Thorin representou tudo que um bom dobermann era.
Vai fazer uma falta enorme.
José Leôncio, por Paulo Gorgulho e Renato Góes |
Zé Leôncio por Marcos Palmeira e Cláudio Marzo |
Num papel icônico que foi de Cláudio Marzo na versão original - tanto pelo talento, quanto pela trama em si e economia de atores - o Globosta colocou Irandhir Santos, e olha...
Ficou ótimo, ficou realmente incrível!
Ele absorveu toda a essência do personagem e foi muita babaquice não ter envelhecido ele e colocado no papel do velho do rio. Ele teria uma atuação incrível.
Joventino, por Irandhir Santos e Cláudio Marzo |
Na minha opinião, embora Marzo tenha sido um expert, Irandhir fez um excelente Joventino e teria sido um maravilhoso velho do Rio.
No entanto, Osmar fez tudo certinho e a versão atual está tão boa quanto a antiga.
Inclusive quando o Velho fala pro Solano: eu sou seu pior pesadelo! e imita uma assombração, ficou bem melhor que a versão antiga! Nota para a cobra que vem pilotando o barco, com o rabinho apoiado no piloto!!! 😂😂😂
Sem dúvida, a gente se irrita com algumas coisas que o velho faz no remake, mas ele também fazia na versão antiga!
Velho do Rio, por Cláudio Marzo e Osmar Prado |
Uma das tramas mais estranhas e mirabolantes de pantanal foi em volta de Tenório, o vilão, e suas duas famílias, compostas por Maria Bruaca e Guta - a oficial - e Zuleica com seus 3 filhos em São Paulo: Marcelo, Renato e Roberto.
Renato (Ernesto Piccolo), Zuleica (Rosamaria Murtinho), Tenório (Antonio Petrin), Marcelo (Tarcísio Filho) e Roberto (Eduardo Cardoso, à frente) |
Marcelo (Lucas Leto), Roberto (Caue Campos), Renato (Gabriel Santana), Tenório (Murilo Benício) e Zuleica (Aline Borges) |
Teodoro por Fausto Ferrari |
Solano por Rafa Sieg |
Assistindo hoje alguns episódios da novela original ficou nitidamente clara a diferença do perfil não apenas psicológico, como de roteiro, apesar das novelas seguirem a mesma trama.
Iniciando pelo roteiro, para agradar ao LACRE da MILITÂNCIA.
Ouso dizer que 90% das pessoas que assistem essa novela não sabem o que é uma comitiva, no sentido literal; pois uma vez eu vi uma reportagem sobre uma "comitiva" onde os "cowboys" alugavam um ônibus e iam pra balada se divertir. Pro sertanejo da cidade, pro esquerdinha caviar, isso é comitiva.
Comitiva é, na verdade, um grupo de peões que se junta para transportar uma grande quantidade de gado por uma distância x. Onde caminhões não passam, a comitiva leva a boiada. Onde o caminhão cobra 120 mil para levar 1000 cabeças, a comitiva cobra 30 ou 40 mil. Demora mais e muitos podem achar que o método caiu em desuso, mas na verdade a atividade está ativa, principalmente nos sertões do MT e PA.
Por justamente demorar dias, uma comitiva precisa de um "cuca" - um cozinheiro - que sai na frente para arrumar a comida. O cuca acorda mais cedo e prepara o café da manhã, arruma as coisas e sai na frente pra onde vai ser o próximo pouso, num caminho previamente conhecido, com paradas específicas.
Pega água de bica ou de um riacho limpo, e quando a peonada chega no local com a boiada, a comida já está pronta. Novamente ele vai e, dessa vez, prepara a janta, no próximo pouso.
Portanto, o cuca de uma comitiva não pode ser um zé ruela que não sabe o que está fazendo: precisa conhecer muito bem o caminho, ter noção da quantidade de comida que precisa fazer, quais alimentos não perecíveis levar, etc.
Na Pantanal original, foi negado o pedido do Zaqueu de ir na comitiva para buscar uma boiada. Nem como cozinheiro ele foi, e o motivo nem foi a capacidade dele como cozinheiro, e sim por causa dos dias em cima do lombo do cavalo - que não é brincadeira - durante uma jornada que não teria como socorrer o rapaz caso ele ficasse arriado.
Na novela nova, negar algo ao Zaquieu atual é desagradar aos militantes chatos que não sabem ouvir um NÃO, então mesmo sendo um total novato no assunto, ao rapaz é dado sinal verde para que ele participe do evento e, claro, ele foi "um sucesso".
Outro perfil irritante continua sendo da velha Mariana.
Fria, soberba, sem um pingo de noção, Mariana não consegue ser carinhosa sequer com a única filha que lhe restou. Zomba agressivamente e faz pouco caso das crendices da filha, sem empatia alguma pela condição da mulher, que acabou absorvendo as crendices do "Cramulhão" e agora está tendo visões.
A Juma continua agressiva - um pouco menos - mas sempre demonstrando ser mau humorada e sem educação, onde a outra, apesar de ser sim, bicho do mato, sabia reconhecer quando eram amáveis com ela. Essa Juma de agora é cansativa.
Um ponto positivo foi o filho mais novo do Tenório, o Roberto, rapaz sensato e muito inteligente, que percebe que o pai não é flor que se cheire e acaba morto por isso pelo Solano, uma mudança até que aceitável na novela - o antigo Roberto foi morto pela sucuri e o pistoleiro do Tenório, chamado Teodoro, vê e nada faz...
Mas poucas mudanças foram tão radicais quanto a da Filó e da Irma, a primeira completamente insensível à tudo ao redor, exceto ao Zé Leôncio e a segunda que alucinou completamente, numa excelente atuação da atriz, que inclusive virou meme e, agora, parou de tentar ajudar na casa, pois ia acabar se matando por completa inépcia.
Jove, por Marcos Winter e Jesuíta Barbosa |
Juma é a estrela selvagem de ambas as novelas: criada no mato, pela mãe Maria Marruá, arredia, a Juma antiga era agressiva e desconfiada mas, pelo menos, reconhecia atos de bondade e amizade das pessoas.
Juma Marruá, por Cristiana Oliveira e Alanis Guillen |
Banguela foi embora.
Meu whippet teve um câncer agressivo que me fez relutar em "fazer o certo" até o último instante, e ainda não sei se foi realmente a hora certa.Pois era isso que ele era, amor. Amor por todos nós, pelo sol, pela grama, pelo carinho, pelos paninhos, pelo sofá.
Amor pelos outros cães, ainda que de vez em quando tomasse umas mordidas por ser abusado.
Ele chegou em casa quando o Moxitinho tinha 2 anos e, do momento em que se conheceram, até o dia da morte do Moxito, foram amigos, no sentido mais canino que eu já vi.
Ele era tão devotado ao amigo que eu costumava chamá-lo de "secretário".
Moxitinho inventava suas graças e Banguela o seguia.
Mesmo quando ele via que não tinha mais sentido seguir seu amigo, ainda assim ele seguia.
Como quando Moxito passava horas latindo para o "gato imaginário" dele, lá estava o Banguela esperando ele acabar.
Quando Moxitinho passava mal, Banguela deitava dentro da caixa dele e fazia companhia. Quando ele morreu, Banguela ficou semanas deprimido; não queria mais brincar com as cadelas, passava horas deitado em cima do túmulo do amigo dobermann.Cuidou com carinho dos filhotes do Moxitinho, como uma babá preocupada.
Queria poder compartilhar todos esses momentos, mas foram muitos.
Quando Moxitinho morreu, eu e ele ficamos tão tristes que unimos nossas dores e ele veio me fazer companhia dentro de casa, mas como bom whippet, ele pulava o portãozinho e ia passear na rua. O medo de que fosse roubado me fez mandá-lo de volta pro quintal - isso e uns cocôs perdidos no quarto de brinquedos.
Banguela foi um dos cães mais meigos e doces que eu tive o privilégio de conviver.
Acho que essa é a maior característica dos whippets, e é por isso que eu gosto tanto dessa raça.
Chegando agora depois de tantos anos, acabo de perceber que um dos meus maiores arrependimentos foi criar cachorros.
Não pelos gastos ou tempo perdido a toa, mas pelo pouco que eu fiz por eles. Poderia ter feito a diferença pra muitos cães e não fiz.
Vendi filhotes adoráveis para pessoas que não os mereciam. Doei cachorros maravilhosos simplesmente por não se encaixarem nos meus planos de criação.
Talvez por isso eu tenha sido punida e tenha perdido meus cães preferidos, todos cedo, nos meus braços.
Se isso foi um ciclo, que, por favor, se encerre. Eu não aguento mais ter o coração dilacerado por cada cachorro que vai embora.
Que Deus me perdoe por tudo isso.
O mordomo da família Novaes entra na segunda parte da novela, quando todos já estão "quebrados", para ser o acompanhante de Mariana quando ela fica sozinha no Rio de Janeiro, e depois a acompanha até a fazenda do pantanal, fazendo amizade com Alcides e, depois, ajudando na vingança do peão quando este enfrenta Tenório.
Zaquieu, como se chama o personagem no remake, não é diferente.
Ambos homossexuais, atraídos pela vida selvagem pantaneira, tem a ambição de tornar-se peão e ir em uma comitiva como cozinheiro.
Silvero Pereira |
Sábado teve uma cena inesperada no remake da Globosta:
Uma homenagem póstuma ao grande ator Cláudio Marzo, que em 1990 interpretou o velho Joventino, Zé Leôncio e o Velho do Rio.
Cláudio Marzo faleceu em 2015 deixando um enorme legado em novelas e filmes.
Em Pantanal ele conseguiu substituir com maestria o carisma de Paulo Gorgulho, algo que Marcos Palmeira não chegou nem perto de fazer.
Para criar a cena, o departamento de efeitos visuais da Globosta utilizou imagens de sua última novela, feita em 2008, Desejo Proibido; a idéia inicial de utilizar imagens da trama original de 1990 foi abandonada por detalhes de direitos autorais.
De qualquer forma, a cena ficou belíssima!
Vai caçar preá no céu, vai. Quem sabe seu dono Galego veio pra te buscar, que ele precisava de um cão amigo e fiel lá com ele...
Lassie caçadora, deixou a gente aqui nessa saudade enorme. Carol nem sabe ainda que você não tá mais conosco.
Desculpa o mau jeito, me perdoa qualquer coisa.
Zé Lucas foi um personagem não planejado na trama.
Foi criado exclusivamente para que Paulo Gorgulho pudesse voltar, já que havia agradado ao público.
Nascido e criado em uma currutela, a mãe de Zé Lucas se chamou Generosa e foi a primeira mulher da vida do então jovem Zé Leôncio.
Ela acabou grávida e sequer sabia o nome do rapaz que a havia engravidado. Colocou então o nome de José Lucas de Nada no garoto, que cresceu com vários "pais", os peões que iam na currutela e o ensinavam a laçar, tocar berrante e mexer com a lida.
José Lucas, por Paulo Gorgulho e Irandhir Santos. |
Sua semelhança com o jovem Zé Leôncio impressiona à todos que o conheceram, inclusive ao próprio Zé, que inicialmente acha que Zé Lucas seria seu irmão.
Histórias contadas e fatos esclarecidos, Zé aceita que José Lucas é seu filho. Os irmãos aceitam a presença do primogênito e ele se adapta á rotina da fazenda.
Tudo isso fazia muito sentido na trama original, pois Paulo Gorgulho fez ambos os personagens, Zé Leôncio e Zé Lucas.
Mas no remake isso ficou furado, pois Irandhir, que deu vida ao velho Joventino, ao invés de viver o Velho do Rio, como fez Cláudio Marzo na versão original, foi colocado no papel de Zé Lucas de Nada.
E NINGUÉM na fazenda, além do próprio Zé Leôncio, conheceu o velho Joventino.
Então quando as pessoas viam o rapaz, "se assustavam" com a semelhança dele e do Zé, mas nossa, ficou extremamente forçado!!
Obviamente vários elementos foram acrescentados na história, como a jornalista Érika, uma paixonite pela Juma, uma rivalidade com o Jove pela garota...
Falando francamente, o personagem não me agradou, assim como não agradou a várias pessoas na época, mas ele, enfim, encontrou seu lugar e teve um final digno no seio familiar.
Ver o Paulo Gorgulho atuando ajudava a aceitar melhor o personagem. Mas Irandhir, apesar de excelente ator, não teve a mesma recepção pelo público atual: nem agradou como galã, nem como personagem.
Fora isso, Zé Lucas Gorgulho tinha mais sangue nos zóio, era mais macho, mais peitudo. Esse chora por tudo, acha ruim com tudo e todos, tudo ofende, tudo ele reclama. Ok, faz parte da agenda lacradora, mas devem ter reclamado pois nos capítulos finais ele deu uma amenizada.
Foi um belo tiro no pé, pra falar a verdade, nesse remake.
Guta vivida por Luciene Adami e Júlia Dalavia |
Guta foi uma espécie de "antagonista" feminina, porém logo abandonou esse perfil e seguiu seu próprio caminho.
Com uma história amorosa bem confusa, descobriu da pior forma que seu pai mantinha 2 esposas e tinha mais 3 filhos com a segunda. Se apaixona perdidamente pelo meio irmão e acaba se envolvendo com ele, para no final descobrir que na verdade Marcelo NÃO É um meio irmão.
O perfil da personagem sempre foi meio altivo e arrogante, e ela uma moça "de cidade".
Cheia dos ideais, feminismo, enfim, ela precisava ser assim para mostrar ao "pessoal da fazenda" como as coisas funcionam fora do sertão pantaneiro.
A Guta atual não é diferente, a maior diferença na minha opinião é que a antiga Guta era um pouco mais educada, no sentido de ter educação mesmo, classe, usava sempre roupas boas, de uma jovem da idade dela, sabia ser educada.
A Guta de hoje vive em eternas férias de biquíni e saída de praia. Nem no casamento do Jove ela conseguiu ir de roupa um pouco melhor, até o Zé Lucas, com suas eternas regatas, colocou uma linda camisa, mas a garota da cidade, independente e toda cheia de marra, foi super mal vestida. Aliás essa parte da novela foi tosca, a Maria Bruaca sequer trocou o vestido do dia a dia, caramba, eles iam a um casamento, custava trocar de roupa???
Enfim, a de hoje parece mais detestável do que a antiga.
Xeréu Trindade, o Cramulhão, foi um personagem icônico dessa novela.
Interpretado na primeira versão pelo violeiro Almir Sater e, no remake, pelo filho deste, Gabriel, Xeréu dizia ter um "trato" com o diabo: teria trocado sua alma para poder ser o melhor violeiro de todos.
Na primeira versão Xeréu era calmo, tranquilo, e fazia suas previsões, por vezes totalmente furadas, como quando irma vai até o Rio de Janeiro buscar sua mãe (ele disse que ela nunca mais iria voltar) e que os irmãos iriam se matar pela Juma, algo que também não aconteceu.
Xeréu Trindade por Gabriel e Almir Sater |
O Xeréu do remake é mais bravo, onde Almir ria e brincava, Gabriel é agressivo e sério.
Porém ambos ficaram bem no papel, embora eu ache que Almir fazia uma cara mais parada durante as previsões, como se estivesse realmente vendo algo. Gabriel cerra os olhos e faz uma voz cavernosa e, de repente, volta ao normal.
Ambas as interpretações são boas... Mas pro meu gosto pessoal, Almir ainda é O cramulhão.
Filó vivida por Tânia Alves, Jussara Freire (abaixo), Letícia Salles e Dira Paes (acima) |
Na primeira trama, Filó é um acessório - importante - da vida do Zé. É ela quem está sempre ali do lado, embora seja convenientemente colocada de lado quando convém, como quando Irma aparece, ainda jovem, no pantanal.
Percebe-se claramente que Zé mora com ela e sente um grande afeto por ela, mas não a ama. Inclusive tem várias conversas entre o Zé e Irma onde ele deixa isso claro. A "pobre Filó" merece consideração, sim, mas não amor.
Mesmo sentindo tudo isso, Filó aceita e se mostra sempre presente na vida dele.
A nova Filó é abusada onde a antiga era humilde e recatada. Letícia Salles é marrenta e agressiva, Tânia Alves era quieta e discreta. As roupas também mudaram, talvez pela época, não sei. Nos anos 60 e pouco quando se passa a primeira novela, Filó usava vestidos comportados, e no remake os vestidos se transformaram em shorts curtos e mini blusas.
A caracterização ficou melhor no remake: Dira Paes até se parece um pouco com Letícia Salles. Tânia Alves - já na época uma grande estrela - tinha cabelos eternamente cacheados, e Jussara Freire, não, tem cabelos tão lisos quanto uma índia.
Mas Jussara era tão Filó, tão engraçada, meiga ne boa, que a gente acaba esquecendo e passa pano.
As roupas, novamente, mudaram: Filó Jussara usava os eternos vestidos de pano e Jussara Dira usa roupas alegres, coloridas, dignas de uma dona de casa.
O Zé Leôncio atual também mostra ser mais apaixonado, ele até pede desculpas pelo deslize com a Irma - algo que não acontece na novela original.
Ambas são as rainhas do lar: ninguém mexe na sua cozinha, porém Jussara Dira aceita chamar Irma pelo nome e aceita sua ajuda para as tarefas de casa, quando dá na louca da carioca em ajudar, oque não acontece sempre (as cenas de Irma tomando um "pau" do côco com a faca, passando cera vermelha no chão da cozinha ou ainda esfregando os lustres da casa foram dignas de pena)..
Filó Jussara chama Irma de "Dona" a novela inteira praticamente, e nutre sua mágoa, seu ciúme por Irma até que ela finalmente se acerta com Xeréu.
Filó Dira faz amizade com Irma, Filó Jussara trata Irma como uma hóspede a novela inteira, e Irma nunca fez questão de ajudar em nada, como condiz à dama que ela parece achar que é.
O clima só melhora mesmo quando Irma deixa de suspirar e lançar olhares languidos para José Leôncio.
No geral, a Filó atual se coloca melhor como dona da casa, mas a Filó antiga é bem mais simpática e "filó".
Tadeu é um personagem redondo; é igual em ambas as versões, alegre, despojado, de boa índole, com um certo ciúme do Joventino.
Na versão original, foi vivido pelo Marcos Palmeira, que hoje faz o papel de José Leôncio.
Tadeu vivido por Marcos Palmeira e José Loreto |
Tenório é o vilão da novela.
Um vilão no mais puro conceito da palavra pois é cruel, desonesto e além de tudo bígamo.
Foi ele que, ainda jovem, vendeu terras griladas no Sarandi para um grupo de posseiros, dos quais faziam parte Gil e Maria, iniciando aí toda a desgraça que se abateu sobre a família - que no entanto já vinha de outras invasões, haja visto que haviam perdido 2 filhos em confrontos com donos de terras.
Tenório interpretado por Antônio Petrin e Murilo Benício |
Num dia em que Guta pergunta ao pai como ele começou sua vida, o homem conta como perdeu seus pais, ambos bóias frias, num acidente de caminhão. Como desistiu daquela vida e foi, sozinho e sem um tostão, tentar a vida na cidade.
Como conheceu Maria Bruaca e se casou com ela, e como fez de tudo para nunca mais passar fome novamente. Um homem que fez o que precisava ser feito para subir na vida, sem se importar em pisar em quantas cabeças fosse,
O Tenório da novela original, porém, tinha cara de vilão; o do remake é novo demais, apesar de já ter uma certa idade, para tal papel.
Murilo Benício foi a aposta da Globo para viver esse personagem tão complexo, que no entanto é bem diferente do anterior, sendo PIOR até do que o vilão da novela original, e olha que aquele era uma peste!
O Tenório antigo tenta fazer vários negócios com Zé Leôncio, desde comercializar uma pinga artesanal até uma fazenda de criação de jacarés, e - ainda bem - não se concretiza.
Daí Tenório tenta prejudicar Zé de outras formas e, no final, até tentativa de assassinato acontece, com a contratação de um pistoleiro.
Esse Tenório de agora é pior, pois tem ligações escusas com políticos corruptos, o CPF da outra esposa está bloqueado por investigação da receita federal e ele rouba o gado sem marca do Zé Leôncio, depois que viu que o namoro da Guta com o Tadeu não deu em nada.
Acredito que coisas piores virão, aliás tenho certeza, pois o segundo filho do Tenório, Renato, é uma cópia fiel do pai: péssimo caráter.
Ainda teremos muita água rolando debaixo dessa ponte. Mas quando Tenório descobre que Guta e Marcelo estão envolvidos e que ela está grávida, a atuação de Petrin é visceral, profundo. O cara é um monstro da interpretação, algo que Murilo não conseguiu fazer de forma alguma.É até estranho abrir um tópico apenas para falar disso, mas é algo de imensa importância na novela, e eu nem sei se é algo consciente, de roteiro, ou algo imaginário da minha parte, mas a morte da personagem Madeleine na trama de Pantanal tornou-se fundamental para o bom andamento da novela.
Desde o início eu tenho notado uma imensa diferença na parte psicológica dos personagens, como eu comentei aqui. Aparentemente o diretor quis dar uma ênfase na trama, modificando a estrutura de alguns perfis para os dias de hoje.
Nota-se isso logo de cara, na primeira fase da novela, no Zé Leôncio.
Onde Paulo Gorgulho era bem humorado, calmo e, mesmo sofrendo pelo sumiço do pai, alegre e brincalhão, Renato Góes foi atormentado e desinteressado.
Mesmo em momentos de descontração, O Zé de Renato conseguia ser melancólico e o de Paulo, de bom humor.
A mudança foi tão radical que se estendeu à segunda fase e temos então um Zé Leôncio bem diferente do antigo. Onde Cláudio Marzo era ponderado e calmo, mesmo quando se irritava, Marcos Palmeira é abrutalhado, grosseiro e mal humorado, mesmo no dia a dia.
Isso foi inclusive notado por fãs que repararam e comentaram essa diferença em foruns de discussão, e a geração Z que assiste a novela pegou "ranço" do personagem, tão querido na novela anterior; hoje ele é chamado de "bad vibes".
Filó antes era bem humorada, ácida, vivia com a "mão na massa", fosse descascando um alho, arrumando uma cama, escolhendo feijão, estendendo roupa e, durante suas reinações, via tudo que se passava. De vestido simples, sem ares de rainha ou dona, Filó tinha um sorriso meigo e jeito sincero.
A Filó atual é também melancólica, se veste como uma patroa e, embora apareça na cozinha, nem sempre é cozinhando. Sim, claro que ela aparece cozinhando, afinal ela é a "dona da cozinha", mas a Filó antiga jamais se queixava de uma tarefa, e a Filó atual parece se ressentir pelo papel ao qual ela é relegada.
Não sei se quiseram dar um tom mais pitoresco, mas outro dia ela apareceu batendo grãos num pilão, e eu achei exagerado até mesmo se fosse em 1990.
Obviamente tem as vantagens de atualmente, as modificações: a roupa, as regalias, eu entendo tudo isso. mas a personagem perdeu suas características principais que eram a rusticidade e a sinceridade que nos fazia gostar tanto dela, quando falava sozinha com seus botões.
Todos mudaram, obviamente, mas as mudanças mais radicais foi nos personagens principais. Mariana que de uma boa pessoa, prática, porém sincera, tornou-se uma manipuladora interesseira e megera; Tadeu, jovial e imaturo, transformou-se num rapaz sem sal, embora a performance do ator seja ótima; Joventino era um animado garoto que gostava de zombar de tudo, transformou-se num chato, chorão e depressivo "garoto"!
E o que tudo isso tem a ver com a morte da Madeleine?
Bem, o problema é que todos gravitavam em volta dela: mãe, irmã, filho, ex marido, peguete, suposta nora.
Ela reclamava que a irmã vivia através da sua vida, mas quem ia buscar o Joventino na escola quando ela simplesmente não aparecia? Irma.
Quem informava ao pai como o garoto estava vivendo? Irma.
Ela indiretamente impedia que Zé visitasse ou tivesse qualquer informação do garoto. Poderia ter tomado MIL providências para que eles não perdessem o contato, o garoto poderia ter passado as férias na fazenda a cada 6 meses, mas Madeleine, ferida por Zé não querer saber mais dela, inventou que ele era órfão e assim ficou.
Ela odiava TANTO o pai do seu filho que indiretamente passou esse ódio ao filho. Jove não conseguia ver o pai que tinha e Zé, com tanta mágoa e expectativa represadas no peito, não conseguiu deixar de lado algumas crenças.
Como eles mesmos disseram, eles não eram o pai e filho que ambos esperavam.
Por outro lado, sendo Jove "tão mais evoluído" por ser da "cidade grande", poderia ter tentado entender que, no interiorzão, não adianta tentar se fazer entender à força. Entrou num embate ridículo com o pai pecuarista e não tendo carta nas mãos para um bom jogo, acabou tendo que se render ao óbvio: sem o sustento do pai, ele não é nada.
Outra coisa que foi insinuada na novela, é que Madeleine deveria se separar de Zé - finalmente - e "cobrar o que lhe era de direito": ou seja, arrastá-lo à uma briga judicial pela divisão das fazendas, afinal eles se casaram nos anos 80 e na época era muito comum a comunhão total de bens.
Madeleine, ao embarcar naquele avião com destino ao Pantanal, foi disposta a recuperar tudo que havia perdido: marido, filho e direitos. Ia passar como um trator em cima da Filó, que, como também dito, era apenas uma empregada com quem ele passava as noites.
Na cabeça dela, já que ele não havia pedido o divórcio, Zé ainda sentiria algo por ela.
A trama original não tinha a intenção de matar Madeleine, e eu realmente não sei qual seria o destino dela na novela, mas Ítala Nandi quis sair e então essa foi a - melhor - solução na época. E hoje também, tendo em vista que Madeleine era uma pessoa muito pior do que antes.
E ao morrer, todos os laços que ela indireta e inconscientemente criou se desfizeram: o filho não precisa mais ter medo de amar o pai e com isso desagradar a mãe; não precisa mais falar que "o pai cheira bosta de vaca como minha mãe sempre disse", mas como disse sabiamente Gustavo: ela NUNCA esqueceu esse cheiro. Jove agora pode tentar se entender com o pai sem a sombra de desaprovação de sua mãe.
Irma não precisa mais cobrir os buracos da falta de atenção de Madeleine, pode fazer o que quiser, pode ser sincera em amar quem quiser sem o peso da culpa, por amar o cunhado.
Gustavo pode viver uma vida plena, sem esperar um ataque ou um retorno de Madeleine em sua vida e mexer em sua cabeça e seus sentimentos, como ela fez tantas e tantas vezes.
Zé Leôncio está livre da onipresença dela; ela, a mãe de seu filho que destruiu sua vida, que fez com que ele nunca pudesse se casar com a Filó ou se lembrar do passado sem a mácula da decepção.
Filó está livre para ser o que sempre foi: mulher de Zé; pois antes ela era "a outra". Sempre foi "a outra".
E Mariana, afinal, está livre de uma filha que nunca soube o que quis da vida, obrigando a mulher a tomar atitudes extremas para proteger a eterna criança mimada. Por culpa dela? Sim, ok, mas ainda assim, mimada e com uma vida sem sentido. Uma filha que jamais conseguiria caminhar sozinha, sem a mãe para ajudar. Uma filha que demandava enorme esforço para sobreviver ao caos psicológico que ela mesma se enfiava.
Isso não fica tão claro na primeira novela, e como eu disse, talvez seja uma análise doida minha, mas eu tive essa percepção nos capítulos subsequentes da novela.
Se teve uma personagem (tanto na trama antiga quanto na atual) que "encheu linguiça" foi essa. A suposta namorada do Jove no Rio de Janeiro.
Vivida na primeira versão pela atriz Flávia Monteiro, era uma garotinha cheia de manhas, mentirosa, que inventa uma gravidez para se aproximar da família do rapaz, acaba em longas conversas com Gustavo e, no final, fica com ele. E assim, encerra-se a participação tanto dela, quanto do pobre escravoceta Gustavo.
Flávia Monteiro |
Sua parte mais relevante será quando Juma a empurra dentro da piscina da casa dos Novaes.
Nayara é mais interessante e mais descolada que Nalvinha, dada inclusive a época em que ambas as novelas se passam.
Ela vai morar com Gustavo, praticamente se enfia na casa dele e o pobre homem não consegue se livrar dela e, claaaro, acaba ficando com ele, em ambas as versões.
Nayara vivida por Victoria Rosseti - pós Madeleine |
Nayara antes de Madeleine |
Irma e Madeleine são as irmãs cariocas que se encantam com a rusticidade e beleza do peão José Leôncio da novela pantanal.
Madeleine vivida por Ingra Liberato, Ítala Nandi, Bruna Linzmeyer e Karine Teles |
Criatura insuportável em todas as épocas e fases, Madeleine do remake consegue ser 10 vezes PIOR que a original. Sim, pois a primeira Madeleine era uma garota da alta sociedade carioca dos anos 60, que não encontrava um homem que a fizesse "perder a cabeça". Ela tinha o costume de corrigir os erros de fala do Zé, como a concordância verbal, porém não era uma criatura egoísta que só pensava em si mesma e brigava com todos.
A Madeleine do remake é hedonista, egoísta, mimada, infantil e acha que o mundo deve girar ao seu redor. A cena em que José Leôncio vai até o RJ para informar o sumiço de Joventino, e Madeleine acha que ele veio conversar "sobre ela" e quer sair da presença dele, mostra bastante esse lado. A maneira como ela trata o escravoceta Gustavo também deixa claro esse lado dela.
A Madeleine de Ingra, ainda que fosse carioca porém puxasse forte no sotaque baiano, era meiga, escrevia cartas onde falava de seu amor e suas experiências no pantanal. Você sente a ternura entre o casal, os atores representaram muito bem as demonstrações de amor. Apesar de serem literalmente 2 estranhos e o sentimento fosse crescendo com o passar do tempo, você sente que existiu carinho, e não capricho. Porém era uma madame, que ficava passando baton enquanto Filó escolhe arroz e tem medo de tudo.
Bruna e Karine fizeram uma Madeleine grosseira, estúpida nas demonstrações de carinho. Ela sentia tesão pelo Zé e isso a levou a confundir o sentimento com amor.
Na segunda fase, Madeleine se torna uma Digital Influencer, e mostra através da internet uma vida hipócrita e vazia. Jantares e vinhos dos quais ela mal participa, apenas posta em suas redes para seus seguidores verem a "vida" que ela tem.
Na primeira versão a atriz Ítala Nandi precisa sair da novela então ela é "morta" em um acidente de avião, mas essa nunca foi a intenção original da trama. Muitas teorias foram soltas durante o remake, mas finalmente Madeleine segue seu destino: o avião sai da rota e cai no Rio São Lourenço; ela e o piloto escapam de dentro da aeronave mas, feridos, ambos provavelmente são comidos por piranhas e não tem seus corpos encontrados. Sua última aparição foi no sonho que Zé tem com ela, pedindo ajuda. O homem então parte para Cuiabá, perto de onde caiu o avião, para encomendar uma semana de missas pela alma da falecida esposa.
Se antes, Madeleine era uma chata, hoje, sendo insuportável porém digital influencer, ela conquistou vários fãs entre a também intragável geração Z, que se veem refletidos na vida falsa da personagem.
Irma vivida por Carolina Ferraz, Elaine Cristina, Malu Rodrigues e Camila Morgado |
Meus Sais de Banho!!! Eu nem ia falar dessa dupla aqui, pois participaram por bem pouco tempo da novela. Praticamente só na primeira fase. Na segunda fase nem apareceram, só em suaves lembranças.
Mas a globosta no capítulo de ontem (16/05) fez uma bela homenagem aos 2 personagens, então eu acabei resolvendo colocar aqui.
Tião vivido por Marcos Caruso e Fábio Neppo |
Quim vivido por Ewerton de Castro e Chico Teixeira |
A diferença ficou que colocaram um violeiro no papel do Quim, filho do Renato Teixeira, e quem morre num acidente de trator é só o Tião, deixando o amigo desconsolado, tocando sua última moda de viola, pra morrer de tristeza horas depois.
A fazenda do pantanal recebe a notícia do falecimento do Tião e, no auge da tristeza, Zé está pensando numa maneira de trazer Quim embora com ele, para que o velhote não fique sozinho; Quim então aparece, idoso, numa última música de despedida, repetida ao mesmo tempo por Trindade na roda de viola e então chega a segunda notícia: Quim se vai, acompanhando seu amigo de toda uma vida.
Foi uma adaptação muito bonita. Quim foi representado, em seus últimos instantes, por Renato Teixeira, pai de Chico.
Nem preciso dizer que eu chorei né?
Renato Teixeira interpretando Quim na segunda fase |
No dia 9/5 o remake de Pantanal apresentou uma cena inesquecível: um duelo entre os violeiros Almir e Gabriel Sater, pai e filho.
Foram poucos minutos de uma "batalha" de viola que valeu a pena o capítulo inteiro.
No final, Almir ainda brinca: pode contratar esse "filhote de Cramulhão", que era como ele foi conhecido na novela Original da Rede Manchete!
Almir Sater foi uma das revelações dessa novela.
Embora eu já conhecesse seu nome por causa de uma música sua usada na trilha sonora da novela global "Fera radical", os parcos recursos na época não me permitiam descobrir quase nada a respeito desse violeiro, e eu só voltei a ver seu nome quando ele apareceu em Pantanal mesmo.
Ivan de Almeida |
De olhar sereno e voz baixa, Xeréu era um homem sombrio que dava arrepios quando falava as coisas que ele via, como se o diabo falasse por ele.
Embora não fosse um graaaande ator, fez tanto sucesso que foi chamado para fazer outras novelas, sendo ainda na Manchete, A História de Ana Raio e Zé Trovão, depois na Globo, O Rei do gado - junto com Sérgio Reis de novo - Bicho do Mato (Rede Record) e agora, tantos anos depois, no remake de Pantanal.
Almir Sater como Eugênio e Xeréu Trindade |
Está mais velho - claro - usando óculos e mais parece um sábio da alma humana que um simples chalaneiro.
O papel que foi seu na trama original, ficou com seu filho, e vou esperar um pouco para dar meu parecer, pois ele acabou de "entrar" na novela.
Mas já adianto que ele é a cara do pai dele, e toca bem igual.
Levi foi um personagem que teve vida curta na novela.
Interpretado na primeira versão pelo nadador e ator Rômulo Arantes, Levi era um peão grosseiro, ignorante e assediador, já em 1990.
Rômulo Arantes |
Levi vivido por Leandro Lima |
O personagem não era muito querido mas não deixou de ser importante na trama, uma vez que, já na época, mostrava como um homem abusador/tarado/maníaco pode atacar uma mulher.
Tibério é o capataz, o administrador da propriedade pantaneira do José Leôncio.
Homem já maduro e peão experimentado, foi vivido na primeira versão por Sérgio Reis e, na segunda, por Guito, um violeiro mineiro muito simpático que encaixou perfeitamente no papel.
Diria até que esse foi um dos maiores prós do remake e um contra da original, pois eu nunca gostei do Sério Reis como ator.
Tibério vivido por Guito e Sérgio Reis |
Na novela original, as imagens de onça limitavam-se a poucos closes de alguma filmagem que devem ter feito naquela época e alguns miados de algum felino selvagem, como um lince. A onça Marruá ficava miando do lado de fora da janela da Juma, tocando medo em todos que não fossem a própria menina.
No remake, contrataram uma onça de verdade, domesticada, para fazer algumas cenas, e ficou muito bom.
A onça em questão se chama Mati e tem uns 3 anos de idade.
Resumindo, Mati era famosa no IOP (Instituto Onça Pintada) até o dia em que foi permutada para outro instituto - o NEX.
"Permutada", pois esses institutos de conservação in situ fazem troca de animais, para que a espécie em questão não desapareça e tenha material genético para se trabalhar mais para frente, em caso de repovoamento.
Então, quando alcançou uma determinada idade, o NEX precisava de uma onça para reproduzir e o IOP tinha, e foi feita a permuta. O NEX mandou um macho melânico chamado Ogun e recebeu a Mati.
Acompanhamos o dia que a Mati foi embora, de coleira, numa caixa forte.
Mas como, de coleira?
Pois é. O Leandro, do IOP, acostuma a maioria de suas onças a andar com ele, soltas ou de coleira, para que eles tenham um manejo tranquilo, sem precisar colocar o animal para dormir, cada vez que precisa trocar de recinto ou fazer algum procedimento que necessite de contato direto. Obviamente algumas não tem jeito, como a Coragem, mas a maioria das oncinhas que nascem no instituto são bem manejadas com os cães e os humanos, para sofrerem o mínimo de stress possível.
Quando a globolixo precisou de uma onça para fazer o papel de Maria Marruá, e demais cenas em que fosse necessário uma onça aparecer, deve ter procurado o NEX, que tinha então a Mati, que sempre foi uma onça fofa e relativamente mansa, e que anda de coleira.
Mas daí surgiu uma TRETA!!
Pois o NEX quando contou a história da Mati, disse que ELES A RESGATARAM ainda filhote na mata, o que é uma deslavada MENTIRA!!
Não deram os devidos créditos ao IOP do Leandro e da Anah, que fizeram todo um trabalho desde que a Mati era bebê, mesmo porque ela NÃO FOI RESGATADA, ela NASCEU EM CATIVEIRO NO IOP, tem até um irmão.
Todos que acompanham o IOP no youtube, no face e no instagram conhecem as onças deles.
Provavelmente se você tem watts, já deve ter visto algum vídeo do Landro, mesmo sem saber quem ele é: um cão da raça australian cattle dog anda junto com uma onça preta e seguem brincando? É dele esse vídeo e é antigo. Onças nadando em uma piscina? É dele esse vídeo. Joga na busca do youtube "australian e onça" e vai jorrar vídeos do IOP.
Tudo bem o NEX usar a Mati, ela é deles agora, mas negar a verdadeira história da oncinha e não dar o devido crédito aos verdadeiros "amansadores de onça", é mau caratismo.
Em tempo, embora o trabalho do NEX seja admirável, eu nunca gostei deles, por causa da postura vitimista e distribuidora de "culpas".
Leandro é um cara que faz seu trabalho e segue em frente, NEX faz seu trabalho mas curte distribuir culpas e fomentar o ódio.
Enfim, da próxima vez que vocês verem uma onça em Pantanal, lembrem-se que ela chama Mati e nasceu em cativeiro, foi mimada e bem cuidada a vida toda.
Acredito, depois de assistir o começo de ambas as novelas, que o que mais está sendo complicado de entender nesse remake é a direção.
A Pantanal original era lírica, poética e sublime. Por causa das paisagens, das INÚMERAS paisagens, e das lembranças que a todo momento reaparecem, tinha um tom meio arrastado, mas nada que tenha comprometido a novela.
Tínhamos um elenco alegre, que vivia a trama. Feliz e triste dependendo do momento. Cláudio Marzo soube dar uma continuidade à simpatia do Zé Leôncio de Paulo Gorgulho.
Jussara Freire vivia com um sorriso no rosto, Guta era abusada, mas sabia ser humilde quando necessário e os atores entraram na rotina da fazenda, como se nota na evolução dos capítulos.
O sotaque caipirês era muitíssimo usado, as boiadas eram levadas pra cima e pra baixo por dentro da água, como deve ser num local como o pantanal.
O remake anda a passo depressivo, além de ter sido feito 70% em estúdio, o que não aconteceu na primeira versão. Muitas das conversas entre Joventino e o pai que eram ao ar livre, no remake são dentro "de casa".
Zé Leôncio vive com a cara fechada, dolorosamente fechada, inclusive na primeira fase.
Todos ali aparentemente estão SOFRENDO.
A Filó de Dira Paes é apagada, o Zé Leôncio de Marcos Palmeira é agressivo, o Jove de Jesuíta Barbosa é chorão e reclamão e a Muda está sempre de cara fechada; Maria Bruaca com medo, onde a outra era apagada, porém não medrosa e um véio do Rio sempre de mal humor onde no outro existia uma sabedoria calma e tranquila. Osmar Prado dá lição de moral, Cláudio Marzo ensinava.
Todos ali são agressivos e raivosos; onde antes existia conversa, hoje jorram gritos e acusações, mesmo sem necessidade. Onde antes existia entendimento e conversa, hoje tem opinião, crença limitante, ressignificação. Espera-se que os velhos mudem para que os jovens se sintam confortáveis. Não tem respeito, ninguém ali se respeita.
As melhores interpretações ali são do ator que faz Tibério, do Tadeu e da Juma. Quase não mudaram o tom desses personagens, aliás eu acho inclusive que o Tibério está MELHOR, pois o Sérgio Reis não é um bom ator, era forçado.
A cena em que Juma arranca a orelha de um caçador com os dentes é bem mais forte na original. Talvez essa novela atual seja tão fraca por causa da geração floco de neve que não suporta violência. Posteriormente, comentando o caso, os peões da fazenda falam que "tem que ser muito macho" pra chegar perto de Juma e que ela "não gosta de homem".
Na trama original, Joventino se cala e reflete aquelas palavras; o Jove do remake fica todo ofendido, e diz que macheza não se mede, que ela não é mulher homem, num mimimi ridículo que teve com uma falta de interpretação imensa.
No mais, os diálogos do remake, algumas cenas, 90% praticamente está quase idêntico ao original; mas sabe-se que terá mudanças, afinal é uma adaptação, não o original.
Por esta época... coisa de já uns 8 a 10 dias... Uma chuva, alias semanas de chuva torrencial se abateram sobre o sul do Brasil, trazendo u...