sexta-feira, 17 de outubro de 2003

É, tipo assim...

As vezes eu acordo com aquilo martelando na minha cabeça. Como aquela música Romaria. Então eu sei que enquanto eu não escrever esse poema em algum lugar ele não vai sair daqui de dentro...

Dessa vez é Drummond.

Eu te amo

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse.

Amor foge à dicionários e à regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor à nada feliz e forte assim mesmo.

Amor é primo da morte, e da morte vencedor,
por mais que o matem ( e matam )
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

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