quinta-feira, 28 de abril de 2022

Prós e contras do remake de Pantanal - Parte II Primeira Fase

O segundo contra do remake seria não termos uma noção dos anos, e isso é algo que me incomoda, mas reconheço que é algo pessoal. Eu gosto de ter uma referência, em que ano tal fato se passou, quantos anos depois, e a globo deixou isso muito vago. 
Na trama da rede Manchete, a história se inicia em 1947, em Goiás, com um Zé pequeno, acompanhando o pai na comitiva. Depois o Salto para os anos 60, quando o velho Joventino compra a fazenda, e, 2 anos depois, desaparece na mata.

No remake, eu consegui basear alguma coisa quando Zé e Madeleine se conhecem por causa da trilha sonora que colocaram no momento, a música Katia Flávia, cantada pelo Fausto Fawcet, ou seja, é a versão original, lançada em 1987. 
Vamos colocar aí um ano de carência, não são mostrados detalhes para a passagem do tempo como uma festa de natal ou ano novo. Mas suponhamos que Zé e Madeleine tenham se conhecido em 1987/88, se casaram e ela vai para a fazenda com ele, engravida e passa lá os 9 meses da gestação. Tudo isso dá ao todo 1 ano, então vamos jogar aí que Jove tenha nascido em 1989, vou mais longe, vamos exagerar e dizer que ele tenha nascido em 1990. Apenas para nos situarmos no tempo. 

Outro detalhe que nos dá uma noção de tempo e época é a casa de Maria e Gil, ainda no Sarandi. Uma casa simples, porém o fogão e a geladeira que estavam no canto eram daqueles conjuntos esmaltados de cor (amarelo, azul ou vermelho), um refrigerador simples e um fogão com duas "asas" laterais, eram bem típicos dos anos 80, e foram usados até os anos 90, digo isso pois eu tive um conjunto desses, amarelo, inesquecível. 

Pois bem, então situamos, com um pouco de investigação, que a primeira fase se passa no final dos anos 80 e início dos anos 90. Os "alguns anos depois" que a globo colocou não conseguiram atrapalhar isso. 

Alguns prós que eu adorei e já comentei aqui, foi a globo ter mostrado as histórias paralelas que, na trama original, eram só "contadas": o velho Joventino caçando os marruás, logo que eles compram a fazenda; a primeira noite de Zé com a Filó, e alguns detalhes que talvez eu não esteja relembrando. 

Os personagens muito bem caracterizados e as falas bem fiéis. Eu chego a lembrar das falas dos personagens conforme a cena, afinal eu assisti Pantanal original 4 vezes. 

As cenas aéreas, entram aqui nos CONTRAS. 

Incrível que, mesmo com toda a tecnologia que a rede globo tem, limitaram-se a filmar uma lagoa, um rio na seca, meia dúzia de aves, uma sucuri e uma onça (ambas domesticadas).

As cenas aéreas, feitas de balão, na época, são muito mais deslumbrantes. 
De quebra ainda temos ariranhas, araras, aves variadas, sucuris fugindo na mata, rios, jacarés e muito mais vida do que o remake mostrou até agora.

Percebe-se que Jayme Monjardim foi extremamente lírico ao comandar as filmagens, e a atual direção foi extremamente técnica. 
Uma pena, mas o remake está indiscutivelmente aquém da original.

Falemos também da trilha sonora. Extremamente elaborada na primeira versão, a globo reduziu as cenas de tensão a uma musica monocórdia enjoativa, embora marcante.
As cenas da original, quando mostravam aqueles por do sol maravilhoso.

As músicas temas de cada personagem sempre foi marcante na primeira versão. O remake fez com que esse lirismo desaparecesse. 
Enfim, apesar de tudo, estou gostando bastante de "rever".


Nenhum comentário:

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...