terça-feira, 29 de julho de 2003

Que eu sou manteiga derretida todo mundo já sabe.
Choro por qualquer coisa, principalmente filme.

Mas a última novidade é eu me pegar com aquele baita nó na garganta por causa de um AZULEJO!!

É, isso mesmo, um azulejo, aliás uma porrada deles. Lá no coreto da praça do Boi em Araçatuba. É o mesmo estilo de azulejo que tinha na Fazenda. E só de ver esses azulejinhos eu sinto a saudade vir forte de um tempo feliz que não volta mais.

Saudade da D. Maria, Seu Homero, Dio, Deni, Bolinha, Neide, Luizão, Odair, Pratinha, Tio Mundinho... Dessas pessoas sei onde poucas estão. Umas morreram, outras sumiram. Mas não vão morrer nunca pra mim.

E como esquecer o Segredo, Pretinho, Guarani, Califa, Minuano, Matão, Lampião, Passaporte, Rodão, Pombo, Japonês, Gaúcho, Castanho, Mississipi, Pango, Medalha, Desenho, Mutum, Brancão, Sabrina... Ou Margoso, Dogue, Violeta, D'artagnan, Letícia, Mike, Sultão, Franciscano e seu comparsa peru. Época boa e mágica que com certeza foi a melhor da minha vida.

*Impossível não lembrar do tombo de cabeça de cima da Medalha e depois ter que tomar Mastruz (erva de Santa Maria), Meu Deus que coisa ruim!! Jurei que nunca mais caía do cavalo só pra não ter que encarar mais aquilo.

*Ou das chuvas que eu tomei na cabeça, voltando de tarde pra casa, molhada até os ossos e ainda tendo que soltar cavalo no escuro.

*Acordar de madrugada MEEESSSSMO e ir até a casa do Tio Bepe ver a ordenhadeira funcionando, acordar o Dirlei com um chute no traseiro.

*Levar boiada de madrugada até de noite, fugindo do Tio pra não tomar bronca por estar no meio da peãozada.

*Atravessar a cavalo os riachos fundos (e quase tomar um puta tombo), quase ter que pular da égua que cismava em querer deitar na água.

*Ter que voltar pra sede a pé porque a gracinha da égua conseguiu tirar a cabeçada e sumiu no mundo.

*Ir pra roça atrás dos amigos e passar a tarde vendo-os colher algodão.

*Vender ficha na quermesse do Baguaçu em Agosto.

*Ajudar a ensacar milho com saco usado anteriormente para farinha. Fiquei inteirinha branca e só tinha uma roupa!!

*Passar a tarde na Andréa com a família dela, tios, primos. Curtir de longe o primeiro amor, lembrar do primeiro beijo -**suspiro**- e já na sequência as inúmeras brigas que saíam entre eu e ele (só pra variar né?) rolando na grama quase se matando!!

*Chupar cana roubada voltando pra casa depois de levar boi pro pasto.

*Ir na venda do Nardo buscar algum ingrediente pra fazer bolo a cavalo.

*Passar os carnavais em Clementina com tooooda a galera, sair de fininho depois do Tio dormir e ir na quermesse de Braúna.

*Ficar na piscina a tarde toda, principalmente quando chovia!!

Se eu for ficar aqui recordando nunca mais acabo...
Um dia perguntei pra terapeuta o porque de eu sonhar tanto com a Fazenda. Ela disse que provavelmente é um local que foi bom na minha vida e minha mente descansa quando vai pra lá. É, realmente quando minha cabeça cansa de tanto pensar e sofrer e eu chego perto de um esgotamento nervoso, sonho que voltei pra lá. Nem sempre é a mesma época: as vezes sonho como era antigamente, chão de terra. Outras vezes sei que é a Fazenda mas ainda assim com construções diferentes.

Foi o lugar que eu mais amei na vida.

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