segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Olha que interessante, era justamente nisso que eu refletia no outro post.

Retirado do Estrela Guia:

Como terminar um relacionamento longo

É unicamente o nosso olhar, nossa percepção, que pode avaliar quando as coisas acontecem por pura inércia ou hábito. Onde deixamos de perceber nossa relação, ou seria quando? Muitas vezes achamos que suportamos o outro de forma abnegada e heróica, que nos tornamos vítimas de um relacionamento e aí perguntamos: Como devo terminar um relacionamento longo?

Eu reformulo a pergunta: O que será que estou esperando do meu relacionamento? A expectativa de que as coisas aconteçam sozinhas, sem ajuda, é inviável e vai trazer inevitáveis decepções. Um relacionamento é interdependente, necessita de no mínimo dois. A historinha de casar com um príncipe e acordar com um sapo já não convence sequer a Carochinha... Pergunto-me se em um relacionamento onde não se sabe se ele ainda está ou já terminou existe diálogo. Ouvi dia desses uma paródia de um ditado que é a seguinte: Quando um não quer, dois obrigam...
Isso não me cheira a relacionamento, mas é assim que muitas pessoas convivem por uma vida inteira.

Há um tempo atrás viajei para visitar uma amiga e por insistência dela me hospedei em sua casa. Percebi rapidamente que quando ela e o marido estavam juntos em casa, as discussões eram terríveis e muitas vezes sobre coisas totalmente sem importância; nessa hora as duas filhas iam brincar no quintal. Depois de três dias eu já me sentia incômoda e uma intrusa naquela família. Comuniquei a minha amiga que ia encurtar a viagem, procurando ser o mais delicada possível. Ela ficou inconformada, havia muitos anos que não nos víamos e os dois tinham exatamente pedido férias no trabalho para que pudéssemos estar juntos. Depois dessa declaração tive que abrir o jogo e confessar que me sentia um pouco peixe fora d’água quando começavam as discussões. Discussões? Perguntou ela, nós não discutimos nunca, ao que percebi que essa era a maneira de eles se relacionarem e que lhes parecia perfeitamente normal. Terminei me adaptando e saindo para brincar com as crianças no quintal quando as brigas começavam e parecia que tínhamos todos uma convivência normal de família feliz.

Às vezes acho que o medo da solidão e a certeza, ainda que subconsciente, de que devemos em algum momento nos tornarmos os responsáveis por nossas escolhas faz com que nos encolhamos em silêncio, aceitando o lugar de vítimas onde os únicos algozes somos nós mesmos.
É possível e, na maior parte das vezes, comum mesmo, que amadureçamos dentro de um relacionamento. O que não é possível é não querermos amadurecer; depois de um certo tempo não dá pra continuar brincando de casinha. Não queremos olhar quando o desgaste já é tal que um dos dois virou utensílio doméstico, onde respeito e carinho são encarados com desconfiança, quando não há boa memória de época nenhuma da união vai nos fazer perder um tempo precioso de crescimento, trilhar uma estrada de possível sucesso, que muitas vezes precisa ser trilhada sozinha, até para percebermos quando e como fazer uma escolha correta.

Estou ouvindo Fiver for Fighting - 100 years.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mah, ontem eu entendi a licao...
A mesma porta que traz um novo ser humano a terra, eh a mesma que o leva embora. Humpf!
nossa... n consegui nem dormir direito essa noite.

Anônimo disse...

Deveras util esse paradinha....
Hehehe

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...