhores partidos de Catanduva". Aliás esse era um assunto que minha tia falava constantemente, inclusive pra mim. Enfim... 


Portanto, quando eu ouvi alguns relatos de crianças em escola particular, de amiguinhos que levavam Iphones  ou exibiam seus video games, de crianças que iam passar o final de semana na fazenda ou as férias nos EUA, de crianças que atacavam os colegas, todo aquele tipo de bullying que eu tinha vivido, apenas mudaram algumas peças, eu percebi que, na escola pública, a Carol ia ser mais feliz. 
Ali se ela não tem um videogame de última geração, não tem problema, pois quase ninguém tem. 
Se ela não viaja pra Disney, ou pra algum resort, ou para a praia, não tem problema, pois quase ninguém viaja.
Se ela chega na escola de carro velho, não tem nenhum problema, pois a maioria vai de moto ou a pé e alguns poucos de carro do ano. 

Na escola estadual, a Carol não vai precisar passar pelo constrangimento de não ter atividades extra curriculares como jazz ou piano. 
O filho do traficante estuda junto com o filho do professor. 
A filha da tia da cantina estuda junto com a filha da dona da loja de calçados. 

Ela está adorando, diga-se de passagem. 
O modelo PEI é bem estimulante e tem tutoria para os alunos. 

Espero ter feito a melhor escolha... 

sexta-feira, 18 de março de 2022

 FINALMENTE o DitaDória liberou a não obrigatoriedade de uso de máscaras em locais fechados, com algumas exceções, mas MEU DEEEUSSS já era hora né!!!

quinta-feira, 17 de março de 2022

 Hoje teve início uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia. 

Os motivos alegados pelo Putin são que ele NÃO QUER que a Ucrânia faça parte da OTAN, e não vai permitir bases americanas em suas fronteiras. Putin disse isso em claro e bom som. 

Uma merda... 

segunda-feira, 14 de março de 2022

 Uma nova tentativa de fazer a Carol dormir sozinha está em andamento... Aparentemente DESSA VEZ a gente vai conseguir "desmamar" a bezerra, 😁😁😁😁

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...