sábado, 30 de abril de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal: os "nudes" e as paisagens

Uma das particularidades que mais chamava a atenção em Pantanal eram os "nudes". A novela foi recheada, ao menos no início, de muitos atores nus nadando em rios e em cenas de amor tórridas.

Vários dos atores ali pagaram peitinho ou bundinha, inclusive no capítulo 7, quando Madeleine e José Leôncio fazem as pazes, aparece um nu lateral do Paulo Gorgulho, e, obviamente, sua bunda rolando cheia de areia na prainha de água doce das margens de um dos rios, mais pro final do capítulo. 

Antes disso, Ingra Liberato já havia ficado nua quando eles se conhecem e dormem juntos num hotel do Rio de Janeiro. 
E tem ainda as cenas da Irma, da Maria Marruá, da Guta (essa deu um show) e de vários outros atores, fossem se banhando ou se amando, sempre nus nos rios.

O remake não tem isso.
Eu até procuro entender, por causa do horário e tudo, e até apareceram algumas bundas, sutis, e algumas atrizes de seios de fora, como a Guta, mas 90% da novela se passa "vestida", inclusive Juma e Muda tomam banho DE ROUPA, ou então aparece apenas a insinuação que elas estão nuas.

Já comentei e vou repetir, a globolixo CAGOU nas paisagens, mesmo com toda a tecnologia. 
Nesse capítulo 7 mesmo, linkado acima, é possível ver uma cena do ninhal, que é um dos lugares mais belos da região, é como uma "maternidade" aviária, as aves se juntam em uma região com árvores e fazem seus ninhos, para proteção mútua inclusive. Então você vê tuiuiús, colhereiros, garças e demais aves típicas da região, todas reunidas num só local, cheio de ninhos. 
A novela original fez várias tomadas do lugar que são vistas com o passar do tempo, já a globo limitou-se a filmar uma mata fechada e chamar de "ninhal", aliás não duvido NADA que seja estúdio, já que a casa da Juma É EM ESTÚDIO

Vida longa aos atores que passaram um ano gravando em condições precárias e orçamento baixo, no MT, e ainda assim, fizeram uma obra prima da TV brasileira.
Os globalixos não poderiam jamais ficar tanto tempo num local "selvagem", e a Globo jamais gastaria pra fazer algo que se aproximasse do que foi a novela original. 

Onde estão as cenas de flores, borboletas, tempestades, onças originais, e não apenas a oncinha domesticada escalada para as filmagens, as araras, garças, boiadas imensas, veados mateiros, martins pescadores e jacarés que a primeira versão tanto prezava?
"Ainnn, os animais diminuiram", esse argumento é batido, é xaveco, os fazendeiros não são os monstros ali, como a globolixo está tentando pintar (a pegada ecológica que, sim, existiu na primeira fase e que eu vou falar disso mais pra frente).

E apenas para constar, as crianças usadas na novela original condiziam com o tamanho, recém nascidos eram pequenos, e não crianças de 7 meses... 

Manchete 10 x globo 1



quinta-feira, 28 de abril de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal - Parte II Primeira Fase

O segundo contra do remake seria não termos uma noção dos anos, e isso é algo que me incomoda, mas reconheço que é algo pessoal. Eu gosto de ter uma referência, em que ano tal fato se passou, quantos anos depois, e a globo deixou isso muito vago. 
Na trama da rede Manchete, a história se inicia em 1947, em Goiás, com um Zé pequeno, acompanhando o pai na comitiva. Depois o Salto para os anos 60, quando o velho Joventino compra a fazenda, e, 2 anos depois, desaparece na mata.

No remake, eu consegui basear alguma coisa quando Zé e Madeleine se conhecem por causa da trilha sonora que colocaram no momento, a música Katia Flávia, cantada pelo Fausto Fawcet, ou seja, é a versão original, lançada em 1987. 
Vamos colocar aí um ano de carência, não são mostrados detalhes para a passagem do tempo como uma festa de natal ou ano novo. Mas suponhamos que Zé e Madeleine tenham se conhecido em 1987/88, se casaram e ela vai para a fazenda com ele, engravida e passa lá os 9 meses da gestação. Tudo isso dá ao todo 1 ano, então vamos jogar aí que Jove tenha nascido em 1989, vou mais longe, vamos exagerar e dizer que ele tenha nascido em 1990. Apenas para nos situarmos no tempo. 

Outro detalhe que nos dá uma noção de tempo e época é a casa de Maria e Gil, ainda no Sarandi. Uma casa simples, porém o fogão e a geladeira que estavam no canto eram daqueles conjuntos esmaltados de cor (amarelo, azul ou vermelho), um refrigerador simples e um fogão com duas "asas" laterais, eram bem típicos dos anos 80, e foram usados até os anos 90, digo isso pois eu tive um conjunto desses, amarelo, inesquecível. 

Pois bem, então situamos, com um pouco de investigação, que a primeira fase se passa no final dos anos 80 e início dos anos 90. Os "alguns anos depois" que a globo colocou não conseguiram atrapalhar isso. 

Alguns prós que eu adorei e já comentei aqui, foi a globo ter mostrado as histórias paralelas que, na trama original, eram só "contadas": o velho Joventino caçando os marruás, logo que eles compram a fazenda; a primeira noite de Zé com a Filó, e alguns detalhes que talvez eu não esteja relembrando. 

Os personagens muito bem caracterizados e as falas bem fiéis. Eu chego a lembrar das falas dos personagens conforme a cena, afinal eu assisti Pantanal original 4 vezes. 

As cenas aéreas, entram aqui nos CONTRAS. 

Incrível que, mesmo com toda a tecnologia que a rede globo tem, limitaram-se a filmar uma lagoa, um rio na seca, meia dúzia de aves, uma sucuri e uma onça (ambas domesticadas).

As cenas aéreas, feitas de balão, na época, são muito mais deslumbrantes. 
De quebra ainda temos ariranhas, araras, aves variadas, sucuris fugindo na mata, rios, jacarés e muito mais vida do que o remake mostrou até agora.

Percebe-se que Jayme Monjardim foi extremamente lírico ao comandar as filmagens, e a atual direção foi extremamente técnica. 
Uma pena, mas o remake está indiscutivelmente aquém da original.

Falemos também da trilha sonora. Extremamente elaborada na primeira versão, a globo reduziu as cenas de tensão a uma musica monocórdia enjoativa, embora marcante.
As cenas da original, quando mostravam aqueles por do sol maravilhoso.

As músicas temas de cada personagem sempre foi marcante na primeira versão. O remake fez com que esse lirismo desaparecesse. 
Enfim, apesar de tudo, estou gostando bastante de "rever".


sábado, 23 de abril de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal - Parte I Música de abertura

O remake de PANTANAL finalmente mostrou à que veio. 

Colocarei em sequência todos os prós e contras que tenho visto na novela e tentarei ser o mais imparcial possível em meu julgamento.

PRIMEIRO contra,  A MÚSICA DE ABERTURA. 
Nos anos 90, a música "Pantanal" foi escrita e cantada por Marcus Viana (que compôs praticamente todas as musicas instrumentais da novela) junto com o grupo Sagrado Coração da Terra.
A primeira versão foi uma obra prima, com violinos, guitarras, coral, coisa linda de se ouvir.

O trecho que abria a novela era 

São como veias, serpentes
Os rios que trançam o coração do Brasil
Levando a água da vida
Do fundo da terra ao coração do Brasil

Gente que entende
E que fala a língua das plantas, dos bichos
Gente que sabe o caminho das águas
Das terras, do céu

Velho mistério guardado no seio das matas sem fim
Tesouro perdido de nós
Distante do bem e do mal
Filho do Pantanal

O segundo trecho da música e, na minha opinião, o mais lindo, foi tocado só mais no final da novela, lembro que tocaram o trecho especificamente quando o corpo de Zé Leôncio é levado de chalana, com os 3 filhos abraçados, chorando (e eu desaguando junto).

Lendas de raças, cidades perdidas
Nas selvas do coração do Brasil
Contam os índios de deuses
Que descem do espaço no coração do Brasil

Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois
Lutar com unhas e dentes pra termos direito a um depois
Fim do milênio, o resgate da vida
Do sonho, do bem

A terra é tão verde e azul
Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão
O futuro é tão verde e azul
Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão


O que a globo fez? Colocou o segundo trecho na abertura (ok, entendo totalmente) com Almir na viola (completamente inexpressivo, só soube que era ele por causa de uma pesquisa no google) e Maria Bethânia, e tudo estaria ok se não tivessem mudado a letra (e acreditem, eu super entendo a mudança de velho milênio pra novo milênio), cortando pedaços, encaixando trechos onde não deveriam estar e com a vocalista "falando" os filhos dos filhos dos filhos... 

Então temos:

Lendas de raças, cidades perdidas
Nas selvas do coração do Brasil
Contam os índios de deuses
Que descem do espaço no coração do Brasil

Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois
NOVO MILÊNIO resgate da vida
Do sonho do bem

A terra é tão verde e azul
Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão

A gravação original, em estúdio, tem tudo isso: orquestra, Almir etc, mas sinceramente...? 
Cortaram a primeira parte, usaram só a segunda, tiraram trechos... Não gostei. Você gostou? Ótimo. Aquela fala com eco no final, meu Deus o que foi aquilo? 
Não, sinto muito. 
Perdeu pontos. 

Já visualmente eu gostei. 


Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...