sexta-feira, 8 de junho de 2007

Truco, cerveja e bifes na chapa. É esse o programa de sexta à noite, aqui em casa. Se pensam que EU estou na chapa enquanto eles jogam, enganaram-se. Continuo a não querer pilotar um fogão.
Isso é coisa de homem!!!!

Ao som de gritos ("Truuuuuuco, seeeeeis, é nossaaaaaa, Hahahahaha, toma seis, cunhado!") e da chapa chiando seu protesto por tantos bifes, fizemos até um filminho escuro.
Totalmente diferente das partidas de poker, 8 maluco e das pessoas que vinham aqui antes. Se eu disser que não lembrei daquele povo, estaria mentindo.

Era engraçado, divertido mesmo.

Também estaria mentindo se dissesse que fazem falta ou que estou com saudades de algum deles.
E estaria mentindo se falasse que não acho estranho isso. Afinal, eu vivia colada na turma, não sabia dar um passo sem eles e, de repente, não fazem mais falta.
Como? Porque?
Minha casa vivia cheia de gente, num entra e sai diário. E, desde setembro - se não me falha a memória - a última "leva" de gente sumiu da minha vida e eu não sinto falta.
Nos primeiros dias, senti sim, mas logo o Sheik nasceu e todos os minutos dos dias, desde então, foram voltados a ele. Era como ter um filho que dependia completamente de mim.

Daí conheci o Fabio. Minhas idas a Rio Preto mostravam-se cada dia mais frustrantes e resolvi dar um passo que resultou num "casamento". Dei um "adeus" definitivo (para mim), tomei coragem em forma de uma garrafa de vinho e aqui estou, sentada no meu PC ouvindo a voz do pessoal que veio de encomenda junto com o Fabio.

Gente simples, com outra realidade de vida: pistoleiros, motoristas, peões, amigos de ladrões de gado e "exportadores" de carros, alguns colegas em sursis, etc.
Bem diferentes de estudantes de faculdade e jogadores de RPG. A maioria aqui não completou o colegial e, no entanto, não falta experiência de vida para dividir.

Convivendo com eles a gente percebe o quanto uma faculdade não faz falta na vida do brasileiro médio. Faculdade é ilusão na vida dessa gente. Eles mesmos sabem que não serve pra nada.

Mas, voltando ao tema central, preciso descobrir o que supriu a falta do pessoal que foi tão importante na minha vida numa determinada época.

Tony e Mara, que são tão presentes, esses sim eu sinto falta. Mas como já disse um dia, nossa amizade é algo adulto, sem cobranças, "grudanças" e encheções de saco. E é isso que a torna especial. Até o Fabio, outro dia, disse que "precisávamos ligar pro Tony e pra Maraysa, que ele estava sentindo falta". E pegou a mania de gritar como eles, falar "cretinaa" como eles, cantar as mesmas músicas como eles, apelidar as coisas de "basti-qualquer-coisa", mesmo sem conhecer a história...

Tema pra próxima terapia, huhu!!!

Estou ouvindo gritos.

Nenhum comentário:

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...