sexta-feira, 26 de novembro de 2004

O caso do grilo.

Foi simples. Foi não, ainda é.

Eu sempre gostei de um bicho perto de mim, onde quer que eu esteja, mas principalmente quando sento no PC.
Infelizmente no momento estou sem animal ocupando essa posição. Por diversos motivos: os cães machos mijam para marcar território na casa toda, a dobermann passa o dia querendo caçar meus gatos e os poodles amam a minha mãe - quando ela chega, eles se bandeiam pro lado dela.
Antigamente meu gato branco ficava deitado no meu banquinho, mas depois que me mudei, ele perdeu a permissão que tinha de entrar e sair de casa quando quisesse - começou a subir na pia e trazer amigos, e eu não admito falta de educação. Até aceitava os amigos, mas na pia? Não!
O gato preto morre de medo de mim desde pequeno, afinal fui eu que o peguei quando ainda era um filhote selvagem e dei uns tapas pra ele parar de bufar pra mim. Parou. Até deixa eu pegá-lo no colo, mas vir de livre e espontânea vontade, só com fome.
Um peixe nessa sala escura está fora de cogitação e um passarinho, muito menos.

O fato é que agora encontro-me só na sala do PC.
Um dia, entretanto, numa semana de muita chuva, entraram uns insetos em casa, acompanhados de algo que eu detesto: uma rã. Ouvi seu "canto" e já comecei a procurar a invasora. Consegui descobrir que estava lá fora ainda, fechei todos os buracos por onde ela poderia passar. Acho que ela sumiu.
Nessa mesma semana chuvosa apareceu na sala do meu PC um grilo.
Cri.
Bem do lado do monitor. Escutei seu cricrilar, levei um susto, procurei e... nada!
Cri.
Olhei de novo, nada.
Cri.
O barulho vinha do mesmo lugar, sempre do cantinho, mas eu não o enxergava. E acabei acostumando com o cri dele.
Na verdade, o caso é que eu gostei da idéia de ter um bichinho ali comigo, nem que fosse um grilo. E por me apegar a ele, com o passar dos dias comecei a ficar preocupada. O que esse grilo vai comer? Ele não saía pra nada, sempre ali, dia e noite eu o escutava.

Cri.
Na terceira semana com ele ali, resolvi dar as caras, procurar e soltar o animalzinho. Pelo barulho ele estava exatamente do lado do meu monitor, perto do telefone.
Tirei todos os livros empilhados e fiquei de olho.
Cri.
Nada.
Cri.
Ele vai ter que sair.
Cri.
Já sei, ele está preso debaixo do bina.
Cri.
Levantei o bina e... Cri. Dessa vez na minha mão.
É... Bina sem pilhas avisa, né?

Hoje tenho um grilo artificial que me faz companhia. Quem por aí pode se gabar disso? Não dá trabalho, não suja nada e pode ficar solto pela casa.

Oras...

Estou ouvindo Ana - We Are.

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