domingo, 26 de junho de 2005

Como eu prometi, aqui vai uma história de brigas e desentendimentos dentro da turma tekileira...

Não sei nem como começar. Porque realmente não lembro como começou. Quando vi, já estávamos conversando, trocando e-mails e telefonemas. Desde que F saiu da minha vida, eu não sentia isso, gostar de conversar com alguém (do sexo masculino) sobre assuntos variados. Apenas um leve toque de arrogância me incomodava nele. Mas quando eu dizia isso, obviamente estava enganada, ele não era esnobe ou arrogante, eu que não o entendia.

Eu podia dizer o quanto quisesse que ele era bonito, ele nunca acreditava. Falta de auto estima, sei bem o que é isso... Difícil de lidar, mas eu persistia.
Infelizmente aconteceram diversos desentendimentos via e-mail, talvez por justamente a palavra escrita não dar a entonação precisa que a voz dá.

Mesmo assim, continuamos em contato."Entra no chat de bate papo do BOL no final de semana pra conversar comigo" - dizia ele. E eu, MIRCreira pura, entrava no chat aos domingos. Depois de um tempo de conversa, eu lia "tchau, a pessoa que eu estava esperando chegou, vou conversar com ela na outra sala, vazia, em particular". Isso chateia.

Por telefone, dizia "estou gostando de uma menina de Birigui, amiga da minha irmã". Bem, era a hora de ser a amiga, eu o aconselhava a procurá-la, se ele realmente sentia algo por ela - e afundava na cadeira procurando meu ânimo.

Quando, um dia, ele disse "quero ser seu amigo, conte para mim coisas de você para que eu possa conhecê-la melhor", escrevi um e-mail enorme, contando partes de vida e sentimentos profundos e guardados. Mostrei meu EU.
A resposta que recebi não poderia ter sido mais clara:"Que e-mail enorme, demora muito pra ler, não vou conseguir responder tudo!". Até aí, eu entendi, era curto seu tempo na frente do PC. "Respondo para você em partes, posso?". Lógico! Mandou uma (UMA) parte e esperei, esperei... Quando percebi que as outras partes da resposta não viriam, fiquei triste, magoada.

Conselhos para uma vida saudável, inúmeros. Pena que eu não estava atrás de um personal trainer e sim, de um amigo.
Houveram mais coisas, que não colocarei aqui.

Quando eu, cansada de solidão, resolvi aceitar sair com D, ele não acreditou. Ligou na hora, queria saber quem era. Disse aqui nos comentários do meu blog que eu havia inventado esse relacionamento... Creio que foi o que me distanciou dele.
Inventei? Então preciso inventar pessoas que saiam comigo, porque não tenho capacidade de arrumar ninguém?? Ai. Isso magoa.
Por tudo isso, confesso que eu fui muito agressiva com ele várias vezes...

Eu - que perco o amigo mas não perco a piada - quase dei um filho ao nosso querido Nemésio. Quem não se lembra disso? Birigui estava em polvorosa, todos os jogadores de RPG da cidade vestiram luto quando souberam da notícia (falsa) de que Nemésio seria pai. Desmenti depois, mas ele se doeu, ficou bravo comigo pela brincadeira (brincadeira essa que os protagonistas tinham total conhecimento). Isso, fiquei sabendo por terceiros. Pois ele, que fazia dos nossos e-mails um chat de bate papo e ficava comigo 2 horas no telefone, disse que não tinha como confirmar a história. Foi, também, incapaz de me escrever ou ligar dizendo que não tinha gostado da brincadeira.

Depois de um tempo, incomodada com seu silêncio e sentindo sua falta, escrevi perguntando quanto tempo duraria seu mutismo para comigo. Aí, sim, ele disse que não havia gostado da brincadeira, etc etc etc...
Pedi desculpas.
Ele disse que, se eu quisesse manter sua amizade, teria de modificar minha maneira de ser.
Pedi novamente desculpas, garanti que não o incluiria nas próximas brincadeiras, mas que eu sempre fora assim e não mudaria. Por ninguém. E continuaria fazendo minhas brincadeiras.
Ele disse que quando chegasse em Birigui, conversaríamos.
Respondi: quem sabe?

Logo depois, o tapa na cara. No Blog dos tekileiros, dia 13/12/04. Afronta pessoal, na minha opinião, pois quem me conhece sabe o quanto eu evito esse assunto...
Quando li, pensei que não precisava de mais um vivente pra me ajudar a lembrar de quem quer ser esquecido. Já bastava uma, que eu havia cortado da minha convivência meses antes.

Doeu, pois eu não havia percebido como estava ligada nele. Doeu também perceber, nos meses seguintes, que ele era apenas mais um na grande massa dos adoradores da estética... Como eu disse um dia, embalagem rasga. Doeu perceber que eu havia me enganado de novo... Ele havia feito sem querer ou pra magoar?

Chegamos, enfim, ao ano novo. Recomeço. Época de desfazer mal entendidos e estender a mão a velhos desafetos. É algo que procuro fazer sempre. Não gosto de começar um ano sendo inimiga de ninguém, a não ser para mim seja indiferente essa inimizade. E eu não era indiferente a ele.

Todos na rua, conversando. Ele, encostado no carro, braços cruzados no peito largo, camisa preta de gola alta, bonito. Meio bêbada, eu não sabia se cumprimentava ou não. Minha boa estrela me fez perceber que se eu chegasse ali, ia fazer papel de boba. Melhor deixar para outro dia. Passei reto com uma dor fininha de decepção no peito que não sumiu pelo resto daquela longa noite.

No dia seguinte, sem tantas influências negativas por perto, tentei uma aproximação amigável, um "e ai, L, tudo bem?" altivo e amigável, tentando resgatar ao menos a convivência pacífica. Resposta? Um ok com o dedão pra cima e um balançar de cabeça imperceptível. Foi quando houve a quebra. O basta. Eu havia feito a minha parte. Doeu de novo, mas já não tanto...

Com o passar dos dias e semanas, convivendo com o pessoal, percebi que além da raiva de mim, ele estava amigo de alguém que não me queria por perto. Alguém que logo depois que eu me afastei, começou a fazer uma campanha surda para que todos vissem quão ignóbil eu era. E essa pessoa foi ardilosa o suficiente para se passar por Branca de Neve na frente dele, me colocando no papel de Bruxa Má. Ele acreditou, oras... Deve ter sido conveniente e reconfortante pra ele ter alguém pra dividir as mazelas sobre minha pessoa...
Afinal, quando eu me afastei de Branca de Neve, não escrevi um e-mail anunciando o fato, tampouco obriguei alguém a tomar posição. Jamais obrigaria meus amigos fazerem uma escolha, acredito que existe espaço para mim e para ela no coração de todos.

Quando, alguns meses depois, surgiu o boato de que ele estaria ficando com Branca de Neve, namorada do melhor amigo dele, eu disse a esse amigo que "independente do que eu acho dele, na minha opinião você não precisa se preocupar - ele jamais faria isso com você. Pelo que eu conheci dele, ele dá um grande valor aos amigos".

Disse isso com a convicção de quem sabe o que fala, porque eu aprendi a conhecê-lo. E se ele acreditou que eu pudesse ser tão bruxa má quanto me pintaram, então não quis aprender a me conhecer e nem se interessou por isso. Tanto não se interessou, que tocou no único assunto que eu não admito, quando é lembrado à toa...

Estamos no meio do ano. Muita água passou por debaixo da ponte, muitas confusões aconteceram sem que a Bruxa Má oferecesse maçãs de porta em porta. A máscara de Branca de Neve caiu e o espelho, espelho meu, mostrou que existe uma moça muito pior que eu.

Atualmente sou poupada de conviver nos mesmos ambientes que Preta de Fuligem, embora isso jamais tenha me incomodado. Quanto a ele, o veneno foi bem plantado. Afinal, como ele disse, "não tenho nada contra, mas se ela morresse..."!
No começo fiquei chocada pela aversão por mim, agora já nem ligo.

Às vezes, só às vezes, o peito ainda dói um tiquinho, mas passa logo... Afinal, o que não tem remédio, remediado está. Só contei isso tudo porque ultimamente meus amigos tem tocado nesse assunto. Mas não acho que algo possa ser feito... Afinal de contas, ninguém aqui está errado. Ele está certo dentro da verdade dele, eu dentro da minha.

A Ju me fala "Má, ele mudou", mas eu duvido... Pau que nasce torto... Tsc Tsc...
Como diz o Ivo, "não mexe com quem tá quieto".

Estou ouvindo Phil Collins - Take Look At Me Now.

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