terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Eu estou tão chateada que não consigo nem falar direito.
Tinha esquecido como é doloroso levar um cachorro pra sacrificar por causa de doença.
Quando o cão está debilitado ou com dores, é duro mas a gente sente que, pra ele, o alívio é melhor; mas quando está saudável, é mais difícil ainda. Num momento está e, no outro... não... Aí você volta pra casa e vai arrumar as coisinhas dele que ficaram: o pratinho, a bacia de água, os panos onde ele dormia. No começo, você ouve o latido ou um chorinho, como se ele ainda estivesse ali...
No caso dessa doença, eu poderia tratar os 3. Eles continuariam com a bactéria lá, mas os sintomas desapareceriam... E eu iria tratar deles pra sempre...
Aí eu questiono, e se mais cães estiverem doentes? Eu vou tratar todos?
E se eu sacrificar uns e deixar outros? Porque uns sim e outros não?

Um dia, eu li um livrinho desses romances de banca e, resumindo a história, a moça tinha sido entregue pra adoção e passoua vida procurando os pais verdadeiros. Quando encontra, logo de cara entra em atrito com o "pai", que diz pra ela se afastar da família (ela tem mais 2 irmãos mais novos). E ela olha ele nos olhos e diz algo do tipo:

- Como foi mesmo? Vocês me olharam e decidiram que não queriam ficar comigo?

E essa é a frase que mais martela minha cabeça nessas últimas semanas. Porque tratar de uns e sacrificar outros? O que esses que ficam tem de especial que os que os que se foram não tem?

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