sábado, 23 de agosto de 2008

Por sugestão do Ivo, fui ouvir o podcast do JovemNerd sobre Batman.
Foi muito bom poder ouvir de outros fãs opiniões que batem com as minhas. Eles falaram mais ou menos - e com mais detalhes - o que eu resumi abaixo.
Eles comentam desde os filmes de 1960, a série, tudo.
E tem outros podcasts que valem a pena.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Decididamente, estou sem palavras para descrever a gama de sentimentos que tive ao assistir, finalmente, um filme digno do homem-morcego.
Batman, o Cavaleiro das Trevas é um filme violento, com uma boa história (não confundir com "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller, de 1986), ações heróicas dignas do grande Batman que os fãs conhecem e estão acostumados e, até que enfim, um ator digno do papel.

Só para relembrar os longas metragens do herói mascarado:

Batman, 1989, direção de Tim Burton.
Michael Keaton como Batman/Bruce Wayne. Um comediante para o papel do mais sombrio personagem da DC - pois até então o papel pelo qual Keaton mais se destacara fora Beetlejuice. O que Burton tinha na cabeça ao escolher esse cara? Criou um Batman que não convenceu, baixinho e fraco, tanto é que Jack Nicholson como Coringa roubou as cenas. E morre no final, algo que ninguém conseguiu, só Burton - matar o Coringa.
Kim Basinger (Vicky Vale), inexpressiva, porém até ela saiu-se melhor que Keaton. Billy Dee Williams como Harvey Dent fechou com chave de ouro o filme. Nada contra Dee Willians, eu gosto dele, mas Harvey Dent nunca foi negro.
De primoroso neste filme, a trilha sonora e os cenários de Gothan city. Na época, Prince fez as músicas (ele estava no auge), foi um estouro. O filme em si pode ser considerado um marco, pois foi o primeiro sobre Batman após anos de jejum. Até então só tínhamos os episódios com o barrigudo Adam West como Batman e socos onomatopéicos (quem não se lembra dos POW, SOC, TÓIN, POF nas lutas??).

Batman: O Retorno (Batman Returns), 1992, direção de Tim Burton.
Tim Burton tem filmes ótimos. Eu gosto, ele sabe criar cenários sombrios, e foi o que ele fez em seus 2 filmes sobre Batman, criou uma Gothan escura e fria, mas não conseguiu fazer o mesmo com o personagem principal, e novamente os vilões roubam as cenas. Portanto, vemos o fraco, carente e baixote Keaton como Batman/Bruce Wayne, Danny DeVito no papel de um Pingüim aleijado (tem barbatanas no lugar das mãos) e Michelle Pfeiffer como a curvilínea Mulher-Gato.
Michelle deu um show. Embora seja loira, enquanto Selina Kyle é morena e suas histórias de vida tenham sido mostradas completamente diferentes, ela conseguiu ser uma Mulher Gato aceitável, bem diferente da Mulher-Gato de Halle Berry no filme solo (que deveria ser queimado, 0 que deu naqueles loucos pra fazerem aquele LIXO?).
DeVito, sempre profissional, fez um Pingüim bem diferente do original, que era um gangster de Gothan, não um monstro deformado e complexado. Culpa do roteiro, não de DeVito. E no final do filme, cada vez mais pessoas sabem a identidade secreta de Batman. Ainda bem que a maioria morre...

Batman Eternamente (Batman Forever) de 1995, direção de Joel Schumacher.
Joel Schumacher tem filmes maravilhosos no currículo. Conseguiu fazer um filme melhor que os anteriores sobre Batman, com o veterano loiro Val Kilmer como Batman/Bruce Wayne. Nunca entendi porque não pintaram os cabelos de Kilmer, ele fica bem com os cabelos negros (ver Willow), e daria mais autenticidade ao personagem. Mas ele foi infinitamente melhor que Keaton no papel. Com ele temos um Batman que luta, não apenas apanha.
Chris O'Donnell como Dick Grayson/Robin não estava bem caracterizado, poderiam ter encontrado um ator melhor (leia-se mais novo).
Tommy Lee Jones é sempre ótimo, mesmo quando faz um personagem parado e sem graça como o policial de "Onde os Fracos não tem vez". Porém seu Duas-Caras mais parecia um palhaço risonho.
Jim Carrey como Charada, poderia aprender a interpretar e parar de fazer caretas, pois foi só isso que ele fez o filme todo. E Nicole Kidman como a Dra. Chase Meriddian estava muito bem, obrigado. E mais pessoas descobrem quem é Batman. Porque essa fixação dos diretores em deixar todos saberem sua identidade secreta?
Eu diria que o filme foi mais "colorido" que os de Burton, porém mais caricaturado. A maquiagem do Duas-Caras não convencia ninguém, infelizmente, e embora Jim Carrey tenha feito o papel de um louco, deu a impressão de ser mais louco que o normal.
O show, dessa vez, ficou com Val Kilmer. Mas ele pediu caro demais para fazer o Homem-Morcego de novo...

Batman & Robin de 1997, direção de Joel Schumacher.
Nesse filme Schumacher cagou e sentou no pau, com o perdão da expressão. Acho que ele não queria mais fazer filmes do Batman, só pode ser essa a explicação.
Enfim, é doloroso mas eu tenho de falar disso: Até então os fãs tinham suportado um Batman fracote, baixinho, contador de piadas. Depois tiveram um Batman loiro. Mas George Clooney como um grisalho e sorridente Batman/Bruce Wayne foi a morte. Bruce Wayne ser sorridente é uma coisa, Batman exibir uma fileira de dentes e um "batcard" quando vê uma mulher, outra. Qualé, nenhum dos 2 NUNCA leu NADA sobre o Homem-Morcego? Clooney até combina fisicamente com Bruce, o que não combina é aquela simpatia toda como Batman. Ele parece se divertir o tempo todo no filme.
Chris O'Donnell como Dick Grayson/Robin continua na mesma. Mas a patricinha mor de Beverly Hills, Alicia Silverstone, no papel de Batgirl, foi de doer os ovos que eu não tenho. Batgirl, ou Bárbara Gordon, é sobrinha do Comissário Gordon, criada por ele e amada como uma filha. Não é nem nunca foi sobrinha de Alfred, que aliás já tinha até um uniforme pronto pra garota entrar em ação! Todos mostrando a polpa da bunda ao vestirem os batuniformes.
Arnold Schwarzenegger como Sr. Frio, Uma Thurman como uma Hera Venenosa mais pra prostituta que vilã e um tal de Jeep Swanson como Bane.
Aliás aqui eu respiro fundo pra escrever sobre Bane. Quem já conhece sua história ou minha opinião, pule as próximas linhas.

Abre aspas.
Bane é um vilão recente do Batman. Tem uma história muito bem construida e foi uma peça fundamental nas histórias sobre "A Queda do Morcego".
Seus pais foram presos por turbulências políticas e sua mãe estava grávida. Bane, portanto, nasce e cresce na cadeia, pois ali no país, os crimes dos pais recaem sobre os filhos.
Em tenra idade ele é transferido para um presídio masculino. Cai de um andar um dia e bate a cabeça. Tem uma visão sobre um morcego, a única coisa que deteria seu crescimento.
Ele se transforma em um auto-didata, aprende a ler, escrever, aprende filosofia, história, geografia. Transforma-se num homem tão erudito quanto pode naquele lugar. Pratica artes marciais, faz meditação. Quando o colocam em uma solitária que fica abaixo do nível do mar, ele só consegue sobreviver nadando até o teto, onde as mesmas grades que permitem a entrada do sol, também permitem que ele respire.
Lá ele nada, pega peixes com os dentes e melhora sua alimentação. Torna-se um homem forte, inteligente e com um único objetivo: destruir seu medo.
Um dia, uma nova droga está sendo testada no presídio e ele se oferece como cobaia. A droga é injetada em seu corpo e faz sua musculatura crescer durante um tempo.
Paralelamente, Bane descobre a existência de Batman, em Gothan City.
Resolve, então, fugir do presídio. Finge-se de morto e é jogado ao mar. Consegue lutar com os tubarões e chega até a costa.
Viaja para Gothan e segue Batman, estudando-o. Entra para o crime organizado, solta os vilões aprisionados no Asilo Arkhan e sobrecarrega Batman, deixando-o cansado, esgotado de trabalho. Eles lutam e Bane deixa o Homem-Morcego paralítico da cintura pra baixo.
Ele se cura, volta a encontrar Bane, mas isso já é outra história.
Fecha aspas.

Portanto, com uma história dessas, era justo terem colocado-o num filme assim, sem mais nem menos? Ele simplesmente caiu de para-quedas no filme. Pobre Bane, merecia mais respeito. Assim como Hera Venenosa.
Aliás, o desrespeito com que a DC trata seus personagens é motivo de indignação dos fãs. Comparem com os filmes da Marvel, a caracterização do Homem-Aranha e seus vilões, dos X-Men, do Motoqueiro Fantasma, Demolidor e Quarteto fantástico foi respeitada.
Tá, teve gente que detestou o Johnny Blaze do Nicolas Cage, assim como eu odiei o Demolidor do Ben Afleck, ou a história do Hulk (os efeitos foram ótimos), mas a essência, a caracterização, isso foi respeitado na maioria dos filmes.
Em Batman foi bobagem atrás de bobagem, até que, em 2005 surge...

Batman Begins, de 2005, com direção de Christopher Nolan.
Long Live to Nolan!

O diretor inglês Christopher Nolan fez um filme com uma caracterização bem próxima à perfeição. Com o também britânico Christian Bale no papel de Batman/Bruce Wayne, ele conseguiu prender a atenção pela boa história, efeitos visuais e um Batman bem próximo ao que ele realmente é.
Pessoalmente, eu não sabia o que esperar do ator. Conhecia sua performance pelos filmes Psicopata Americano e Reino de Fogo. Mas Bale deu um show como Batman.
Nolan apostou num time de fora e parece ter acertado. O veterano Michael Caine interpretando um ótimo Alfred, Gary Oldman no papel de Jim Gordon e Tom Wilkinson como Carmine Falcone, todos ingleses.
Cillian Murphy como o lunático Espantalho (achei muito moço para o papel do psiquiatra Jonhatan Crane) e Liam Neeson como Henry Ducard, ambos irlandeses.
O fantástico Ken Watanabe foi mal aproveitado, assim como seu personagem Ra's Al Ghul. Aqui cabe outro pequeno relato sobre o imortal Ra's Al Ghul.

Ra's faria Keyser Soze parecer um menino de recados se, um dia, ambos se encontrassem. Chefe de uma organização criminosa e pai de Talia, que em uma história paralela casou-se com Bruce Wayne e deu-lhe um filho, Ra's considera o Homem-Morcego o único homem capaz de ser seu sucessor. É considerado o pior inimigo de Batman.

Houve uma pequena mistura nesse filme. Henry Ducard foi o francês que ensinou um jovem Bruce Wayne a ser detetive. Ele não é - ou era - terrorista.
Por fim, Katie Holmes como Rachel Dawes (quem?) e Morgan Freeman como o fiel Lucius Fox foram os americanos mais conhecidos que integraram o elenco.
Um erro fatal, foi terem colocado Bárbara Gordon como esposa de Jim Gordon, e não em seu papel verdadeiro: sobrinha.
Mas a história é boa, mostra Bruce Wayne desde a infância, como encontrou a Batcaverna, de onde vem seu treinamento e como ele se tornou Batman.
O filme termina e deixa uma sensação de "quero mais".

Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) de 2008, com direção de Christopher Nolan.
Nolan conseguiu se superar neste que é, na minha humilde opinião, o filme mais perfeito do Homem-Morcego. Ele repete a dose de atores britânicos nos papéis principais. Christian Bale novamente como Batman/Bruce Wayne, Michael Caine como Alfred e Gary Oldman como Jim Gordon.
A novidade é o talentoso australiano Heath Ledger como o melhor Coringa da história de Hollywood e o americano Aaron Eckhart interpretando o promotor Harvey Dent.
A esquisita Maggie Gyllenhaall como Rachel Dawes (quem?) e Morgan Freeman novamente na pele de Lucius Fox.

Coringa sempre foi o mais insano, perigoso e inconstante vilão da DC. Pele branca, cabelos verdes e sorriso quase sempre presente, consegue cometer as maiores atrocidades sem piscar.
Raptou, estuprou e aleijou Bárbara Gordon, matou a golpes de barra de ferro Jason Todd, o segundo Robin, dentre seus assassinatos mais conhecidos.
Quem leu "A Piada Mortal" jamais esqueceu a cena final, quando Batman e Coringa compartilham uma piada enquanto esperam a polícia.

O Coringa de Ledger é perigoso, psicótico e perfeito. Engana, chantageia e faz de bobos Batman e a Polícia de Gothan, mesmo quando preso. Provoca Harvey Dent até levá-lo à loucura e transformá-lo no Duas-Caras, que está com uma maquiagem excelente.
E escapa com a tranquilidade dos loucos.
Ledger, em seu derradeiro papel, deu um banho de interpretação, tal qual Jason Lee em "O Corvo".

Para os fãs de carteirinha, as mudanças na história (trocaram o ácido pelo fogo, no acidente que desfigura o rosto de Dent, colocaram a ilustre desconhecida srta. Dawes como "par amoroso" de bruce e Dent, a cor da pele do Coringa é normal e ele usa o branco como maquiagem e mais alguns detalhes) podem ter fugido das HQ's originais, mas nada comprometeu o filme. Ele é bom, do começo ao fim.
Não, bom não. Ele é fantástico!

domingo, 10 de agosto de 2008

A abertura das olimpíadas de Beijing foram uma verdadeira obra prima, com a grandeza que só um povo com 5000 anos de civilização pode fazer.

Quem perdeu, perdeu um espetáculo fantástico. Nenhuma referência ao comunismo reinante no país, apenas as grandes criações chinesas como o papel e a pólvora, as conquistas espaciais, a mitologia...
Obviamente com pessoas voadoras, aliás a tocha olímpica foi acesa por um atleta voador...

Foi Lindo!!

sábado, 2 de agosto de 2008

Percorrer de bicicleta o percurso São Paulo - Birigui pela antiga rota dos Bandeirantes, passando por cidades históricas é a proposta do Projeto Bandeiras, realizado pelos amigos Eliézer Laranjeira e Luciano Rosado.
Achei a idéia genial e só não acompanhei mais de perto por causa da minha operação.

A Comitiva Centenário, formada para comemorar os 100 anos de Araçatuba, irá até Barretos entregar, ao Hospital do Câncer, a doação arrecadada pelo do leilão Direito de Viver. O trajeto será por terra e os cavaleiros chegarão em Barretos durante o afamado rodeio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Vou falar sobre as enfermeiras que fizeram meu martírio ser mais doce ou salgado conforme o plantão.

É FATO que existem mais mulheres na categoria. Mas existem alguns rapazes que fazem a parte pesada do serviço, como ajudar 6 delas a mudar de cama uma paciente pesada sem chacoalhar muito.

No começo a gente ainda está meio grogue, então acha que elas te acordam a todo momento pra medir temperatura, pressão, aplicar remédio, essas coisas... E tem a nítida impressão que elas estão pululando ao seu redor.

Depois que passa a zonzeira, a gente repara que elas chegam a demorar de 15 a 20 minutos pra atender o chamado do quarto. Tempo suficiente pra quem quiser ir ao banheiro, por exemplo, sofrer um acidente, porque não consegue descer da cama rápido o bastante.

Alguns poderiam dizer que é porque estão muito ocupadas, são poucas por andar e com vários pacientes. Concordo. Em alguns dias, inclusive, elas chegam a se revezar entre os andares.

Mas nessa minha segunda operação, a gente encontrou a salinha onde elas "se escondem" pra não ficar no corredor.

Algumas tem nojo de colocar a mão na gente, mesmo usando luvas, e não estou falando de limpar o traseiro de um paciente depois da privada, não, estou falando de um mero banho.

Eu estava zonza, com dores, operada, não conseguia abaixar pra lavar nada e tive que tomar banho em pé. Imagina uma pessoa com 21 pontos na barriga (um palmo de corte), zonza, se segurando naquele suporte do chuveiro e a mulher falando "vai se lavando aí".
Porra, ou eu me lavo, ou me seguro! Um tombo ali ia ser pior pra ela, garanto!
Já mais escolada, pedi pra minha mãe, minha sogra e meu marido me darem banho, nessa segunda internação.

Reparei também que algumas são a imagem da eficiência, enquanto outras não seguem sequer o básico.

Meus pontos ainda soltando líquido, e a moça queria colocar só o micropore como curativo, enquanto o próprio médico estava mandando cobrir com gaze.
Aí, o que a mocinha faz? Corta a gaze ao meio.
Eu nunca tinha visto isso, ela pegou uma gaze, cortou ao meio e fez os curativos.
Que raios de economia foi essa? Eu que paguei aquela bagaça, não foi plano não, colocasse a gaze inteira dobrada pra segurar melhor o vazamento!!
Com isso, o curativo encharcava mais rápido e tinha que trocar mais vezes. Onde foi a economia??

Mas a pérola das pérolas veio de uma moça gentil do noturno.

Todas as noites vinha um enfermeiro(a) trocar meu soro, colocar um antibiótico, dar uma injeção, essas coisas, e pra isso, verificavam se minha veia "estava boa", ou seja, se os líquidos estavam descendo bem por ela, se não tinha escapado a agulha, essas coisas...
Confesso que depois de uns dias, já estava craque em saber se a minha veia estava entupida, se ia dar problema ou se ainda estava boa. Afinal, foram 12 dias de internação ao todo com soro.
Picaram meus 2 braços em 5 lugares ao todo. Um deles chegou a dar flebite (informação do eficiente enfermeiro diurno), e eu avisando que a veia já era e as duas enfermeiras insistindo que era "impressão minha".
Pois é, meu braço doeu, inchou e graças a Deus esse enfermeiro do diurno percebeu que eu estava falando sério. O mesmo que notou que minha mão tinha virado um pãozinho de tão inchada e fez trocarem a veia.
Aliás esse lance de pegar veia é um dom. Minhas veias já estavam tão difíceis de serem encontradas que nenhum deles colocou a mão em mim. Chamaram uma enfermeira do berçário que era especialista ("se ela não pegar sua veia, ninguém mais pega") e lá estava eu, exatamente dia 26/07, com veia nova agulhada. Aprendi também que eles anotam no esparadrapo quem e quando pegou a veia pra não dar confusão.
Voltando, lá estava eu, de veia boa, fluindo o soro e os demais remédios, quando entra a gentil moça do noturno pra trocar os frascos.
Um era o meio litro de soro em embalagem mole, o outro era um pequeno frasco duro de antibiótico, como eram os soros de antigamente.
Quem já viu muito peão aplicando soro em boi no meio do pasto com aqueles frascos plásticos duros, sabe que pra descer o líquido, precisa furar em cima, senão o soro não desce. Os soros antigamente vinham nessa embalagem, cansei de ver o meu veterinário aplicando soro nos meus cães, ficava ali do lado esperando terminar, via o procedimento.
No primeiro dia, quando vi do que o frasco era feito, falei pra enfermeira furar senão a briga era inútil.
Incrível como elas se melindram ao aceitar a opinião de um leigo, ainda mais quando a fonte da informação é tão bizarra (aplicação veterinária de soro), mas a maioria aceitou bem a dica e realmente furou o frasco.
Essa moça gentil chegou a noite, colocou o soro e ficou lá brigando com o frasquinho, pra ver se descia o antibiótico. Falei pra ela furar, senão não ia ter jeito e ela disse que "não gostava de fazer isso".
Então tá, ué! Eu com sono, dormi e acordei umas 3 vezes e lá estava ela brigando com minha veia, que recebia o soro maravilhosamente, mas misteriosamente, recusava o antibiótico.
Até que ela resolveu aceitar a sugestão e o remédio desceu.
Aí ela veio medir minha pressão e temperatura. Eu havia notado que todas as outras enfermeiras mediam a pressão no braço que não estava puncionado. Creio que é meio básico, se tem um local por onde o sangue pode sair, caso seja forçado, ele vai sair, certo?
Pois a moça fez exatamente isso, pegou aquela bomba de medir pressão, colocou o braço puncionado e mandou ver. Quando terminou de medir minha pressão, o sangue estava bem pra cima na mangueirinha do soro e do antibiótico.
Aí ela viu aquilo, se apavorou e sabem o que ela me falou?

- Você fica levantando muito o braço, olha isso, deixa esse braço em repouso pra não acontecer mais...

Não, não é uma gracinha? A cagada foi dela (fez isso 2 vezes ainda) e bota a culpa em mim???
Eu só não reclamei porque estava cansada, querendo dormir e sabia como deveria deixar meu braço...

Essas foram as minhas impressões dessas moças e rapazes que conviveram comigo na Unimed...

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...