sábado, 12 de março de 2005

Não tive inspiração para escrever nada, então copiei. Com os devidos créditos, lógico...

Adeus Dona Benta, leva consigo uma parte dos meus sonhos de menino, quantas vezes pensei ser Pedrinho, nas minhas aventuras infantis, Monteiro Lobato sempre esteve presente e você é que narrava suas histórias com uma calma de rio sem destino que até hoje povoa meus momentos de paz e de reminiscências, passei muitas horas na minha vida sonhando estar vivendo no Sítio do Pica-pau amarelo.
Dona Benta que me lembra todas as vovós, mães com açucar... dos doces que suas mãos gordinhas faziam, das balas que nos davam escondidas de nossas mães quando pedíamos, açurados eram nossos dias nas suas casas.
Dona Benta que me lembra os alpendres (para onde é que foram os alpendres? Foi na casa da minha avó que dei meu primeiro beijo, era do alpendre dela que eu olhava a vida passar com meus olhos de menino... só para fechar esse parênteses... que saudade dos alpendres), as cadeiras de balanço e o olhar sempre perdido em algum lugar do passado, nós netos é que éramos o teu presente...
Dona Benta jogou pó de Pirilim-Pim-Pim em si mesma, deixou nossa terra para ir viver na terra do Faz-de-conta.
Adeus Zilka Salaberry, que formada em economia só exerceu a profissão por quatro dias, sua veia artística não permitiu que ela se afundasse em números...sua peça acabou, teu palco agora jaz vazio e a cortina do espetáculo que foi sua vida está baixando...
Onde você estiver receba os aplausos da platéia que permanece de pé aplaudindo a tua arte de recriar com o corpo o fruto da imaginação de Monteiro Lobato, sou agradecido pela tua vida e apesar de lamentar a sua morte, sei que estará sempre viva nos sonhos dos meninos-grandes que ainda vão viver...
Vai com Deus, Dona Benta.



Escrito por André Luis Aquino.

Nenhum comentário:

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...