quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hoje eu fui fuçar em algumas gavetas da Meyre e fiz uma triagem, peguei umas camisetas de gola desbeiçada, calças velhas, soutiens esgarçados, adeus, doei tudo.

Quando você se livra de roupa velha, a energia da casa renova-se e roupas novas entram na sua vida. Meio complicado de explicar, mas real.

Enfim, comecei a fazer essa triagem mais pelo cheiro de mofo que está no armário. Abri gavetas, desci cabides lotados.
A maioria das roupas era dela, óbvio, mas tem muita coisa minha ali.

Meyre, a eterna otimista que guarda roupas durante anos a fio achando que a gente vai emagrecer pra voltar a usá-las.

Encontrei ali tailleurs que nem sonhava que ainda estivessem conosco.
Achei 2 vestidos que eu simplesmente adorava, o preto transparente e o prata, ela teve coragem de guardar aquele vestido prata!
Roupas de batique do Ceará, camisas e vestidos.
Calças de todos os tipos de tecido, moletons e camisas de seda.

Mas o máximo foi encontrar, depois de tantos anos, a camiseta que foi, durante muito tempo, a minha preferida.
Era uma camiseta preta com desenhos prateados, que minha avó trouxe dos EUA pra mim a anos e anos atrás, morávamos em SP ainda.
Bom, usei essa camiseta durante muito tempo, e quando ela não serviu mais, acredito que minha mãe pegou pra ela e usou, mas eu nunca imaginei que ainda estivesse aqui, numa gaveta.
Desbotada, o brilho dos riscos prateados muito fraco, mas sinceramente não tive coragem de doar essa.

Ver as gavetas do armário da minha mãe é ver uma vida de lembranças: roupas do tempo que morávamos em SP, quentes demais pra essa região; bermudas jeans, roupas que vieram da Tia Missina, roupas que ela mandou fazer em Catanduva.
Tem até um sobretudo que ela trouxe de Madrid, deve ter sido a única coisa que sobrou da época que ela e o Márcio moraram lá...

Hoje fui lá e tive permissão pra cortar as unhas dela.
Na próxima visita, vou levar algumas letras de música e cantar pra ela.

Estou esperando o médico marcar a cirurgia, mas a infecção na urina não cedeu ainda...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Hoje, pela primeira vez desde aquele que eu chamo de "dia do pesadelo", minha mãe abriu os olhos pra mim.
Não foi nada mágico, "ohhh, ela abriu os olhos, me encarou e então 2 lágrimas rolaram", nada disso, foi super rápido e bem pouco, mas ela abriu os olhos!

Assim que a cultura de bactérias que ela desenvolveu for combatida, vão colocar uma válvula, um dreno, no cerebro dela pra tirar o líquido acumulado lá.

Muito muito animador.
Tô bem feliz hoje.

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...