Depois de quase 1 ano tentando sobreviver sem uma determinada presença na minha vida parece que eu finalmente estou conseguindo sair dessa... Eu sempre soube que iria sarar, nunca soube quando.
Falar que eu não gosto mais dele seria hipocrisia da minha parte e hipócrita eu não sou. Apenas comecei a viver novamente, não apenas sobreviver.
Comecei a querer viver de novo.
Estou tendo que reaprender a andar, falar, vestir, comer, respirar, sair e me relacionar com outros seres humanos da mesma espécie sem agredí-los.
Aquele bicho que estava aqui dentro aparentemente amansou e voltou a ser o mesmo de outrora: amigável, paciente, brincalhão e bem humorado, embora com uma dor no coração que acredito demore muito ainda a passar. É a chamada cicatriz, aquela que deixa uma marca profunda que nem o tempo ou a distância conseguem apagar.
Olho para trás e vejo o que me tornei, alguém com um número limitado de conhecidos por pura antipatia e falta de vontade de conhecer pessoas, amarga com a vida, intolerante com o mundo. Não sei como alguém conseguiu me suportar nesse período.

Poucos sobreviveram a essa fase, mas os que ficaram eu percebi que realmente são amigos. Afinal eu também sou um ser humano sujeito a falhas que quer colo e não apenas que dá colo.
Tenho saído não mais por obrigação e sim por realmente querer. Com isso tenho conhecido pessoas novas e diferentes de mim ao extremo, mas sempre fez parte da minha natureza aceitá-las como são. E me vi aceita.

Não teria conseguido talvez se não fossem essas pessoas novas, animadas e vibrantes como são todos os jovens e como eu mesma fui um dia. Vejo seus problemas e programas e lembro de mim a alguns anos atrás. Nunca achei que fosse ser tão mais complicada para mim do que é para eles. Talvez eles passem por mim e sigam seus rumos como tantos fizeram... E eu fique para trás.

Não sei o que vai vir nessa nova fase (coroada como sempre com uma batida no carro) mas sei que esse desânimo desaparecendo já é bom demais...

*Vampirah está ouvindo Evanescence...