quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Navegando por aí, rodando pela cidade, pensando na vida...
Eu começo a pensar em coisas que poderiam ter sido e não foram, que terminaram de forma abrupta e ficou aquele resto de sentimento no ar, aquela dúvida, aquela mágoa...
Coisas que terminaram cedo demais, por falta de diálogo ou de respeito entre as partes.

Amizades desfeitas ou estremecidas por simples constatação de que as pessoas tem uma determinada roda de amigos - e você definitivamente não está inclusa.
Um deles eu vi hoje, no mIRC. Tantas conversas, tanta troca de informação, tantas baladas juntos... Eu considerava o cara um amigo e me vejo, de repente, sem assunto.

- Oi.
- E ai?
- Blz, e vc?
- Joinha!
...
- Tá calor aí?
- E o timão, heim?

Fechei o pvt sem nem me despedir, não vejo sentido em prolongar a tortura. Percebi que em comum não tínhamos mais nada. Ele era, na verdade, amigo de outra pessoa. Nunca foi meu amigo, por mais que eu o considerasse.
Isso aconteceu com algumas pessoas.

Uns eu percebi (embora com atraso) quem eram perfeitos - perfeitos de se jogar fora.
Incrível como eu fico cega quando fico amiga de alguém, mesmo que todos os fatos mostrem o contrário.
Bom, já foram, fiquem com quem merecem.

Outros se fazem amigos, batem no peito, mas dão valor a todos os outros amigos e eu sempre na berlinda. Cansei também. Quer impressionar alguém, precisa dessa necessidade de ser superior? Que seja - longe de mim.
Como disse uma amiga minha outro dia, "fulano (sem PH, com F mesmo) precisa de platéia pra ser mais macho".
Não percebe que passa por bobo, pois todo mundo está percebendo o engodo?
Quer fazer papel de palhaço? Problema dele. Não perto de mim, que isso me irrita muito e eu prefiro nem ver.
Depois, pelas costas, fica aquela roda de piadas.

Outra coisa também é que existem escolhas na vida. E nem sempre eu consigo conviver com elas.
Mas é engraçado, as pessoas acham que, por eu as ter tirado do meu convívio e meu círculo, tenho raiva delas. Besteira. Não consigo guardar raiva de ninguém mais do que 1 semana, e isso em casos mais graves.
Agora mesmo estou indo comprar um cartão de Natal pra uma ex-amiga muito querida que fez sua escolha, eu não consegui conviver com ela e saí fora.
Estaria sendo radical? Eu diria seletiva.
O que tem me aberto os olhos para essas atitudes é que notei uma certa intolerância e inconsequência das pessoas ao lidar comigo, do tipo "pode falar e fazer o que quiser, ela aceita tudo mesmo, é uma otária".
Quem me conhece sabe que, um dia, a casa cai, e infelizmente eu notei que ninguém me conhece. Eu, ao contrário, gosto de prestar atenção na maneira de ser das pessoas que convivem comigo. Não posso dizer que "conheço como a palma da minha mão" uma pessoa, mas sei como elas são depois de um determinado tempo de convivência. Isso se chama interesse em quem se gosta.

O fato é que eu me dôo muito, espero a mesma atitude e não a recebo, mas isso eu entendo e sei aceitar.
O que não entendo e não aceito é alguém chegar perto da gente só pra provocar e ver a reação. Já acuou um animal? Já viu o que um animal aterrorizado faz quando está sem saída? Não queira ver.

Fora que tem aqueles que acham realmente que eu sou lerda. Ou acreditam no pensamento que eu sou otária.
Sou distraída, muito distraída, com muita coisa. Ou não me interesso mesmo, o que é diferente. Mas tem coisas que, enquanto alguém vai com a farinha, eu já voltei com a panqueca (ia falar bolo, mas preferi a referência à lojinha, heheheheh).
Posso também me fazer de besta, o que é diferente. Me faço de besta até a hora que me convém. É simplesmente delicioso, parecer uma anta ao lado de gente que te olha como se você fosse uma lesada, com uma risadinha de superioridade.

É mais uma reflexão de final de ano do que um desabafo.
Outro dia me perguntaram: "não tem medo de acabar sozinha?".
Oras! Eu SOU sozinha.
Tenho amigos, bom amigos, tanto aqui como à distância. E quem tem amigos dentro do coração e sabe que eles estão em algum lugar, nunca estará sozinho.
Mas amigos tem suas vidas e não podem dividí-la com você. Cabe a você fazer a sua própria, do lado de quem escolhe para amar, e é aí que reside todo o problema - o meu problema.
Porque eu acho que eu nunca vou encontrar alguém que combine comigo pra passar o resto da vida.
E poupem-me de pensamentos piegas do tipo: todo mundo tem seu par, ou sempre existe um chinelo usado para um pé cansado.
Senão eu coloco a teoria da frigideira aqui de novo, heim?

Estou ouvindo Simple Minds - Alive And Kicking.

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