quinta-feira, 2 de abril de 2009

Faz tempo que eu não posto nada forte aqui. Que tenha sentimento, que faça escorrer lágrimas...
Na verdade, talvez seja porque eu, finalmente, alcancei o que tanto rezei para ter: paz de espírito.

Estar com o Fabio é algo que me dá paz e segurança. Ele me respeita, me aceita, me ama como eu sou - tão como eu sou que as vezes me irrita, nem quer que eu emagreça, pode?

Tem dias que eu fico olhando para ele, dormindo, e me pergunto o que fiz, nesta vida ou em outra, para ter merecido uma pessoa como ele ao meu lado. Em outras, fico olhando ele vendo TV, dirigindo, e falando a mim mesma que ele é infinitamente superior, que merecia alguém melhor que eu, mas que se Deus o colocou na minha vida, não sou eu que vou reclamar. Geralmente ele percebe que eu estou olhando fixamente pra ele, se irrita e me dá um tabefe... kkkkkkk

Ele quer coisas que ainda me assustam: ter filhos é uma. Não me vejo mãe, não me vejo pronta para essa responsabilidade.

Mais de um ano depois de estarmos juntos eu virei pra ele e falei:

- O que estamos vivendo é sério né? Tipo, é seguro, nós estamos juntos mesmo?
- Não, palhaça, eu tô com você dando um tempo até aparecer a mulher ideal. LÓGICO que é sério!!

Mas acho que eu falei aquilo mais para mim mesma, porque finalmente caiu a ficha. Tanto tempo achando que eu nunca encontraria minha "tampa", me sentindo uma frigideira de panqueca (ver "Teoria da Frigideira"), achando que eu nunca arrumaria alguém, e aparece até mais do que eu pedi.

Não, mais não. Na medida.

Fabio gosta da maioria das coisas que eu amei e um dia perdi. Das coisas que, um dia, tirei da minha vida para ter que me adaptar. Mas que fizeram parte de uma época de ouro que vivi.
Cavalos, boiada, sítio, tropa, poeira, música sertaneja, mato...

Antes eu sonhava com a Fazenda do tio toda a semana e desde que eu estou com o Fabio, quase nunca sonho com ela. Embora as vezes eu sinta falta de sonhar com ela, eu sei que se eu não sonho mais que estou lá é porque minha mente está em paz.
Coisas da psicologia.

Isso não quer dizer que eu tenha voltado a gostar de música sertaneja, por exemplo. De vez em quando o Fabio coloca uma música dos meus tempos antigos e eu me pego cantando junto, sem lembrar de como eu sei tão bem a letra. Onde eu já ouvi isso mesmo?

Fabio trouxe todo esse sentimento de volta, e por isso é que é tão bom... E eu escrevo tão pouco dele aqui que me assusta. Como se eu não tivesse NADA a dizer sobre Fabio e nosso relacionamento, quando na verdade ele é uma alegria, uma satisfação e um prazer.

Bom, esse blog nasceu quando uma parte de mim começava a morrer. Eu sempre tive um diário, desde meus 11 anos de idade. As vezes eu escrevia mais, outras menos. Em algumas épocas eu resumia UM ANO em algumas páginas, só para não esquecer daquele momento. Esses diários estão guardados, e grande parte da minha vida está neles. Em certas épocas eu relia algumas partes, me enchia de nostalgia, coisa de louco. Eu sempre tive esse hábito, de reler fatos passados.
E isso não mudou com o tempo, Mick Jagger estava certo quando disse: old habits die hard.

Por nunca ter perdido nem o hábito de ter um diário, nem o hábito de reler meus escritos, é que hoje eu encontrei um texto que me fez relembrar uma época... Boa? Não foi ruim, eu diria. Tive piores.

Eu não estava sozinha, mas também não estava com quem eu queria estar. Tinha uma dor fina ainda aqui dentro, uma dor que estava longe de ser aquela depressão horrível que me fazia querer morrer antes mesmo de acordar para um novo dia, mas ainda assim uma dor.

O texto que eu encontrei dizia:

"O segundo... foi amor... é amor ainda, mas não tem mais volta... Com ele era diferente. Uma coisa de pele, bastava a gente se encostar, eu mal encostava o pé nele e ele já estava lá, pronto pra mim... E isso foi desde o começo, eu com N problemas de relacionamento, mals, aquele monumento cabeludo e gostoso chega do meu lado [...] senta e começa a conversar... Eu encosto a mão na coxa grossa dele e ele fala: nossa, como você consegue fazer isso, me deixar duro tão rápido? Nem minha mina faz isso comigo!!
- Vai negar fogo?
- Não, pra você nunca!! Marca o lugar!!
E foi assim durante 2 anos."


Na verdade foi assim quando a gente se reencontrou, foi assim depois, foi assim até o final, final de algo que nunca começou.
Se ele algum dia gostou de mim? Ahh, sim, do jeito dele, gostou sim, mas não era suficiente pra mim.
E eu aproveitei a ajuda do destino pra sair de uma situação que ia me deixar insatisfeita pro resto da vida.
Não foi fácil, foi muito difícil, mas eu me orgulhei de mim, por ter conseguido tomar essa decisão, por ter dito e feito o que eu tinha que dizer e fazer.
O tempo - esse professor - só me mostrou que minha decisão foi a melhor.

Hoje eu tenho alguém melhor para mim, ele tem alguém melhor para ele. Alguém que me ama, alguém que eu amo.
Um amor diferente, meu e do Fabio. Acho que já comentei isso aqui. Mas ainda assim, amor. Mais maduro, menos passional, não desesperado como são aquelas paixões adolescentes.
Um amor calmo, tranquilo, seguro. Fiel. Quem me conhece pode até estranhar o que eu vou dizer, sem ciúme.
Fabio vai para qualquer lugar - ok, quase qualquer lugar - sozinho e jamais passa pela minha cabeça que ele possa me trair.

Já ele - o ex ficante - deve estar bem. Está namorando uma moça legal, formada, trabalhadora. Dessa vez não é nenhuma drogada inútil, destrambelhada e psicótica, é uma pessoa que eu conheço e gosto.
E por conhecê-la, sei que ela merece alguém melhor que o cara que ela namorava, e espero que tenha encontrado.

Parece incrível, morar em uma cidade do tamanho de Birigui e nunca encontrar os 2, mas é assim que acontece. Totalmente diferente de quando ele morava aqui e namorava a drogada psicótica. Eu via aqueles 2 até quando resolvia acordar cedo!!

Aliás seria um dom meu? Depois que uma pessoa passa pela minha vida e se vai - e eu a coloco no rec - nunca mais a encontro. A Jô diz que é porque eu não estou buscando, não tenho uma "pendência", não procuro, e realmente, não tenho.

Foi assim com Denise, Rose, Keller, Stella, Cecília, Tekileiros...

Tá, de vez em nunca eu vejo um por acaso, como a Denise naquela sala da Toledo, o Robinson no banco, a Marcela no dia da prova, o Luish na rua - isso que ele e o Ivo estavam trocando idéia, senão eu nem teria reparado.

Mas geralmente finjo que não vi, não puxo papo, não sinto nem curiosidade de saber como vai. Em alguns casos até "me escondo" para não criar constrangimento.

E assim caminha a humanidade... :)))))

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