quinta-feira, 17 de março de 2005

Domingo eu acordei sentindo algo diferente.
Até perceber que o que me havia acordado não era, como sempre, o mantra de todos os dias do vizinho crente, e sim, uma música diferente: Bruno e Marrone. Ou seria outra dupla sertaneja qualquer? Não importa.
O que importava era que, naquele ensolarado domingo, o som que cortava o ar e chegava até nós vinha da festa do clubinho - um clube que tem na rua de trás de casa.

Ao descer para lavar meu canil, o som continuava alto e claro (era um acústico sertanejo), passando depois ao animado pagode do Boka Loka*, continuando por Ivete Sangalo e outras músicas da moda, inclusive alguns technos internacionais, que, diga-se de passagem, não demoraram muito - festa de lagodeiro nunca tem som internacional por muito tempo.

Eu, uma inveterada roqueira velha, passei a tarde de domingo ouvindo essas músicas e, o que é pior, gostando. Os axés de Ivete e o sol forte me fizeram sentir como se eu estivesse de volta à Bahia, em pleno carnaval, no Piauí e até mesmo no Ceará.
Afinal, era isso ou a cantinela diária do vizinho crente. Mas nesse domingo, até mesmo ele rendeu-se à alegria contagiante da festa dos pagodeiros e desligou seu som, poupando-nos de seus sermões cansativos.
Como diz a frase popular, durou pouco, mas foi o bastante para tornar-se inesquecível.

* Conheço as músicas do Boka Loka porque de uns tempos pra cá, tenho sido bombardeada por elas, assim como o fui por Metallica durante um tempo. Mas, assim como o som do Metallica não me atraiu, o do Boka Loka também não o fez. E tenho dito.

Estou ouvindo Cordel do Fogo Encantado - Catingueira.

Nenhum comentário:

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...