sábado, 16 de março de 2013

Ainda pensando na minha mudança para Birigui, um dos motivos da mudança para o interior, especificamente, foi o céu.

Motivo bobo, né?

Mas eu sempre gostei de olhar o céu.
A noite, na pequena sacada da nossa casa de SP, eu ficava olhando por uma fresta entre os prédios, para uma estrela brilhante que era a primeira a nascer. Talvez fosse Vênus, não sei. Mas ao entardecer ela já estava ali, meio baixa... E eu passava horas pensando e olhando para ela.

Um dos maiores prazeres que eu tive ao me mudar para o interior foi continuar olhando o céu. Prazer, sim. Ir para um local bem escuro, meio longe da cidade, deitar no capô do carro e ficar olhando as estrelas. Na fazenda do tio, fazer caminhadas à noite e parar para olhar para cima... Só quem já viu todas aquelas estrelas emaranhadas e brilhantes sabe do que eu estou falando.
Com o tempo aprendi a encontrar as 3 Marias, o Cruzeiro do Sul, Escorpião...

Mas o céu não é belo só em noites estreladas. Ele é belo de dia, vazio, sem nuvens. É belo com nuvens também. Nublado, ou em dias de tempestade... Todas aquelas nuvens escuras rolando, aqueles raios violentos.
Noites de chuva são lindas, com raios caindo um atrás do outro, tem horas em que não dá para acompanhar... Quantas vezes, mais jovem, eu saía na chuva para caminhar com o Grigory que, sempre fiel, odiava mas ia junto sem reclamar...
Quantas vezes eu parei o carro para tomar banho de chuva?
Quando foi que eu parei de fazer isso? Porque eu fiquei com medo de me molhar?

Aqui no interior, a gente olha para longe e vê sol em cima de nós e a chuva caindo em outro lugar, vindo... Ou vê um arco iris ao mesmo tempo que vê raios de sol, chuva e raios.

Os amanheceres e entardeceres são deslumbrantes. Não existe quadro ou fotografia que lhes faça justiça. Mais belo que aqui, só nas praias e mesmo assim, tenho minhas dúvidas.

Todas as vezes que eu olho para o céu eu lembro do porque me mudei para cá... E isso já tem 21 anos.

E... é engraçado... quem nasceu aqui não dá valor, não repara na beleza que é o céu daqui.

Tem uma letra de música, acho... ou eu li em algum lugar... enfim... que dizia que todo gaúcho que sai do Rio Grande sente falta do céu cor de anil de lá...
Olha... eu entendo perfeitamente...

Um comentário:

Bel disse...

Sei bem o que é isso. Uma das coisas que mais senti falta quando saí do Forest foi do céu e do silêncio. Graças à Deus, hoje, tenho o Guarujá e lá consigo contemplar o céu e, de lambuja, ainda levo o mar que no entardecer é lindo.

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...