sábado, 3 de outubro de 2015

Uma semana.

A dor não ameniza, apenas vai e volta.

Vem forte, às vezes, com a lembrança dos últimos 4 anos. Porque eu saio de casa e lembro que não preciso mais me preocupar em voltar logo. Acordo de manhã (mesmo sem despertador, o relógio interno é preciso) e lembro que não, não preciso dar a alimentação dela pela sonda.

A morte da minha mãe me trouxe umas lembranças involuntárias, como quando meu pai se foi. A gente chegava em casa abrindo a porta devagar, pra não acordá-lo, até lembrar que não era mais preciso - ele não estava mais ali.

O alívio que veio quando ele se foi - estava muito doente e sofrendo demais - mas também o vazio que ele deixou, com sua presença vibrante e animada.

A saudade nos anos que se seguiram, tinha tantas coisas pra perguntar a ele, e ele nunca mais poderia me responder nada.

E agora, a mesma coisa acontece: tanto a dizer, tanto a conversar, e cadê ela? Tantos desenhos novos pra assistirmos juntas, tantas peraltices da Carol pra ela curtir, e ela não vai mais ver nada disso - não do meu lado, pelo menos.

Sem palavras pra definir a dor.

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