quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Essa vida de acordar todos os dias cedinho pra correr atrás da Cigana, que abriu o portão e escapou na rua, está me estressando.
Não pelo acordar cedo, mas pelo susto de ver minha égua abrindo o portão e escapando.

Ontem o Fabio chegou do rancho, todo queimado - lindo, apetitoso - e cansadíssimo. Cumprimentou todo mundo, contou como ele perdeu o celular novinho - 2 meses de uso - na lama do atoleiro, me olhou meio de lado e disse: nós 2 precisamos ter uma conversa muito séria.

Bom, o estômago já revirou, né? Se ele soubesse a reação que esse tipo de frase ocasiona no meu psicológico...
Aí, ele pegou a chave e foi tomar banho. E eu na sorveteria, pensando merda, pra variar um pouco. Mas ele chegou, sentou, fez umas brincadeirinhas (estava muito chateado pela perda do celular, lógico), mandou beijinho, deu aquelas olhadas fixas dele que me deixam desconcertada...
Isso já me acalmou um pouco. Quando fui pagar, lá dentro, ele me puxou e soltou um:
- Eu não sabia se eu falava pra você ou não, pra falar a verdade eu nem imaginava que isso ia acontecer, mas eu senti a sua falta... Deu uma vontade de voltar...

O resto da conversa não importa, pois como dizem a Mara e o Tony, tudo que eu faço tem um "toque Maetê" de ser (como, por exemplo, a linda mensagem que eu mandei no celular dele, a última que ele recebeu antes de perdê-lo, desejando uma "boa viagem, muita farra, cuidado, aproveite" e todas essas coisas, acrescentando ao final um básico "não bate uma lá não, espera terça que eu te ajudo") e nesse papo, com certeza, teve.
Basta eu contar que essa era a conversa séria que ele queria ter comigo - ufa - e acrescentar que ia vim dormir em casa quando chegasse pra "matar o atraso desses 2 dias", mas o pai dele ia precisar dele cedo, então não deu...

Depois de anos ouvindo que eu não faço falta, isso fez bem ao meu ego... Eu também senti falta dele, teve uma hora que eu queria muito um colo pra consolar minhas mágoas e esse colo estava no rancho...

Não que tudo sejam rosas, tem horas que tanto eu quanto ele somos envolvidos por lembranças do passado, mas acho que dá pra superar...

Estou ouvindo os cascos da Cigana batendo no chão da garagem...

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Anos de Brasil em poucas linhas

 Eu queria poder narrar aqui, para deixar registrado mesmo, pois sei que futuramente os indivíduos podres que estão no poder vão reescrever ...