terça-feira, 14 de outubro de 2025

Nem sei o que dizer no dia de hoje. 
Mas uma das minhas mais antigas e melhores amigas se foi.
Não deixou uma despedida, não deu tempo de nada, ela simplesmente foi internada e não saiu do hospital. 

Eu conheci a Ciça quando ainda morava em SP e vinha ao Baguaçu passar as férias: ela era irmã do Junior, que casou com a Edna. E quando me mudei pra Birigui, foi uma das primeiras pessoas que me deu boas vindas e iniciamos nossa amizade. Sabe aquelas amizades que, por mais que a gente tente, não se lembra direito como começou? Pois assim é com ela. 

Ela entrou na minha vida e eu entrei na dela, ela ia em casa e eu ia na casa dela. Ela tinha a chave de casa, eu fechava a geladeira dela com a bunda. A mãe dela me recebia, me contava suas histórias de vida maravilhosas e me recebia como filha.

A Carol escapou de chamar Yvone por pouco. 

A história de vida dela era sofrida, tão sofrida que sempre que eu me recordo dela me contando, eu choro. Um amor que não se concretizou, um filho perdido pra sempre, a traição da família, que deveria acolher em vez de fazerem o que fizeram. 

Depois, no casamento, anos de labuta para o marido estudar e ter um bom futuro, ela sendo trocada e tendo que lutar com unhas e dentes pra ter o que era direito dela; e realmente lutando, lutando duro, resiliente, pois o ex nunca reconheceu NADA que ela fez por ele. 

E quando ela finalmente consegue algo e pode ter seu quinhão de sossego e felicidade, ela se vai. 

Que ela consiga, agora, o que desejava tanto em vida.

Vai com Deus, amiga. 


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