sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Putz, como é difícil conciliar sonhos e realidade...

Sempre quis ter um cavalo árabe. Era meu sonho. Quando comprei a Prússia, estava realizando um dos inúmeros sonhos que todo ser humano tem, que almeja, que deseja.
Só que a Prússia não é, nem de longe, uma égua de traços como os que eu sonhei, é também aquele tipo de árabe baixo, enfim...
Ora, tudo bem, vamos acasalá-la com um cavalo árabe puro e... Quem acha árabe puro na região? A cobertura do mais barato é mil reais. Do mais caro, dois mil. E ela, apesar de PSA, apesar de ser AF de registro, e ter sangue ÓTIMO, não tem papel confirmado. Até aí, eu não ligo. Dane-se, fica caríssimo o registro e a transferência, mas eu também não vou pagar dois mil reais pra acasalar uma égua sem papel que, pra piorar, nem do potro cuida!!!!
Aí, o que eu encontro? Um criador de PSI em Araçatuba!! Também mil reais o acasalamento, mas imagina se eu apareço com a Cigana ou mesmo a Prússia lá? Baixinhas, com cara de vira lata, a Cigana ainda é daquelas que não para em pasto nenhum, porque rola por baixo da cerca... Nossa, é capaz do cara me botar pra correr...

Aí, sempre quis uma cria da Fru-Fru. Hoje, 22 anos depois de seu nascimento, existem métodos de verificar os porquês dela NUNCA ter tido potro e, quem sabe, fertilizar um óvulo dela, e transferir o embrião para outra égua.
Eu havia me contentado em tirar uma cria da Cigana, mas pelo visto, a Cigana TAMBÉM NÃO PEGA CRIA.
Embora não seja certeza, afinal ela só ficou com 2 cavalos na vida e em circunstâncias rápidas, ela pode ser infértil também...
E lá vou eu, terça, com um veterinário à tiracolo, máquina de ultrassom, verificar as causas da infertilidade delas...

Ninguém entende porque eu gasto com esses cavalos, quando seria mais barato vender todo mundo pro matadouro e ter apenas UM cavalo embaiado.
Porque não colocam seus pais num asilo e vendem seus filhos pro comércio ilegal de órgãos? Saco!
Coisas do coração. Fazer o que, né?

Nunca fiquei com nenhum filhote da Garrafinha. Agora ela está com leish, estou tratando, mas não quero cruzá-la de novo, pois a ninhada pode nascer com a doença.
Fui atrás de alguém que tivesse uma filhota dela, pra ver se cruzava, mas a filhota não cruzou, acho, e definitivamente não ficou o que eu esperaria de um poodle...

Já a Tati, por seu tamanho, sempre teve dificuldades para acasalar e parir. Uma de suas ninhadas morreu todinha, porque ela demorou pra ter as contrações.
Quando, enfim, eu tiro a menor ninhada que consegui em casa, em vez de ficar com uma fêmea, o que eu faço? Dou de presente.
Paguei a cobertura (que foi um machinho), dei a fêmea branca pra uma amiga que eu sei que, se um dia eu quiser um filhote, com certeza vai me dar, e a fêmea preta eu dei pra outra pessoa que eu sabia que tinha o sonho de ter uma poodle toy preta. Eu sei o que é realizar um sonho, não tive o Grigory?
Bom, essa pessoa não pode ficar com a pretinha e repassou a cadelinha (em vez de me devolver) pra uma outra menina que ama muito os animais, mas, pelo visto, não cuida.
Porque amar animais é uma coisa, cuidar (mandar pro banho, pagar consulta veterinária, dar todas as 9 vacinas que um cão precisa tomar e levar de madrugada na emergência quando o bicho passa mal) é outra coisa beeem diferente.

A menina veio falar comigo no MSN, que estava com a filhota... Até aí, ok. Primeira coisa que eu falei: "leva no veterinário". Eu falo isso pra todo mundo que pega filhote, seja meu, seja de quem for. Faça uma rotina, leve seu cão ao veterinário. Se não sentir segurança nele, leve em outro, sem medo. É que nem médico, tem que confiar.

A Tatinha (filhota branca) foi na segunda semana que estava com a moça, constatou que estava doente, tomou remédio e hoje é uma peste.
A pretinha só foi pro veterinário quando já não queria mais comer nem brincar. Obviamente não salvou, porque nem mesmo os melhores veterinários fazem milagre.
Se tivesse levado quando eu falei, e olha que eu insisti, estaria viva. Foda-se, foi até melhor assim.
E eu fiquei sem filhote da Tatiana Valéria, que hoje está com gripe, tomando 3 remédios pra tosse e desobstrução da garganta. Não vou obrigar a bichinha a um acasalamento, doente como ela está.
Da primeira ninhada dela, então, que eu ia ficar com uma fêmea, a pessoa contou uma história completamente falsa pra minha mãe, que tinha perdido todos os cães dela de leish, minha mãe acreditou e deu a filhota pra ela. O que ela esqueceu de contar, foi que ela "perdeu todos os 3 rottweillers", ainda sobrou 2 poodles, um rottstor e um vira latas lá no fundo.

Seria mais fácil comprar outro poodle depois que as minhas morressem? Com certeza, mas e o amor? "Essa é a filha da Garrafinha, neta da Penélope. E essa, netinha da Tati".

Uma das minhas frustrações na criação foi nunca ter segurado um filho ou filha do Grigory. Hoje, talvez, fosse furada, mas caramba, seria um filhote do meu primeiro dobermann. Um verdadeiro sonho realizado.
Só quem gosta mesmo de bicho, só quem cria, entende. É como ver sua descendência.

E não adianta dizer que humano não se compara com animal, não só se compara, como ainda tem vantagens!!

Estou ouvindo Mark Knopfler - Darling Pretty.

2 comentários:

Anônimo disse...

Definitivamente eu te entendo, você vê como trato meus cachorros, trato como c fossem filhos mesmo, tem tudo do bom e do melhor.

Maete Liv disse...

É, eu sei...
hehehehehe
aqueles mimados!! ;)

Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...