quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quando a gente tem muito cachorro, a muitos anos, e convive com uma doença como a leishmaniose (além das doenças de carrapato e outras) a morte é uma constante na nossa vida.

Levar cachorro pra sacrificar, ver cachorro morrer de repente, tudo isso... não que se torne "rotina", mas não tão incomum quanto seria se eu morasse num local isolado de parasitas e mosquitos palha.

Alguns cães marcam mais que outros, infelizmente.
Alguns a gente não sente tanto a falta e em determinados casos, ele - o cão - estava sofrendo tanto que leva-lo pra sacrificar é humanitário.

Em compensação, é extremamente doloroso ver alguns cães definhando ou, como aconteceu essa semana, ver um deles morrer do nada.
Como a minha Vick Vaporub, que apesar de estar com um problema nas pernas traseiras, ainda caminhava um pouco.
Ultimamente ela sentava e rolava, esperando para ser carregada.
A 2 dias, ela parou de comer.
Ficou mais 2 dias no soro, internada na clínica.
E hoje de manhã a ligação informando que ela se foi.

Como eu disse, alguns cachorros passam pela nossa vida sem deixar tanto rastro. São uma lembrança fugidia de um passado nebuloso, focinhos sobrepondo-se à focinhos.
A gente lembra deles, sim, mas a lembrança não dói tanto.

Outros entram no coração da gente e quando se vão, levam um pedaço enorme com eles.
Deixam um buraco que só o tempo tampa.

Eu não vou colocar o nome de todos eles aqui. Foram muitos.

Vou colocar só o nome da última que bagunçou minha vida e se foi: Vick.

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