terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu nunca imaginei muitas coisas para a minha vida.

Nunca me imaginei órfã de pai, e no entanto, fiquei.
Nunca achei que fosse casar e, no entanto, casei.
Nunca achei que fosse ter filhos e, no entanto, tive.
E nunca, nunca achei que fosse ver minha mãe em coma e, no entanto, é como ela está.

Só quem vive isso sabe como é. Ver a pessoa que você ama ali, dormindo, um sono pesado, sem respostas quando a gente chama.

A lesão cerebral dela foi extensa, então o que me falaram é que os danos deixarão sequelas muito grandes, SE ELA SOBREVIVER.

A cada visita eu me animo, para depois ouvir que ela pode não sobreviver ao dia seguinte.

Hoje eu levei uma foto enorme da Anna Carolina com 1 mês pra ela ver, e a minha sogra foi junto. Quando minha sogra mostrou a foto e nós falamos como a nenê estava linda, grande e que ela precisava sair dali pra ajudar a cuidar dela, 1 lágrima rolou de cada olho.

Quando eu implorei pra ela não me deixar, pra sair dali e voltar pra casa porque eu não estava preparada pra deixar ela ir, ela franziu a testa.

Pedi perdão por não ser uma boa filha, por não ter levado ela num médico, por não ter me preocupado com a pressão alta dela...

Eu perguntei pra enfermeira se todos os movimentos dela eram involuntários e a enfermeira disse que não, que ela percebe nossa presença ali e algumas respostas emocionais são voluntárias, que ela quer responder, mas não consegue acordar do sonho brumoso em que ela está.

Pedir pra deixar ela livre é pedir demais pra mim.
Eu ainda não estou pronta pra isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Força... é isso que posso te passar. Espero que isso acabe logo e que ela se recupere 100%, é nisso que acredito.

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