segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Não atualizo o blog desde o dia 8, porque não tá dando tempo. Mas vamos lá:

Panquecaria indo cada dia melhor. Tenho encontrado muita gente que eu adoro mas que fazia tempo que eu não via. Um que foi lá 2 dias seguidos me ver foi o Renato Baba.
Quem também apareceu lá foram os irmãos do Piru, o Leandro e a Leilane com os respectivos namorados. Por falar nisso, soube que o Piru terminou o namoro.

Considerações a ele: será que valeu a pena largar mão de sair com todos os amigos por causa da namorada? Valeu a pena falar o que ele falou pra mim por causa dela, uma amiga que sempre o ouviu, que ele frequentava a casa todo santo dia sem excessão, comia conosco um lanche, assistia TV e ia embora durante uns 2 anos?
Quando ele passou pela primeira paixão eu estava ali do lado, aconselhando de acordo com o MEU ponto de vista. Quando se apaixonou pela segunda vez, idem. Ouvia as queixas, ouvia as dificuldades como um amigo de verdade faz. Falava o que eu achava.
Quando meu mundo desmoronou... Cadê Piru? Descobri que Piru era amigo só da boca pra fora.

A história não é tão longa que não dê pra ser resumida: ele sumiu e um dia me disse que estava namorando. Normal sumir quando se namora né? Eu entendo isso.
Convidei ele pra minha festa de 30 anos, ele não foi.
Passados uns dias liguei pra ele, perguntei porque ele não tinha ido na festa.
Deu algumas desculpas, como ter tido uma festa naquele mesmo dia e a namorada dele não gostar de determinada menina que ia estar lá, etc e tals. Ok, eu entendo isso também.
E por fim convidei ele pra sair conosco qualquer dia... Diálogo:

- É que minha namorada achou que você fala muita besteira e não quer sair com você...
- ...
- E que você fala muito palavrão...
- Piru... Você contou pra ela que a primeira coisa que você falava pra mim quando chegava em casa era "e aí Tanga, depilou o c* hoje?".
- Não...
- Você contou pra ela que a segunda coisa que você falava pra mim era "Maetê, vai tomar no meio do seu c*"?
- Não, não falei.
- É... Reza, cara. Reza pra eu NUNCA ENCONTRAR VOCÊS DOIS NA RUA, SENÃO AÍ SIM, VOCÊ VAI VER O QUE É FALAR PALAVRÃO!!!!

(Tudo bem que eu encontrei a menina trabalhando na loja do Zé Emílio depois e, se eu não voltei lá pra dar uma boa xingada na féladaputa, foi em consideração a ele e também porque o Ivo ameaçou me deixar lá a pé, mas bem que eu tentei. Humpf!).

Não. Isso eu não entendo.

Desliguei, magoadíssima. Amarguei uma semana inteirinha, remoí aquilo no peito.
Doeu. Doeu porque ele sumiu, doeu porque no fundo era amizade falsa, doeu porque eu, mais uma vez, fora acusada de ser besteirenta e boca suja, etc... Já passei por isso antes, com amigos tão ou mais queridos que ele e doeu também, mas eu achei que esse tipo de crítica não me atingia mais. Vindo dele atingiu, porque eu considerava amigo. Do peito.
E olha que eu mudei muito, da época que eu mudei de SP pra cá. Quem me conheceu em SP não me reconhece quando vou pra lá.

Como de hábito que sempre acontece comigo, escrevi um puta e-mail com tudo que eu sentia e mandei. Não deve ter lido. E, se leu, não entendeu metade.
Foda-se.

Falar palavrão e ser abusada? Sempre fui e se, em 30 anos, não consegui mudar, não vai ser dos 30 pra frente que eu vou conseguir, só pra satisfazer a ralé sentimental que me persegue.
Erro, sim, reconheço, ao contrário da maioria das pobres vítimas que aparecem no meu caminho.
E digo mais: estou de saco cheio de "vítimas".
Tenho notado que passo por "monstro ingrato", mas mais dia, menos dia, a "verdade" aparece. Porque "verdade" assim, entre aspas? Porque verdade existem 3 e podem me chamar de caxias: a minha, a do outro e a de Deus.

Hoje eu lá, conversando com um amigo meu na panquecaria, e tomem como "lição de vida" de uma pessoa que SEMPRE teve que conviver com esse tipo de gente:

- Se você quer um conselho, no momento o melhor que eu posso te dar é esse: cuidado com aquele cara que se diz injustiçado. Se a mãe não gosta dele, o pai apedreja, o tio ofende, a namorada é uma megera, os amigos só o sacaneiam, o patrão mandou embora e ele não entendeu porque, já que ele sempre fazia tudo direitinho... Presta atenção, esse cara é uma vítima da sociedade em potencial e com eles deve-se ter cuidado. Porque? Porque é o típico ser humano que foge das suas responsabilidades. Foge da culpa, foge da vida. Se acha um injustiçado, se acha um coitado, mas ninguém é inocente e pra toda ação, há uma reação contrária. Se o tio ofende, pode apostar que se sentiu ofendido, porque ninguém ofende de graça.
Se o pai apedreja e a mãe detesta, é porque dentro de casa alguma coisa ele faz (ou deixa de fazer, bem entendido). Se no emprego ele é explorado, fica de olho, porque hoje em dia não existe isso de escravidão, o cara é que é vagabundo mesmo. Assim como a verdade, todo assunto sempre tem 3 versões. O cara vai falar que é um funcionário exemplar, namorado maravilhoso e filho devotado. Pois pode apostar que o patrão, a namorada e os pais tem outra opinião.

Incrível como aparece gente assim na minha frente. Pena que eu me enchi. Não suporto gente assim. Gosto de gente que assume o que faz, gosto de gente com atitude.

E tenho dito!

Estou ouvindo Mister Mister - Broken Wings.

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