É engraçada a visão de "solidariedade" que o ser humano tem dos animais.

Ninguém fala "coitado do cavalo", quando vê um deles amarrado numa corda, passando sede ou fome; quando vê um cavalo magro, subnutrido, puxando uma carroça cheia de peso pela cidade toda.
Ninguém fala "coitado do burro" que carrega aquelas "traias" de argola em campeonatos de melhor "traia", tem umas com tanta argola que chegam a pesar mais de 30 kilos só a peiteira, fora o arreio, cavaleiro; ou mesmo aqueles desfiles em que um dos animais carrega enormes fardos nas costas, sabe-se lá com o que dentro.

E ninguém fala "coitado do cavalo" quando carrega um homem, mesmo que ele seja pesado, porque esse mesmo homem pode descer e quebrar a cara do filho da puta que falou.
Mas basta ver uma gorda em cima de um cavalo pra todo mundo falar: coitaaado do cavaalo.

Ninguém repara se o cavalo está bem nutrido, se anda com passos firmes e trote ligeiro, sinal que está bem, e não com passos vacilantes como se estivesse prestes a cair, sinal de que não está suportando seu peso.

Puta que o pariu, depois do terceiro corno que disse "coitado do cavalo", eu fiz questão de voltar e mandar a família de crentes tomar conta da vida deles.
Deveria ter falado: tá com dó, fica de quatro que eu monto em você!