terça-feira, 15 de julho de 2003

OK OK EU CONFESSO!!!

Eu leio romances de banca, aqueles açucarados e chatos de dar dó. Desde mais nova já era fã de Barbara Cartland, famosa autora de romances de época.
Lia tudo que me caísse nas mãos. Dela, obviamente.

Amores eternos e impossíveis, príncipes maravilhosos apaixonando-se por jovens camponesas que eram na verdade meninas pobres da aristocracia lutando para sobreviver ou então doces fugitivas de casamentos combinados encontrando-se com aventureiros que herdam títulos da nobreza. Tudo rosado e com finais felizes. Lindo!

O tempo passou e eu vi que amor não era o que eu imaginava. Decepcionei-me muito por causa desses romances que eu tanto lia. Barbara Cartland, talvez por causa da idade, escrevia historias extremamente parecidas e repetitivas. A editora mudou as capas, o que eu pessoalmente achei uma pena.

Enquanto isso a título de curiosidade comprei Sabrinas, Biancas e Júlias. Algumas ótimas, outras sofríveis. Lançaram séries especiais, como a do homem do mês e signos.
Capas com belos exemplares do sexo oposto eram um principal atrativo mesmo quando o texto da última capa não ajudava. Aliás eu quase sempre me prendo pelas capas para comprar esse tipo de romance.

Geralmente desenhos bem feitos, mostrando belos casais ou um homem ou mulher solitários e pensativos. Dou preferência aos homens sós.

Atualmente compro os romances chamados clássicos históricos, principalmente se forem de 1200 e se passarem na Europa. Protagonistas escoceses são meus favoritos.
Infelizmente essas publicações estão numa onda de faroeste americano que enoja. Não porque eu não goste do tema, mas porque é SÓ ISSO que eles estão publicando. Tenho umas histórias ótimas, mas a maioria anda sacal. Sem graça mesmo.
Dentre os que eu adoro são os romances que tem ligação com outros, como por exemplo a história de 4 irmãs, cada romance mensal englobava uma.

Porque ler esses romances de banca? São anti cultura certo? São o podre do podre!!
Ora... Se não fossem esses romances eu talvez nunca me interessasse por mitologia greco romana, pintura, música clássica e história. No momento releio (ééé, estou relendo sim) um que se passa na época do poderio Inglês sobre a escócia, no período da Rainha Elizabeth I, 2 anos após Mary da Escócia ter sido decapitada em Fotheringhay. Ela e Sir Francis Walsinghan planejam... hum... Não sabe quem foi Walsinghan? Ora! pesquise!! Após ler alguns romances onde seu nome figura com frequência, ás vezes como bom, ás vezes no papel de vilão, eu me interessei pelo homem e fui á luta!!
Infelizmente alguns passam bem longe da realidade, carecem de pesquisa e pecam pela falta de imaginação de suas autoras. Muitas escrevem com a fidelidade que a época manda, outras viajam na maionese. A esses, o sebo espera. Os bons ficam, com orgulho, no meio dos meus mais queridos e lidos livros.

Se em alguns falta cultura, em outros ela é bem na medida. Como nesse que eu disse, na abertura de um dos capítulos tem um provérbio que transcrevo aqui:

Seis coisas há que o senhor odeia e uma sétima que lhe é uma abominação: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés pressurosos em correr ao mal, um falso testemunho que profere mentiras e aquele que semeia discórdias entre irmãos.
Provérbios de Salomão, 6: 16-19


Até ler isso, eu nem imaginava que Salomão fosse citado em livretos desse nível. E eu que nunca fui muito chegada na Bíblia, com certeza vou atrás desses provérbios. Até então eu só lia salmos.

Mas eu leio sim. Leio romancinho sabe porque? Porque não me fazem pensar. A série Filhos da Terra de Jean M Auel me deixou sem dormir por dias enquanto eu não vi o final das aventuras da Ayla e espero com tanta ansiedade o 5º volume The Shelters of Stone que me dá ânsia!!
Li O Mundo Perdido em uma sentada só. Suava frio na parte dos raptores pulando na plataforma. Me decepcionei demais com o filme. A Rainha dos Condenados é ótimo demais, lia as melhores partes incansavelmente até esgotar. O Senhor dos Anéis me deixou confusa em algumas partes mas isso eu resolvi lendo tudo de novo! Harry Potter comprei achando que não fosse gostar e... Céus, já reli N vezes e não cansei ainda!! Pior que isso, comecei a acreditar num mundo paralelo e me auto-denominar trouxa!!
Livros curtos como os da Stella Florence apesar do tamanho fazem da minha cabeça um turbilhão de informações. Já tive de parar de ler 2 livros espíritas pelo excesso de informações contidos neles... Não estava conseguindo assimilar o conteúdo.

Romancinhos não. Leio, em alguns choro (yeah, sou uma manteiga derretida), dou risada e ao acabar, aquilo não fica martelando na minha cabeça. Até hoje em quase 20 anos lendo esse tipo de romance, poucos me impressionaram a ponto da trama ficar grudadinha no cérebro.

Quando a depressão quer vir, feroz e violenta, são as histórias açucaradas que me salvam. Leio de 2 a 3 romances simultaneamente. Quando isso acontece é sinal que estou mal mesmo.

Leitura é leitura, não importa de onde venha a fonte.
Tenho dito! ;))


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